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domingo, 22 de junho de 2025

SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO

 
 Financial Times

Trump põe sua Presidência em jogo com entrada dos EUA em guerra contra Irã

Presidente se junta aos ataques de Israel contra Teerã meses após prometer manter Washington fora de novos conflitos


James PolitiLauren FedorSteff Chavez
NOVA YORK e WASHINGTON | FINANCIAL TIMES

Donald Trump fez a maior aposta de seus quatro anos e meio na Casa Branca, combinando os dois mandatos, no sábado (21) à noite ao atacar o Irã e se juntar à guerra de Israel contra a República Islâmica.

A principal aposta de Trump é que o Irã e seus representantes no Oriente Médio foram tão enfraquecidos que o presidente dos EUA pode apresentar sua intervenção como limitada e bem-sucedida. É também uma aposta de que uma Teerã intimidada buscará rapidamente um acordo em vez de retaliar.

Se Trump estiver certo, ele terá alcançado um objetivo da política externa dos EUA que abrange várias gestões—a eliminação da ameaça nuclear iraniana— e feito isso a um custo relativamente baixo.

O presidente dos EUA, Donald Trump (à direita), e o vice-presidente J.D. Vance (à esquerda) acompanham ofensiva contra instalações nucleares iranianas na Sala de Situação da Casa Branca -  Casa Branca/AFP

Mas a medida carrega o enorme risco de inflamar ainda mais o Oriente Médio, colocando em perigo a segurança dos EUA e de Israel e prejudicando um presidente que havia prometido não envolver a América em novos conflitos globais.

"Tudo depende de como o regime iraniano reage —e não está claro quais são as capacidades e a vontade do regime neste momento. [Mas] a rede do Irã em toda a região continua operacionalmente letal, e é capaz de semear mais instabilidade e terror se optar por fazê-lo", disse Brian Katulis, pesquisador sênior do Middle East Institute, um think tank de Washington.

Trump havia passado grande parte de sua campanha presidencial de 2024 argumentando que seria um pacificador em seu segundo mandato, resolvendo conflitos globais em vez de fomentar novos.

Mas o presidente, sob pressão do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, viu um ataque contra o Irã tanto como uma oportunidade a ser aproveitada, quanto uma chance de garantir um legado como um líder disposto a exercer o poder militar americano.

No sábado, Trump parecia estar saboreando sua transição de isolacionista para belicista. O presidente colocou um boné vermelho "Make America Great Again" enquanto se reunia com assessores de alto escalão na sala de emergências da Casa Branca. Durante seu discurso após os ataques, ele advertiu que estava pronto para expandir a campanha militar contra o Irã, se necessário.

"Haverá paz ou haverá tragédia para o Irã, muito maior do que testemunhamos nos últimos oito dias", disse Trump. "Lembrem-se, há muitos alvos restantes. Mas se a paz não vier rapidamente, iremos atrás desses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade."

O Irã sempre foi uma espécie de exceção ao mantra não-intervencionista de Trump. No início de 2020, perto do fim de seu primeiro mandato, ele lançou uma operação militar de alto risco para assassinar o comandante militar iraniano Qassim Suleimani em Bagdá.

"Se americanos em qualquer lugar forem ameaçados, já temos todos esses alvos totalmente identificados, e estou pronto e preparado para tomar qualquer ação necessária. E isso, em particular, se refere ao Irã", disse Trump na época.

Em sua visita no mês passado à região do golfo Pérsico, o presidente dos EUA havia emitido outro claro aviso a Teerã. "Queremos que eles sejam um país maravilhoso, seguro e grande, mas eles não podem ter uma arma nuclear", disse Trump. "Esta é uma oferta que não durará para sempre."

Esses avisos públicos a Teerã foram drasticamente intensificados na última semana, quando ele saiu mais cedo de uma cúpula do G7 no Canadá para deliberar sobre os ataques contra o Irã. Sua sugestão na quinta-feira de que a República Islâmica tinha mais duas semanas para se curvar às exigências dos EUA foi de curta duração.

