A produtividade dos Tribunais Regionais Federais caiu durante o trabalho remoto na pandemia de Covid-19, segundo pesquisa publicada na RAP por autores da UnB. O estudo, revisado por pares, analisou dados dos TRFs 1 a 5 entre 2018 e 2023, usando a taxa de congestionamento líquida como indicador, que exclui processos suspensos ou em arquivo provisório. O aumento dessa taxa indica queda de produtividade, o que ocorreu a partir de 2020, quando o trabalho remoto se tornou obrigatório. Mesmo com menos casos novos, a taxa subiu 13,44% de 2018 a 2020 (de 0,55 para 0,63). Houve melhora após 2020, mas os autores identificaram tendência de alta ao longo do tempo. Eles destacam que outros estudos mostraram resultados positivos do trabalho remoto, mas com indicadores diferentes. O objetivo não foi apontar causas da queda, que pode ter relação com adoecimento de servidores e juízes. O CNJ defendia que o trabalho remoto ampliaria a produtividade, mas, segundo os autores, houve “desacoplamento entre discurso e prática”. A pesquisa não deve ser estendida a outras áreas do serviço público.
A AMB contesta o estudo e afirma que o melhor indicador é o IPM, que subiu 60% entre 2020 e 2024. Diz ainda que cada juiz solucionou 11 casos por dia útil, apesar de ameaças, pressão e problemas estruturais. A Ajufe também discorda do estudo, afirma que a produtividade aumentou após 2020 e defende o teletrabalho com regras específicas. Para a associação, a pesquisa ignora o contexto da pandemia e apresenta conclusão incompleta.
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