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domingo, 29 de setembro de 2024

DECISÕES MONOCRÁTICAS ANULAM SENTENÇAS E ACÓRDÃOS

O ministro Dias Toffoli, do STF, não se contentou com o desmantelo, anulando sentenças e acórdãos da Operação Lava Jato, e agora acaba de anular todas as condenações impostas ao empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. O mais intrigante disso é que Léo Pinheiro é réu confesso e fechou acordo de colaboração com a força-tarefa de Curitiba, admitindo propinas a agentes públicos e políticos. Mas, o imbróglio todo é que a delação de Léo foi fundamental para a investigação do caso triplex do Guarujá, envolvendo o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e causando sua prisão. Como está ocorrendo na Lava Jato, a defesa pediu extensão das decisões que beneficiaram o presidente Lula para os empresários Marcelo Odebrecht e Raul Schmidt Felippe Júnior e para o ex-governador Beto Richa. A decisão de Toffoli sustenta-se em documentos ilícitos, consistentes nos diálogos hackeados. O mesmo ministro anulou o acordo de leniência da Odebrecht, em setembro/2023. Uma ação contra executivos da Braskem, por fraudes de R$ 1,1 bilhão, foi trancada em agosto deste ano. Outros acordos de colaboração premiada estão sendo jogados na lata de lixo por decisão monocrática de um ministro, desfazendo trabalho de um juiz, do Tribunal Regional Federal e, em alguns casos, do STJ.   


Dias Tofolli foi advogado-geral da União, no governo Lula, de onde saiu para ser ministro do STF, em 2009, nomeado pelo então ex-presidente; antes disso, entretanto, ele foi assessor parlamentar do PT, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, na equipe do ex-ministro José Dirceu, além de advogado de Lula, nas três campanhas presidenciais, 1998, 2002 e 2006. Portanto, toda a vida profissional de Toffoli deu-se nas "asas" de Lula. Terminou sendo levado para o STF também por obra e graça do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo depois de duas tentativas, em concurso, para ser juiz em São Paulo, sem êxito. Em 2016, dois meses após Lula ter sido indiciado pela Polícia Federal no caso do tríplex, Toffoli votou contra a prisão em segunda instância, e disse que para a prisão “não era necessário aguardar o recurso especial”, junto ao STJ, nem o extraordinário, junto ao STF. Votou em novembro/2019 contrariando esse posicionamento de 2016, afirmando exatamente o inverso que para a prisão é necessário a decisão do STJ e do STF.   



ASSASSINATO DE PROMOTOR

O empresário Luciano Farah Nascimento e seu segurança, o ex-policial Edson Souza Nogueira, foram condenados pelo Tribunal do Júri às penas de prisão de 21 e 23 anos, respectivamente, pelo assassinato do promotor de Justiça Francisco Lins do Rêgo, em 2002. O promotor proibiu a venda de gasolina nos postos de Farah, depois de constatada adulteração do combustível e sonegação de impostos. Na sexta-feira, 27, o mesmo empresário foi preso, em Nova Lima/BH, pelo assassinato de Anderson de Carvalho, com 16 tiros, depois de suspeição de roubo de R$ 390,00 de um posto de gasolina de propriedade do empresário em Contagem. Ele foi preso por agentes da Agência de Inteligência do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Minas Gerais, juntamente com a Diretoria de Inteligência. Luciano dirigia um veículo de luxo no km 20 da MG-030, quando foi abordado e efetivada a prisão, em cumprimento de mandado expedido em 13 de setembro pela Vara do Tribunal do Júri de Contagem. 


O segurança de Luciano, o ex-policial Edson Souza Nogueira foi indicado com autor dos disparos contra Anderson. Luciano e Nogueira foram condenados, em 2016, a 14 anos de reclusão pelo crime, pena aumentada para 16 anos, em 2022. Em março, Luciano entregou-se à polícia, mas sete dias depois foi liberado, de conformidade com revogação pelo STJ, sob entendimento de que "os réus só poderiam ser presos depois que todas as possibilidade de recurso processual acabassem". A nova prisão de Luciano, na sexta-feira, 27, ocorreu através de decisão do STF, considerando a soberania das decisões do Tribunal do Júri e execução imediato da pena. 




MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 29/9/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Combate a incêndio próximo ao Aeroporto de Brasília ultrapassa 10 horas




O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Liderança global de Lula entrou em declínio


FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP 

ISRAEL EM GUERRA, 1 ANO

  • SALVAR ARTIGOS

Hospital subterrâneo e cidades-fantasma antecipam guerra na região norte de Israel

Perto da fronteira com o Líbano, população vive sob permanente estado de conflito contra o grupo fundamentalista Hezbollah

A TARDE - SALVADOR/BA

Porte de maconha em ambientes públicos pode gerar multa pesada

Proposta está em discussão na Câmara dos Deputados


CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Irã pede reunião do Conselho de Segurança da ONU após assassinato de Nasrallah

País pediu ações imediatas do órgão diante das agressões de Israel

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Portugueses repatriados do Líbano já estão em Lisboa. Secretário de Estado admite possibilidade de mais repatriamentos

 

 

sábado, 28 de setembro de 2024

RADAR JUDICIAL

MORAES AINDA NÃO LIBERA "X"

O Sul-africano Elon Musk terá de pagar R$ 10 milhões referente a multas, se quiser retornar com a plataforma, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Outras condições: a nova executiva da empresa, no Brasil, Rachel de Oliveira Villa, terá de pagar R$ 300 mil, a Starlink deverá informar se vai desistir de recursos. A rede está bloqueada desde o mês de agosto, quando Musk fechou o escritório em São Paulo e demitiu todos os funcionários. Sem representação, foi suspenso o funcionamento da plataforma no Brasil.  

ALGEMADA PORQUE MENTIU NA DISNEY

Uma mãe, 26 anos, tentou ingressar no parque temático da Disney, na Califórnia, com suas duas filhas sem pagar ingressos para estas, mentindo sobre a idade delas. No parque, menores de três anos não precisam pagar, desde que acompanhadas e a mãe informou que suas filhas eram menores de três anos, o que não era verdade. Essa conduta provocou ação dos policiais que algemaram a mulher. 

WHATSAPP PARA INTIMAR DEFENSORIA

A 6ª Turma do STJ, em decisão unânime, entendeu que a intimação à Defensoria Pública por aplicativos de mensagens WhatsApp viola a prerrogativa de intimação pessoal. O ministro Rogerio Schietti Cruz enfatizou o papel importante da Defensoria na defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo "não só a justiça ao defender interesses daqueles que não podem pagar por advogados, como também atua como um agente transformador na sociedade". Informou que essa motivação provoca o tratamento da matéria pela Constituição Federal e pela Lei Complementar 80/1994, art. 128, inc. I, garantindo muitas prerrogativas, uma das quais a intimação pessoal, possibilitando vistas aos autos do processo. 


REINO UNIDO EXIGIRÁ AUTORIZAÇÃO ELETRÔNICA

Para entrar em Londres e nos países do Reino Unido, a partir de 8 de janeiro/2025, os turistas brasileiros terão de apresentar Autorização Eletrônica de Viagem, ETA. A partir de abril/2025, todos os países também terão de apresentar o documento, dispensável somente para os integrantes da União Europeia. O turista deve formular o pedido pelo menos três dias úteis antes da viagem, através do site do governo do Reino Unido. A Autorização é válida por dois anos e o visitante terá de passar pelo serviço de imigração da fronteira.

