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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

INTELECTUAIS DIVULGAM CARTA SOBRE PRISÃO DO EX-PRESIDENTE E DE GENERAIS

Na prisão, Bolsonaro e generais devem perder as patentes | Diario de CuiabáNo dia 25 de novembro de 2025, o Brasil viveu um marco inédito: pela primeira vez, militares de alta patente foram presos para cumprir pena por crimes contra a ordem democrática. Os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e o almirante Almir Garnier tornaram-se oficialmente condenados pelo STF por participação na tentativa golpista que buscou reverter o resultado das eleições de 2022. Soma-se a eles o general Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022, condenado em setembro de 2025 a 26 anos de prisão. Esse fato não é rotina institucional: é uma inflexão histórica. A República brasileira nasceu sob tutela militar, marcada por golpes e intervenções que limitaram o poder civil. Mesmo após 1988, o fantasma do pretorianismo continuou presente. A tentativa de golpe de 2022 foi o episódio mais grave desse ciclo, fruto de um projeto de ruptura alimentado no governo Bolsonaro por ações para desacreditar eleições, sabotar instituições e estimular atos antidemocráticos.

A condenação dos quatro militares tem três significados: verdade, justiça e memória. Revela que o STF conseguiu responsabilizar figuras antes intocáveis; reafirma que golpe não é divergência política, mas crime contra a soberania; e contribui para construir o futuro democrático ao registrar os riscos enfrentados. Ainda assim, a punição é apenas um passo. O pretorianismo permanece ativo e exige reformas profundas para impedir que a ruptura seja sempre uma possibilidade. Democracias sobrevivem com vigilância e compromisso público, não com complacência. Em 25 de novembro de 2025, a República respirou — com cicatrizes e ameaças, mas respirou. Que não seja exceção, e sim começo. 


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