CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
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terça-feira, 30 de agosto de 2022
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
UCRÂNIA PROGRAMA CONTRA-ATAQUE À RÚSSIA
O DEBATE DE ONTEM ENTRE OS PRESIDENCIÁVEIS
Lula era tratado por Bolsonaro como presidiário e o presidente foi bastante questionado por ter afirmado que não há "fome para valer", no Brasil. Ciro assegurou que qualquer pessoa que não tenha "trocado o coração por uma pedra sabe que existe fome". As duas presidenciáveis, Simone e Soraya, insistiram no tema sobre a pandemia e receberam petardos do presidente, em demonstração inequívoca de seu perfil de agressor de mulheres. Disse Simone Tebet: "No momento em que o Brasil mais precisou, o presidente negou vacina no braço dos brasileiros. Não vi o presidente pegar a moto dele e entrar num hospital para abraçar uma mãe que perdeu o filho".
O hilariante aconteceu quando Lula criticou Ciro: "Quando o Ciro joga nas minhas costas a responsabilidade da escolha do cidadão (Bolsonaro), eu queria dizer que eu não fui para Paris. Eu não saí do Brasil para não votar no Haddad". Ciro interrompeu Lula para dizer duas vezes: "porque você estava preso". Ciro já tinha explicado que retornou de Paris a tempo de votar em Haddad, no segundo turno de 2018, apesar de não ter feito campanha para o petista. O pedetista ainda contestou Lula quando o ex-presidente disse que foi "absolvido em todos os 26 processos", quando, acertadamente, diferente da mentira de Lula, assegurou que ele "não foi absolvido".
Enfim, no apanhado geral, considerando pesquisas e manifestações dos analistas, Bolsonaro e Lula não se saíram bem no debate; Lula pela falta de explicação sobre a corrupção no seu governo; Bolsonaro pelo descaso com a pandemia do covid-19 e agressão à jornalista. Venceu, segundo essas fontes, o candidato Ciro Gomes e a candidata Simone Tebet.
Salvador, 29 de agosto de 2022.
RADAR JUDICIAL
OAB CONTRA ADVOCACIA POR POLICIAIS E MILITARES
O Conselho Federal da OAB ingressou no STF com Ação Direta de Inconstitucionalidade contra alterações no Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/91, que autoriza o exercício da advocacia em causa própria por policiais e militares na ativa. A relatoria cabe à ministra Carmen Lúcia. Dois parágrafos, 3º e 4º, foram incluídos no art. 28 da Lei 14.365/2022, permitindo que esses profissionais atuem na defesa de direitos pessoais, mediante inscrição especial na OAB. Segundo a entidade, as funções de policiais, militares na ativa e membros do Judiciário e do Ministério Público são incompatíveis com a advocacia, vez que recebem proventos pelos cofres públicos. Alega ainda a possibilidade de tráfico de influência e redução da independência profissional.
TRIBUNAL ANULA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA VIRTUAL
O juiz Luís Geraldo Lanfredi, na condição de desembargador substituto do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu liminar para anular audiência por videoconferência sem entrevista prévia com a Defensoria Pública e sem que o magistrado ligasse a câmera. No caso, os dois homens investigados foram liberados e estavam envolvidos em tráfico de drogas, com prisão preventiva na audiência de custódia virtual, na 43ª Circunscrição Judiciária de Casa Branca/SP. No Habeas Corpus impetrado pela Defensoria, o relator não encontrou justificativa plausível para a audiência de custódia virtual.
PROCURADOR DIZ QUE BOLSONARO "DEVERIA MORRER DE COVID"
O Procurador do Ministério Público de São Paulo, Arual Martins, chamou o presidente Jair Bolsonaro de "idiota" e "genocida", nas redes sociais. Em um dos posts, Martins diz: "Não tire a máscara. Tire o Bolsonaro"; em outro ele afirma que Bolsonaro "deveria morrer de Covid". O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu suspender o Procurador por cinco dias, pelas publicações contra o presidente, sob fundamento de que Martins violou os deveres funcionais de manter "conduta ilibada" e de "zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções".
BOLSONARO PERDE COMPOSTURA
O presidente Jair Bolsonaro demonstrou mais uma vez sua ojeriza à mulher brasileira que se destaca na vida profissional. No debate de ontem, a candidata Simone Tebet disse que Bolsonaro tem "raiva de mulheres". Ele afirmou, sem motivação, que Vera Magalhães é "vergonha para o jornalismo brasileiro". Isso ocorreu, quando a jornalista, no desempenho de sua atividade, questionou o candidato Ciro Gomes sobre a queda da cobertura vacinal no país. Disse Vera Magalhães: "A cobertura vacinal está despencando nos últimos anos. Em que medida que a desinformação difundida pelo presidente pode ter agravado a pandemia de Covid? " Olhem a resposta do grosseiro e deselegante presidente: "Vera, não poderia esperar outra coisa de você. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro. Não pedi a tua opinião".