MARÇAL RECLAMA 100 MIL DE DATENA

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, ingressou com ação de indenização por dano moral contra seu opositor José Luiz Datena, face a cadeirada que recebeu no debate da TV Cultura, em 15 de setembro. O pedido é de R$ 100 mil por dano moral. Escrevem os advogados na petição: "A caracterização do dano moral in re ipsa se justifica pelo fato de que o ato agressivo, além de violar a integridade física, atingiu profundamente a moral do Requerente, sendo o abalo presumido pela própria gravidade do ato". O advogado de Datena diz que ingressou com doze ações, representações criminais, direitos de respostas e remoção de posts ofensivos contra Marçal, nesta campanha. Datena, através de seus advogados, vai reclamar danos morais "com base nas ofensas desferidas contra o Datena, ofendendo a sua dignidade e honra, devastando a ele toda sua família".  

Salvador, 28 de setembro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
 


PORTE DE ARMA: INCONSTITUCIONALIDADE

O STF declarou inconstitucionais leis de Rondônia, Alagoas e Distrito Federal que autorizavam atiradores desportivos a portarem arma de fogo. O entendimento é de que a Constituição confere à União competência para autorizar e fiscalizar a produção e o comercio de material bélico e para editar normas gerais sobre a matéria. Foram propostas Ações Diretas de Inconstitucionalidade e a Procuradoria-geral da República manifestou em todas elas pela inconstitucionalidade que foi aceita pelo plenário virtual do Supremo. O ministro Nunes Marque, em voto como relator, escreveu: "Cabe, em princípio à União definir os titulares do direito de portar armas e os requisitos a serem examinados no processo de autorização para tanto, o que abrange o tema de presunção da efetiva necessidade".   


O pedido de Rondônia foi ajuizada pelo PSOL, o de Alagoas coube à Presidência da República e o do Distrito Federal foi formulado em duas ações pelo PSB e pelo PSOL. No requerimento da Presidência foi anotado que "a União disciplinou plenamente o acesso a armas de foto e munição por atiradores desportivos, caçadores e colecionadores e que houve usurpação de competência". 

 

STF NEGA DESBLOQUEIO DE VALORES KITS DE ROBÓTICA

O STF, por maioria, negou liberação de valores acerca das investigações das compras suspeitas de kits de robótica. A decisão aconteceu em decisão do plenário virtual e foi relatado pelo ministro Gilmar Mendes. Além do relator, votaram para negar os ministros Dias Toffoli, André Mendonça e Edson Fachin; falta apenas o voto do ministro Kassio Nunes, da 1ª Turma do STF. Há pedido de desbloqueio de R$ 150 mil, inclusive do assessor de Lira, da esposa e do motorista. Outros envolvidos aguardavam apenas essa decisão; se fosse favorável, ingressariam com pedidos semelhantes. O indeferimento do desbloqueio aconteceu, sob fundamento de que a origem do dinheiro comporta dúvidas sobre sua licitude. 


O kit da robótica envolve pessoas vinculadas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; as investigações foram arquivadas por decisão, em setembro/2023, do ministro Gilmar Mendes, que anulou todas as provas colhidas e determinou devolução de bens apreendidos, a exemplo de automóveis e computadores, excluindo valores em dinheiro.  

 

PRIMEIRA-DAMA É PRESA

A primeira-dama de João Pessoa/PR, Lauremília Lucena, foi presa na manhã de hoje, 28, na Operação Território Livre, da Polícia Federal, cumprindo mandado de prisão preventiva, sob suspeita de aliciamento violento de eleitores, com indicações para cargos na prefeitura. Ademais, Lauremília tinha envolvimento com pessoas vinculadas ao crime organizado, que controlam bairros periféricos da capital. Os policiais cumprem também mandado de busca e apreensão. O prefeito de João Pessoa, seu marido, Cícero Lucena, é candidato à reeleição na capital. A secretaria de Lauremília, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, também foi presa.  

O prefeito, esposo de Lauremília, classificou a prisão de ataque covarde e brutal. Em nota, assegura que a operação foi "recentemente denunciada no plenário da Câmara dos Deputados pela deputada federal Eliza Virgínia, que alertou publicamente sobre o uso político de instituições com o objetivo de influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa". Prossegue a nota: "Trata-se de prisão política. Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer quaisquer fatos. Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa".   