Dana Stroul, ex-secretária assistente adjunta de defesa para o Oriente Médio, agora no Washington Institute for Near East Policy, disse que a mudança belicosa de Trump em relação ao Irã estava em desacordo com sua postura anterior sobre política externa.

"Trump repetidamente declarou sua preferência pela diplomacia, seu desejo de fazer um acordo e seu desejo de ser julgado pelas guerras nas quais os Estados Unidos não entram", disse ela.

"E aqui estamos, cinco meses após o início da segunda administração, e ele colocou os Estados Unidos em conflito direto com o Irã, sem uma articulação séria ao povo americano sobre o quadro de inteligência, sem um engajamento sério com o Congresso sobre a autorização do uso da força militar."

Chris Van Hollen, senador democrata de Maryland, expressou sua raiva, sinalizando o tipo de ataques domésticos que Trump pode esperar nos próximos dias.

"A guerra no Iraque também foi iniciada sob falsos pretextos", disse Van Hollen. "Os Estados Unidos apoiaram corretamente a defesa de Israel, mas não deveriam ter se juntado a Netanyahu nesta guerra por escolha."

Alexandria Ocasio-Cortéz, congressista democrata de Nova York, pediu o impeachment de Trump por tomar ação militar sem a autorização do Congresso dos EUA. O congressista republicano Thomas Massie escreveu sobre a decisão de Trump de atacar: "Isso não é constitucional."

Alguns outros legisladores republicanos, porém, saudaram a medida.

"A ação decisiva do presidente impede que o maior patrocinador estatal do terrorismo no mundo, que entoa 'Morte à América', obtenha a arma mais letal do planeta. Esta é a política 'América Primeiro' em ação", disse o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

A ação de Trump contra o Irã ocorreu com 51% dos americanos desaprovando seu desempenho no cargo, e 46,9% aprovando, de acordo com a média de pesquisas do Realclearpolitics.com.

Aaron David Miller, ex-negociador do Departamento de Estado americano no Oriente Médio, agora na Carnegie Endowment for International Peace, disse que Trump tinha "muita margem política" para continuar lutando, especialmente se o Irã retaliasse.

Mas ele também alertou que a janela pode não ficar aberta por muito tempo, especialmente se a guerra se ampliasse ou provocasse uma nova crise energética. "Como isso seria recebido com americanos sendo mortos e o preço do petróleo acima de US$ 100 o barril, é outra questão."

Jack Reed, o principal democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado, colocou de outra forma: "Esta foi uma aposta massiva do presidente Trump, e ninguém sabe ainda se ela vai compensar."

 

"TOMBÉ D´UN PIÉDESTAL"


Na Liga dos Campeões, mundial nos Estados Unidos, os times brasileiros despontam com vitórias sobre europeus. Flamengo e Bayern de Munique são os primeiros classificados para as oitavas do Mundial de Clubes. O Botafogo, na quinta-feira, 19 venceu o Paris Saint-Germain, por 1 a 0, considerada grande surpresa. O L´Equipe, de Paris, publicou a manchete "tombou do pedestal". O time não sofria um gol por 366 minutos. John Texto, do Botafogo provocou o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, time que é controlado pela família real do Qatar. Além do Botafogo, Palmeiras e Fluminense empataram com seus rivais. Na sexta-feira, 20, foi a vez do Flamengo derrotar o poderoso Chelsea. Perdendo por 1 a 0, no primeiro tempo, virou para ganhar por 3 a 1. Botafogo, Fluminense, Flamengo e Palmeiras obtiveram cinco vitórias e dois empates, com nove gols marcados, sofrendo dois. Nas competições anteriores, os times brasileiros eram eliminados, quase sempre nas primeiras partidas, como ocorreu com o Internacional, em 2010, Atlético Mineiro, em 2013, Palmeiras, em 2020, Flamengo, em 2022 e Botafogo, em 2024.  