Bolsonaro, além de rude, mentiroso, é grosseiro com as mulheres!
OAB PEDE RAZOABILIDADE NA IDENTIFICAÇÃO
A Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/BA pede mudanças na identificação dos advogados para acesso aos fóruns do Complexo Ruy Barbosa. É que se exige identificação a cada vez que o advogado acessa aos fóruns. A entidade assegura não ser razoável essa providência a cada vez, porquanto deveria ser considerada a primeira identificação como definitiva para acesso em outros momentos. A Comissão de Segurança do Tribunal prometeu estudar a possibilidade de um chip na carteira do advogado ou o fornecimento de um cartão definitivo aos advogados.
Salvador, 29 de agosto de 2022.
O BRASIL CONHECE OS CRIMES DE BOLSONARO?
Com o titulo acima, Celso Rocha de Barros, servidor federal, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra), escreve no jornal Folha de São Paulo.
O Brasil conhece os crimes de Bolsonaro?
Falta de respostas institucionais aos crimes do presidente reduziu impacto de mídia das denúncias
Na última segunda-feira, Jair Bolsonaro deu sua entrevista de candidato ao Jornal Nacional. A uma certa altura, a jornalista Renata Vasconcellos perguntou se Bolsonaro se arrependia de ter imitado pacientes de Covid-19 em processo de asfixia.
O surpreendente foi que, assim que Vasconcellos falou do escândalo, as buscas por "Bolsonaro imita falta de ar" no Google dispararam. O comando da campanha de Bolsonaro ficou apavorado com a repercussão do escândalo.
Ficou a dúvida: até a entrevista, as pessoas não sabiam que Bolsonaro havia feito a imitação? Ela foi amplamente noticiada quando aconteceu.
No ano passado, dei uma palestra sobre a gestão da pandemia no Brasil. Citei duas análises estatísticas, feitas com dados revelados pela CPI da Covid: a estimativa de 95 mil pessoas mortas porque Bolsonaro não aceitou as ofertas de vacinas da Pfizer e do Butantan, feita pelo epidemiologista Pedro Hallal para a Folha, e a análise da equipe de dados do jornal O Estado de S. Paulo que mostrou que cerca de 70 mil idosos morreram entre janeiro e maio de 2021 só pela recusa da oferta do Butantan.
Essas análises foram publicadas por grandes jornais. O perfil do público da conferência era de universitários altamente qualificados, provavelmente contrários ao governo Bolsonaro. Mas um grande número deles me disse que não conhecia esses dados chocantes.
Como isso é possível?
Tenho uma hipótese: a falta de respostas institucionais aos crimes de Bolsonaro reduziu o impacto de mídia das denúncias.
No dia seguinte à denúncia de cada crime, não havia mais notícias –nenhuma CPI foi instalada e Aras matou as investigações; ou, quando houve CPI, o centrão protegeu Bolsonaro do impeachment. No final, cada crime ia sumindo conforme Bolsonaro cometia um crime novo.
Sem novas notícias, o tema ia parar nas colunas de opinião (como a minha), e fatos indiscutíveis pareciam se tornar "temas para debate". Nos telejornais, em especial, onde não há colunas de opinião, a notícia sumia.
O contraste com a repercussão dos escândalos do PT é notável: na segunda-feira tinha a denúncia, na terça tinha o pedido de CPI, na quarta caía o ministro, na sexta a CPI era implementada, tinha julgamento, tinha prisão. As instituições respondiam à denúncia, e o caso continuava na página de notícias do jornal e nos telejornais.
Além das estimativas sobre quantos brasileiros Bolsonaro matou durante a pandemia, há vários crimes do atual governo que o público não conhece porque as instituições deixaram a notícia morrer.
Quantas pessoas de fato sabem o que é o orçamento secreto, ou como ele se compara com outros escândalos de corrupção? Se uma CPI tivesse sido instaurada, se deputados tivessem sido cassados, se Arthur Lira tivesse caído, todos saberiam. Mas nada disso aconteceu.
Esse mesmo mecanismo funcionou para acobertar o assassinato em massa cometido por Bolsonaro durante a pandemia, a renúncia inédita dos chefes das Forças Armadas em protesto contra o aparelhamento, a tentativa de golpe do 7 de Setembro de 2021, e, é claro, o desmonte dos mecanismos de combate à corrupção por Bolsonaro.
Resta torcer para que, como aconteceu na última segunda-feira, a campanha eleitoral exponha ao público os crimes de Bolsonaro que sumiram do debate porque ninguém fez nada para puni-los.