 

PRIMEIRO-MINISTRO FALA, MAS MUITOS SAEM DO PLENÁRIO

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ontem, 27, em discurso na Assembleia Geral da ONU, declarou que seu país está vencendo a guerra, mas enfrentará inimigos, como Irã, até o fim. No instinto belicista, afirmou que "não há nenhum lugar no Irã que Israel não possa alcançar". Israel está em guerra na Faixa de Gaza, onde já matou mais de 40 mil pessoas, a maioria das quais crianças, idosos e mulheres; invadiu o Líbano, há uma semana, onde com os bombardeios, em poucos dias, matou quase mil pessoas, incluindo uma criança brasileira; achando pouco ameaça o Irã. Quando Netanyahu foi chamado para discursar, dezenas de membros de várias delegações, inclusive do Brasil, no plenário da ONU, retiraram. Foi preciso a interferência do presidente para garantir o discurso do primeiro-ministro, que garantiu a continuidade dos bombardeios no Líbano.   


O governo israelense assegura que a invasão do Líbano presta-se para acabar com o Hezbollah, grupo extremista e financiado pelo Irã, segundo Netanyahu. Falou mais: "Não estamos só nos defendendo. Também estamos defendendo vocês contra um inimigo comum que ameaça nosso modelo de vida. Israel vem tolerando essa situação intolerável por quase um ano. Bem, eu vim aqui hoje para dizer que já chega". O primeiro-ministro fez várias referências ao Irã, alegando que lançaram na quinta-feira, 26, mísseis diretor do território iraniano. A delegação do Irã, como Brasil e outros levantaram logo que o primeiro-ministro iniciou o discurso. Apesar de matar milhares, o premiê disse que "não queremos ver uma só pessoa, uma só pessoa inocente, morrer. Isso é sempre uma tragédia".   



MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 28/9/2024

CORREIO BRAZILIENSE/BRASÍLIA/DF

Ataque israelense ao QG do Hezbollah pode ter matado ao menos 300 pessoas

Autoridades militares israelenses tentam confirmar se o xeque Hassan Nasrallah, líder máximo do movimento xiita, morreu no bombardeio. Força Aérea utilizou bombas antibunker contra o prédio central do grupo

 O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

'Tensão permanente'

Brasileiros afetados pelo conflito no Líbano apontam ataques 'deliberados' de Israel contra civis


FOLHA DE SÃO PAULO/SÃO PAULO/SP

Toffoli anula condenações de Leo Pinheiro, o principal delator de Lula

Magistrado apontou conluio da Lava Jato com objetivos políticos



TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Sheila Lemos vê esperança após MPE 

recorrer de inelegibilidade

A candidatura à reeleição da prefeita de Vitória da Conquista, 

Sheila Lemos (União Brasil), se tornou alvo de um intenso debate jurídico


CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

FAB intercepta aeronave que invadiu espaço aéreo brasileiro

Após pouso forçado, suspeitos incendiaram aeronave e fugiram


DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Portugal em “situação de faroeste”: mais de metade do país tem terras sem dono conhecido

Situação pode levar a constrangimentos, incluindo na prevenção de fogos e na contratação de seguros para propriedades. Há sete anos que os Governos tentam agilizar o processo, mas os levantamentos feitos pelo Balcão Único 



sexta-feira, 27 de setembro de 2024

RADAR JUDICIAL

NOVOS DESEMBARGADORES

O projeto de lei, que transforma os cargos vagos de juiz de direito regional em 20 novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi aprovado ontem, 26, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O projeto segue para sanção do governador Cláudio Castro. Essa medida extingue 21 cargos vagos de juiz de direito de entrância única e um cargo em comissão de secretário de juiz. Depois de sancionada, a segunda instância do Rio de Janeiro passará a contar com 210 desembargadores. O presidente do Tribunal, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, assegurou que o projeto de lei presta-se para resolver o crescimento substancial de demandas, na segunda instância. Alegou que não haverá aumento de despesas aos cofres públicos. 

