CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
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O julgamentos das ações que pedem a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão deverá ser julgada em breve, porque o corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, liberou o processo e agora depende do presidente, ministro Roberto Barroso para pautar. Já há parecer do Ministério Público contra a cassação, sob fundamento de que as provas emprestadas do STF não podem ser usadas para fundamentar a cassação. Trata-se de questionamento sobre abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, ou seja, disparo em massa de mensagens em redes sociais, na campanha de 2018.
Ninguém tem dúvida do uso abusivo dos meios de comunicação, através das fake news, no pleito de 2018. O presidente tem verdadeira reverência ao filho, vereador Carlos Bolsonaro, exatamente porque foi o responsável pelas mensagens mentirosas e agressivas nas redes sociais.
A desembargadora Sandra Inês e seu filho, advogado Vasco Azevedo, em delação premiada, homologada em junho/2021, explica como se processava a venda de sentenças no Tribunal; eram dois grupos dos quais participavam desembargadores, juízes e servidores para atender às partes, beneficiando-as e prejudicando a outra parte, mediante recebimento de propinas; integravam esses grupos quase 70 pessoas. Um dos líderes da Operação era Adaílton Marurino. Inicialmente, a desembargadora Maria do Socorro, ex-presidente do Tribunal, coordenava o sistema, depois veio o desembargador Gesivaldo Britto, afastado da presidência, pelo STJ e, atualmente, aposentado compulsoriamente. Britto pressionava eventuais opositores e contava com a ajuda do ex-Secretário de Segurança Pública, delegado federal Maurício Teles Barbosa.
O assessor da presidência, Antonio Roque, encarregava-se da coação sobre aqueles que não cooperassem e contava com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional, criado para facilitar o trabalho. O Oeste da Bahia inseria-se no interesse maior dos grupos, de onde originavam as grandes propinas. A perseguição dos grupos atingia os produtores rurais, se não cumprissem os acordos propostos. Os atores desse macabro espetáculo não se limitava a atuar no Oeste, pois havia a "venda de decisões no varejo" para solucionar demandas, em troca de propinas. As varas de recuperação judicial, criadas pela então presidente Maria do Socorro, prestavam-se para oferecer decisões e receber propinas.
O advogado dos delatores questiona o vazamento integral da delação e afirma que o objetivo foi desqualificar os depoimentos da desembargadora e do advogado, além de prejudicar as apurações dos fatos narrados. Diz que o primeiro a delatar na Operação Faroeste foi Júlio César Cavalcanti e foi uma opção da defesa; assegura que seus clientes não receberam a proteção devida na condição de colaboradores.
O senador Ângelo Coronel, PSD/BA, é acusado de participar de esquema de propina na Justiça da Bahia. A desembargadora Sandra Inês, afastada do cargo pelo STJ, declara na sua delação homologada que o então deputado estadual, Ângelo Coronel, coagia produtores rurais em troca de favorecimento pessoal. Diz mais: "Comentou-se abertamente no TJ-Ba que ele tinha recebido uma aeronave como pagamento pela sua atuação". Informa ainda que o senador recebeu R$ 50 mil para a desembargadora reconhecer sua incompetência para decidir processo envolvendo a Sabore Cia, empresa vinculada ao deputado estadual Diego Coronel, filho de Coronel; com essa decisão o desembargador Baltazar Miranda já estava pronto para decidir a favor da Sabore Cia, de conformidade com ajuste com Angelo Coronel.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco, através do Ato 43/2021, exige comprovante de vacinação contra a Covid-19 para o cidadão ter acesso aos prédios do Judiciário. Admite-se o certificado de vacina digital e o cartão de vacinação impresso emitido pela autoridade competente, a partir do dia 25 de outubro, quando entra em vigor a norma. A administração de cada prédio fica com a incumbência de manter cadastros para facilitar o acesso se a pessoa exibiu o comprovante no primeiro acesso, evitando a exibição a cada acesso. É ressaltado que esse comprovante não excluir o comprimento das regras de segurança, de conformidade com os protocolos impostos no combate à Covid-19.
O Ministério Público, através do procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Branco, deu parecer contra a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão, em duas ações que tramitam no TSE, requeridas pelo PT. Escreve o procurador que não ha "comprovação da gravidade dos ilícitos narrados em grua apto para viciar substancialmente a legitimidade e a normalidade das eleições, que inviabiliza o pedido de cassação." Trata-se de processo referente aos disparos em massa via WhatsApp, nas eleições de 2018, financiado por empresários sem a devida prestação de contas à Justiça Eleitoral. O procurador desconsiderou o uso de provas colhidas pelo STF e compartilhadas pelo TSE.
O senador Flávio Bolsonaro demitiu, em 2020, de sua loja de chocolate no Rio de Janeiro, a Bolsotini Chocolates e Café Ltda., uma funcionária que estava grávida. Ele manteve a servidora sem registro em carteira, deixou de recolher FGTS/INSS até a demissão. Depois de tudo isso e, em Reclamação Trabalhista proposta por Bianca de Lima Gomes Loureiro, que era balconista, e ganhava R$ 1.100,00, o senador e seu ex-sócio Alexandre Santini fizeram acordo para regularizar a situação da ex-funcionária e pagar-lhe R$ 30 mil, como indenização. A empresa foi fechada em março/2021, depois de suspeita de ser usada para lavagem de dinheiro no esquema de desvio de salários de funcionários de Flávio, a denominada rachadinha.
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