O padre Vidal Rivas, da Igreja Episcopal de São Mateus, em Maryland, pode assumir temporariamente a tutela de menores, caso seus pais sejam deportados, cuidando deles até concluírem os estudos. Ele já se comprometeu a ser tutor de 26 crianças e adolescentes nessa situação. Muitos imigrantes sem documentos têm buscado preparar “planos familiares” diante das deportações. Isso inclui escolher alguém de confiança para cuidar dos filhos em emergências migratórias. Nos EUA há mais de seis milhões de famílias com situação migratória mista. Milhões de crianças têm ao menos um dos pais sem documentos ou com proteção ameaçada. O número de detenções e deportações cresceu, aumentando o medo nas comunidades. Em Hyattsville, onde a igreja está situada, grande parte da população é latina. Os fiéis relatam terror de sair de casa ou até ir ao templo. Para ajudar, a paróquia adotou cultos a portas fechadas e vigilância voluntária. Também orienta famílias a buscar tutores temporários conforme a lei estadual. Muitas não têm parentes com status legal, ampliando o desespero. Mimi, imigrante sem documentos e mãe solo, escolheu Rivas como tutor de sua filha. Ela teme que a menor fique “no limbo” caso seja separada dela. Em Maryland, pais podem designar um tutor reserva por até seis meses. A emergência ativa automaticamente a tutela, que pode ser revogada a qualquer momento. O tutor pode tomar decisões escolares, médicas e logísticas pelos menores. Outros estados têm regras diferentes; alguns não possuem tutela temporária.
Na Califórnia, por exemplo, a tutela concede custódia completa ao tutor. Para reverter, os pais precisam solicitar ao tribunal. Especialistas alertam que isso pode dificultar futuras reunificações. Alternativas como autorizações juramentadas são usadas para decisões básicas. Muitas famílias afirmam não ter ninguém nos EUA para assumir esse papel. Advogados incentivam a considerar professores, empregadores ou amigos confiáveis. ONGs e voluntários têm promovido oficinas de preparação e direitos dos imigrantes. Distribuem materiais, oferecem assistência legal e monitoram ações do ICE. O governo critica esses grupos, alegando que incentivam resistência às autoridades. Ainda assim, cresce a conscientização sobre a importância de um plano familiar. Advogados reforçam que todos devem revisar sua situação migratória com profissionais. Em uma detenção, não há tempo para organizar documentos ou cuidados com filhos. Por isso, preparar tudo antecipadamente é essencial para evitar caos e sofrimento.
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