PROFESSOR, ACUSADO DE AGRESSÃO, É CONDENADO

O professor José Carlos de Araújo Silva, 57 anos, foi condenado pela juíza Eliana Bastos, do Tribunal de Justiça de São Paulo, à pena de três anos, seis meses e vinte dias de reclusão, mais três meses e dezoito dias de detenção, em regime aberto; o professor é acusado de agredir três alunos de uma escola pública em Pirituba, em São Paulo. A decisão do caso está sob análise do Tribunal, para onde foi encaminhado o recurso do professor. Segundo a denúncia do promotor André Ferraz de Assis Pinto, na escola estadual Carlos Lacerda, em abril/2023, o professor ao citar, na chamada, uma aluna gay, alterou seu nome, substituindo a letra final de "a" por "o", considerando-a do gênero masculino. Um aluno reclamou e gerou tumulto, discussão e agressão.

A magistrada condenou o professor pelos crimes de homofobia e lesão corporal, mas o professor alega que agiu em legítima defesa. É que, ministrava aula, normalmente, quando alguns alunos provocaram-lhe até que ao aproximar de um grupo, atingiu o pé na cadeira onde estava um estudante, que caiu. Os alunos começaram com uma gritaria, e o professor dirigiu-se à diretoria, mas o aluno que sofreu a queda tentou agredir o professor que reagiu, imobilizando-o. Outros alunos passaram a agredir o professor. 


TRIBUNAL REFORMA DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS

A 12ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região manteve sentença da 6ª Vara Federal que suspendeu acórdão do Tribunal de Contas da União. O ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-procurador Rodrigo Janot e o procurador João Vicente Beraldo Romão foram condenados pelo Tribunal de Contas da União a devolver ao erário R$ 2.8 milhões referente a dinheiro gasto com diárias e passagens da força-tarefa. O caso teve como relator o ministro Bruno Dantas que considerou a inexistência de alternativas que "melhor atendia ao interesse público". Foi registrado que todas as despesas foram aprovadas pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.

INTIMAÇÃO E NULIDADE

A 5ª Turma do STJ decidiu que a intimação somente a um dos advogados de um réu em ação penal gera prejuízo presumido, se não houve intimação do outro advogado, de conformidade com requerimento no sentido de intimação aos dois advogados. Os ministros invocaram o disposto no art. 272, parágrafo 5º do Código de Processo Civil que pode, de forma suplementar, ser aplicado, em matéria que o Código e Processo Penal seja omisso. No recurso especial, o réu pediu que as intimações fossem publicadas em nome dos advogados José de Carvalho Leite Filho e Rommel Licoln de Sá Roriz, mas a intimação só aconteceu com o segundo. O ministro Joel Ilan Paciornik, que abriu divergência, escreveu no voto: "Obviamente, não se descarta a possibilidade de uso malicioso dessa prerrogativa por uma banca de advocacia que venha a requerer que as intimações recaiam sobre dezenas de advogados". Esta não foi a situação do caso. 

VIOLAÇÃO DE PRERROGATIVAS DA ADVOCACIA

A juíza Maria Cristina Costa Morgado, substituta em 2º grau, no Tribunal de Justiça de Goiás, em mandado de segurança, impetrado pela OAB/GO, concedeu liminar para suspender condenação solidária de um advogado no pagamento de custas processuais e honorários sucumbenciais, em processo que tramitou na 2ª Vara Cível de Aparecida de Goiânia. O advogado já tinha retirado do caso, com a substituição do síndico. O advogado Cícero Goulart representava o condomínio e a síndica passou a figurar na parte ativa, mas o juiz manteve a condenação dos dois advogados. A OAB/GO assegurou que houve violação "ao entendimento consolidado pelo STF na ADIn 2.652, que considera inaplicável a imposição de penalidades processuais a advogados sem que haja uma apuração específica por meio de ação própria".  

Salvador, 27 de setembro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados