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sábado, 6 de dezembro de 2025

PCC E CV NAS 27 UNIDADES DA FEDERAÇÃO

De dentro de uma cela, a confissão e o pacto selado. A cerimônia de batismo  é simples e marca a entrada numa facção, ritual cada vez mais comum nos  presídios. O recrutamentoAs duas maiores facções criminosas do Brasil, PCC e CV, estão presentes nas 27 unidades da federação, com hegemonia em 13 estados. Os dados, obtidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Abin, serão detalhados em estudo previsto para fevereiro. O PCC domina Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Roraima, São Paulo e Piauí. O CV controla Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Rio de Janeiro. As facções deixaram de ser grupos restritos a presídios e se tornaram organizações transnacionais com modelos próprios de negócios. A configuração atual surgiu em 2016, após o assassinato de Jorge Rafaat pelo PCC e o rompimento com o CV. O PCC assumiu a rota caipira, usada no envio de drogas ao Porto de Santos, enquanto o CV buscou novas rotas e firmou aliança com a Família do Norte, passando a dominar o Alto Solimões. O PCC se especializou no tráfico em grande escala e na exportação para a Europa, atuando como uma holding com associados e presença em 16 países. Já o CV expandiu-se territorialmente pela Amazônia, controlando rotas fluviais e abastecendo o mercado interno, incluindo cocaína e skunk vindos da Colômbia.

Segundo o estudo, o CV opera na Colômbia, Peru, Bolívia e Suriname, com indícios de atuação também na Argentina, Paraguai e Venezuela. Já o PCC utiliza portos, aeroportos e estradas como infraestrutura estratégica, além de sofisticados métodos de lavagem de dinheiro. As facções têm modelos distintos de governança: no PCC, a Sintonia Final define decisões estratégicas; no CV, líderes regionais têm maior autonomia. O enfrentamento dessa estrutura exige integração entre inteligência financeira, cooperação internacional, políticas sociais e proteção ambiental. 

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