LIRA É CONDENADO, PRESIDE A CÂMARA!
Lira foi condenado por improbidade administrativa, por sentença, mantida por acórdão do Tribunal de Justiça do Estado, no ano de 2016; o parlamentar deveria ressarcir os cofres públicos em R$ 183 mil e seus direitos políticos estão suspensos por dez anos. Acontece que o desembargador Celyrio Adamastor Tenório Accioly, em 2018, liberou a candidatura de Lira, concedendo efeito suspensivo ao recurso especial que tramita no STJ, desde 2016. O Ministério Público recorreu contra esta decisão do desembargador, mas o STJ negou. Lira continuou na política, até eleger-se presidente da Câmara dos Deputados, em fevereiro/2021. A aprovação da nova lei de Improbidade, que teve participação efetiva de Lira, legislando em causa própria, deu condições ao presidente da Câmara para pedir anulação de sua condenação, mas dependerá de decisão do STJ considerar que a Justiça alagoana entendeu que Lira não agiu com dolo.
A ex-mulher de Lira, candidata a deputada federal, impugnou o registro de sua candidatura, sob fundamento de que ele está inelegível, face à condenação decorrente da Operação Taturana, mas a Justiça Eleitoral ainda não definiu sobre o assunto. O certo é que, apesar de condenado em 1ª e 2ª instâncias, o presidente da Câmara dos Deputados está sendo beneficiado pela lerdeza ou pela má fé de alguns juízes.
Salvador, 29 de agosto de 2022.
MAIS JUÍZES
DECRETO JUDICIÁRIO
D E C I D E
nomear o Bel. TADEU TRANCOSO DE SOUZA, habilitado em concurso público, classificado em 14º lugar, para o cargo de Juiz Substituto, nos termos dos artigos 96, inciso I, alínea “c”, da Constituição Federal e 116, inciso I, da Constituição Estadual.
SECRETARIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA, em 26 de agosto de 2021.
Desembargador NILSON SOARES CASTELO BRANCO
Presidente
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 29/8/2022
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
Simone Tebet e Soraya Thronicke se impõem em debate radical e misógino
Candidatas com baixa pontuação nas pesquisas de intenção de votos, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) se destacam por furar a bolha da polarização de Lula e Bolsonaro, e serem duríssimas com os dois
JORNAL DO BRASIL - RIO DE JANEIRO/RJ
Ministro das Relações Exteriores da Argentina chama filho de Bolsonaro de 'ignorante'
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
Bolsonaro ataca jornalista Vera Magalhães e Tebet e diz que são uma vergonha; veja vídeo
Candidatos ao Planalto nas eleições de 2022 se encaram em evento exibido na Band
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BAHIA
Pandemia faz população brasileira envelhecer uma década
Um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais em 2040.
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
Primeiro debate presidencial das Eleições 2022 é marcado por embates
Bolsonaro e Lula protagonizaram enfrentamento, e temática feminina se destacou
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
Material escolar está 16,5% mais caro este ano do que em 2021
Análise do KuantoKusta revela que um cabaz com artigos escolares custa mais 15 euros em comparação com agosto do ano passado. A subida da inflação já se sente nestes produtos.
domingo, 28 de agosto de 2022
COLUNA DA SEMANA
PRESOS E CANDIDATOS
Cinco presos obtiveram aprovação de partidos políticos e requereram suas candidaturas ao TSE para as eleições de outubro; pela lei, o preso condenado em sentença transitada em julgado tem seus direitos políticos suspensos, e, portanto não pode ser candidato nem mesmo votar. Os presos provisórios, em torno de 400 mil no Brasil, ou seja, aqueles que tem decisão sem transitar em julgado, são amparados pela Constituição no sentido de poder exercer o direito ao voto. A Justiça Eleitoral cuidará de disponibilizar uma seção eleitoral nos estabelecimentos penais, desde que tenha um mínimo de 20 eleitores nessa condição, para o exercício do voto.
Chama a atenção o caso do candidato do PTB, Roberto Jefferson, que após cinco meses de prisão, no momento em domiciliar, mas, pelo menos até agora, é candidato à presidência da República. Jefferson é acusado de integrar "núcleo político" de milícia digital, como consta em inquérito que tramita no STF. Além disso, Roberto Jefferson foi condenado e preso pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no mensalão. No Rio Grande do Norte, Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Wendel Lagartixa, apresentou-se como candidato à Assembleia Legislativa, apesar de suspeito da autoria de triplo homicídio e de está preso desde julho. No mesmo estado, Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins", preso há um ano, registrou sua candidatura a deputado federal. Ele é acusado de operar esquema fraudulento de criptomoedas.