Na Copa do Mundo de Clube, o Brasil tornou-se o único país com quatro representantes. Nas últimas edições da Copa Libertadores, um brasileiro foi campeão e quatro tiveram somente times brasileiros. Recentemente, o Botafogo ganhou do Atlético Mineiro. A seleção da Argentina é a atual campeã do mundo. Em 2024, registrou-se recordes de receitas, superando a casa de R$ 1.344 bilhão para o Flamengo, R$ 1.274 para o Palmeiras e R$ 1.115 para o Corintians.  



PARENTES DE MINISTROS NO STJ

A atuação de parentes de ministros como advogados no STJ está causando constrangimento aos magistrados e até mesmo a grandes bancas de advogados. Esses advogados não se limitam a manifestações processuais, mas partem para tecer comentários fora dos autos. Uma lei que alterou o Código de Processo Civil, no governo Bolsonaro, em 2022, estabelece que consultoria e assessoria jurídica "podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários". Servindo-se desse dispositivo "advogados fazem contratos particulares com as partes e não entram com procuração nos autos. Muitas vezes, nem as partes contrárias nem os próprios ministros sabem que essas pessoas estão participando no processo". 

O jornal Folha de São Paulo, em 2016, fez levantamento para mostrar que "parentes de 10 dos 33 ministros tinham parentes advogando na corte". Matéria do UOL, em 2024, indicou que "metade dos ministros do STJ tem filhos ou parentes advogando formalmente, com procuração, em quase mil processos em tramitação no tribunal". Além disso, há advogados parentes de ministros aposentados da corte e de ministros do STF, defendendo uma das partes em processos. Esses advogados são tratados como "príncipes". Os grandes escritórios de advocacia de Brasília alegam que recebem pressão dos "príncipes" para atuarem em conjunto com parentes de ministros. Isso acontece principalmente nos processos bilionários, em tramitação. A disputa entre Eldorado Celulose e J&F e Papel Excellence ou Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional e a Ternium, passaram por esse cenário, com advogados parentes de ministro do STF ou do STJ.  


CHILE CENSURA IGNORÂNCIA DE TRUMP

O ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, na noite de ontem, 21, está gerando reações; a China criticou hoje, 22, a medida arbitrária de Donald Trump. O ministro das Relações Exteriores da China assegura que a ação americana violou a Carta da ONU, vez que são estabelecidos "princípios das relações internacionais a serem cumpridos pelos Estados-membros"; afirmou que o ataque "agrava as tensões no Oriente Médio".   A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, declarou que "a mesa de negociações é o único lugar para acabar com esta crise". Na verdade, a maior crise foi instalada pelo presidente americano que, sem está envolvido no desentendimento ou na guerra, partiu para despejar suas bombas mortíferas ao território iraniano e a condenação deve ser da arbitrariedade de Donald Trump. O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, criticou severamente a ignorância americana. Disse: "Trump, que entrou como um presidente pacificador, iniciou uma nova guerra para os EUA. Com esse tipo de sucesso, Trump não ganhará o Prêmio Nobel da Paz", escreveu no Telegrama. 

O ministro das Relações Exteriores da Franca, Jean-Noel Barrot, não condenou o ato insensato de Trump, mas pediu "solução negociada," O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, de certa forma, apoiou a insensibilidade de Trump, quando diz que "o programa nuclear do Irã é uma grave ameaça à segurança internacional". Venezuela e Cuba condenaram a ofensiva americana e o presidente do Chile, Gabriel Boric, foi o único democrata da América Latina a reprovar a ação trumpista: "Atacar usinas nucleares é proibido pelo direito internacional. O Chile condena o ataque americano. Defenderemos o respeito ao direito internacional humanitário em todos os momentos. Ter poder não o autoriza a usá-lo em violações às regras que estabelecemos como humanidade. Mesmo que você seja os Estados Unidos". Países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Qatar não insurgiram contra o destempero de Trump. 


