O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, acusou a Rússia de promover uma campanha de desinformação militar antes do encontro entre Vladimir Putin e enviados de Donald Trump, que discutirão em Moscou uma saída para a guerra iniciada em 2022. O avião com o negociador Steve Witkoff e Jared Kushner chegou à capital russa pouco antes das 14h, e eles se reunirão com Putin no Kremlin. Na véspera, Putin encontrou-se com os generais da invasão e anunciou a tomada de Pokrovsk, importante centro logístico das forças ucranianas em Donetsk. Zelenski insinuou que os avanços russos, incluindo a ocupação de Vovtchansk, eram exagerados, e seu Estado-Maior afirmou que as derrotas “não correspondiam à realidade”. Apesar disso, analistas de ambos os lados apontam que a queda de Pokrovsk parece consolidada, abrindo caminho para o avanço russo sobre áreas restantes de Donetsk, uma das quatro regiões anexadas ilegalmente em 2022. Também houve progressos ao sul, com a captura de duas cidades em Zaporíjia.Os enviados americanos se reunirão antes com Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo e coautor da primeira versão do acordo proposto pelos EUA, favorável ao Kremlin. Dmitriev divulgou um vídeo de IA defendendo o “túnel Putin-Trump”, simbolizando possíveis negócios pós-guerra. Zelenski afirma ter obtido uma versão refinada da proposta, discutida em Genebra e na Flórida, e tenta garantir o apoio europeu. Sua posição, porém, é fragilizada por um escândalo de corrupção no setor de energia, que derrubou mais uma autoridade e atingiu seu chefe de gabinete, Andrii Iermak. Trump mantém abordagem transacional: quer encerrar a guerra, fazer negócios e reduzir o envolvimento dos EUA na Europa, forçando os países da Otan a reforçar sua própria defesa. Mas o fluxo de armas para Kiev caiu neste semestre, e ainda não está claro se os novos anúncios de apoio europeu mudarão o cenário.
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