O jornal The New York Times processou o Pentágono hoje, 4, acusando o Departamento de Defesa do governo Trump de violar direitos constitucionais ao impor novas restrições à cobertura da imprensa sobre as Forças Armadas. A ação, apresentada na Justiça federal em Washington, afirma que a política viola a Primeira Emenda e restringe a capacidade dos jornalistas de fazer perguntas e coletar informações além dos comunicados oficiais. As regras, em vigor desde outubro, exigem que repórteres assinem um formulário de 21 páginas com limites à apuração, sob risco de perder credenciais. O Pentágono teria dado a si mesmo “discrição ilimitada” para aplicar as normas. Segundo o processo, até reportar informações não confidenciais sem aprovação poderia resultar em punições. O jornal pede uma ordem judicial suspendendo as regras e declarações de ilegalidade. As restrições são parte de um esforço do secretário de Defesa, Pete Hegseth, que desde janeiro tem reduzido o acesso da imprensa ao departamento. Entre as medidas, retirar espaços de trabalho de veículos tradicionais e impor limites de circulação. Um rascunho das diretrizes circulou em setembro e foi revisado após resistência de advogados da mídia. Publicadas em 6 de outubro, foram defendidas por Hegseth e por Trump como medidas de “bom senso”.Após a divulgação, dezenas de jornalistas devolveram seus crachás em vez de assinar o documento. Grandes organizações condenaram as regras como ataque à Primeira Emenda. O processo também contesta a possibilidade de o Pentágono classificar jornalistas como “risco de segurança” por divulgarem informações confidenciais ou não públicas. Outra preocupação é a diretriz que diz que repórteres não são protegidos quando solicitam informações que possam violar a lei —algo rotineiro na prática jornalística. Confrontos legais entre imprensa e governo sobre acesso a edifícios federais têm sido frequentes desde Trump. Em disputas anteriores, jornalistas conseguiram recuperar credenciais após litígios. Desta vez, afirmam os requerentes, o Pentágono busca restringir toda a imprensa, especialmente veículos que discordam do departamento. Após a saída de meios tradicionais, um novo grupo de veículos pró-Trump aceitou as regras e passou a ocupar o espaço de imprensa no edifício.
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