SECRETÁRIO DA ONU CONDENA EUA

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, ONU, António Guterres, condenou os ataques desferidos pelos Estados Unidos, com autorização do presidente Donald Trump, contra o Irã; ele declarou "gravemente alarmado" com a ação de Trump. Guterres investiu contra o militarismo e insistiu de que "o único caminho a seguir é a diplomacia". Disse mais o Secretário-geral: "Trata-se de uma perigosa escalada numa região já no limite - e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais. Há um risco crescente de que este conflito possa sair rapidamente do controle - com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo". O criminoso Netanyahu, em comunicado oficial, aplaudiu o gesto impensado de Donald Trump: "A América superou a si mesma". O presidente americano arrotou poder de guerra, dizendo que os Estados Unidos "podem fazer mais ofensivas caso o país não entre em acordo de paz. O Oriente Médio vai ter que aceitar a paz. Ou haverá paz ou haverá tragédia no Irã". 

O presidente Donald Trump omite que a tragédia da qual ele fala não é no Irã, mas no mundo; ele agiu como um ditador dos mais arbitrários, porquanto desrespeitou o poder do Congresso americano, a quem ele teria de consultar antes da ofensiva contra as instalações de Fordow, Natanz e Esfahan. O papa Leão 14 afirmou que a "humanidade pede paz", depois dos ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã". Por outro lado, o Irã atacou com mísseis, na manhã de hoje, 22, três áreas de Tel Aviv, deixando pelo menos 23 feridos, além de danificação em vários prédios na região de Ramat Aviv, na capital. O prefeito da cidade, Ron Huldai, assegurou que "as casas aqui foram atingidas com muita, muita gravidade.       

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 22/6/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

EUA entram na guerra: Trump confirma ataque a instalações nucleares no Irã

Trump informou que uma carga completa de bombas foi lançada na instalação principal, Fordow, e disse que agora "é a hora da paz". Imprensa iraniana confirma

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Irã diz que EUA decidiram 'explodir' diplomacia com ataques e que vai se defender 'por todos os meios necessários'

Segundo chanceler, EUA e Israel cruzaram 'uma grande linha vermelha'

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/ST

Irã lança mísseis contra Israel após EUA atacarem instalações nucleares do país persa

Explosivos atingem região de Tel Aviv na manhã de hoje, deixando ao menos 23 feridos, de acordo com serviços de resgate e polícia

A TARDE - SALVADOR/BA

ONU fala em 'consequências catastróficas' após ataque do EUA ao Irã

Irã pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Democrata pede impeachment de Trump 
após ataque não autorizado ao Irã

Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas neste sábado

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Irão alerta que EUA lançaram uma "guerra perigosa" e que ataques terão consequências "duradouras"

Após ataque dos EUA contra três instalações nucleares iranianas, ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano afirma que Teerão está a reservar "todas as opções para defender a sua soberania".

sábado, 21 de junho de 2025

RADAR JUDICIAL

RESGATE CHEGA À BRASILEIRA

Juliana Marins, 26 anos, caiu durante uma trilha ao vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia; esperou socorro por 16 horas até que por volta das 21.00 horas, os montanhistas chegaram com a equipe de resgate. A região estava encoberta por neblina e pouca visibilidade, daí porque a operação será recomeçada na manhã de domingo, noite de sábado, no Brasil. A irmã de Mariana informa que "o montanhista chegou lá e o resgate conseguiu descer até ela. Deram comida e água. Ela está estabilizada e viva, é o que temos de informação. Vão colocá-la na maca assim que possível". Juliana é natural de Niterói, publicitária e fazia mochilão pela Ásia. Na trilha no Rinjani ela contou com apoio de uma empresa de turismo da Indonésia. A moça levou uma queda e foi parar 300 metros da trilha original. Havia possibilidade de ela escorregar em direção a um precipício.    

BALÃO MATA 8 PESSOAS

Em Praia Grande/SC, no lugar denominado Capadócia, 270 quilômetros de Florianópolis, destino do balonismo, um balão tripulado com 21 pessoas, despencou, após pegar fogo, na manhã de hoje, e matou 8. As imagens mostram pessoas pulando do balão, em desespero, e o balão cai às margens da Rodovia SC-108, nas proximidades de um posto de saúde. Os 13 sobreviventes, entre os quais o piloto, foram conduzidos para hospitais próximos, pelo Corpo de Bombeiros e pelo Samu. A empresa que atua com balonismo, em Praia Grande, a Sobrevoar tinha autorização para a empreitada. A Prefeitura de Praia Grande emitiu nota oficial de pesar e informou que são dezenas de empresas credenciadas e mais de 7 mil pousos e decolagens por mês. Em outro caso, uma semana atrás, Juliana Alves Prado, 27 anos, morreu em passeio de balão em Capela do Alto, no interior de São Paulo. No passeio estavam o marido, Leandro de Aquino Pereira, mais 30 pessoas, das quais 11 ficaram feridas.  

ANTIGAS PRISÕES TORNARAM-SE HOTÉIS

Antigas prisões que abrigaram criminosos foram transformadas em hotéis, alguns sofisticados, pelo mundo afora. Algumas dessa novas hospedagens são destinadas a turistas com beliche e banheiro no corredor, outras são suítes de luxo com vista para a cidade. Na Finlândia, tem o hotel Kakola, na cidade de Turku, antes a prisão Kakolanmaki, uma das mais temidas na época. Foi desativada em 2007, originando um hotel de luxo, com suítes admiráveis, com quatro piscinas, cinco saunas e espaços para massagens. Uma diária para duas pessoas neste novo hotel custa 219 euros, ou seja, R$ 1.392,00. Em Boston/EUA, o The Liberty Hotel, da rede Marriott, era a prisão Charles Street Jail, de 1851. Esse hotel conta com quatro restaurantes, bar e quartos confortáveis. O valor de uma diária, no último andar, situa-se em US$ 813, correspondente a R$ 4.467,00.              

ASSESSORA POSTOU FOTO E É EXONERADA

A assessora comissionada da Secretaria do Estado de Administração do Estado de Goiás foi exonerada do cargo, porque postou foto ao lado do ex-governador Marconi Perigo, que deverá ser candidato em 2026, contra o nome indicado pelo atual governador, Ronaldo Caiado. Nara Batista trabalhava no Vapt Vupt, versão goiana do Poupatempo, em Pirenópolis. A assessora disse surpresa, porque não teve "condutas errôneas" no trabalho. Ela buscou informações sobre a motivação de sua dispensa, mas não obteve explicação alguma. Uma colega de Nara informou ter ouvido o motivo de sua saída, consistente nas fotos com o ex-governador Perillo, publicadas nas redes sociais. A foto ao lado do ex-governador aconteceu em 10 de junho, na festa das Cavalhadas, e três dias depois saiu sua exoneração, mas só tomou conhecimento quando retornou ao trabalho.   

FRAUDE AUTORIZADA

O juiz Ricardo Palacin Pagliuso, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de São José do Rio Preto/SP, condenou um banco na indenização de R$ 18 mil, por falha na prestação dos serviços. Trata-se do recebimento por uma cliente de um boleto pelo Whatsapp, com informação de que deveria quitar o financiamento no valor de R$ 15 mil; a mulher procurou atendimento no mesmo aplicativo e o banco orientou que deveria pagar. A mulher insistiu e buscou informação com seu gerente antes de efetuar o pagamento, mas também recebeu orientação para pagar e só depois descobriu a fraude, motivando ingresso da ação judicial. O juiz pediu imagens das câmeras da agência, mas não recebeu. Escreveu o magistrado: "A não apresentação das imagens, quando expressamente determinada pelo juízo, gera presunção de veracidade do fato que se pretendia comprovar. Assim, concluo que a autora compareceu à agência bancária e que o gerente lhe orientou a efetuar o pagamento do boleto fraudulento". A instituição bancária foi condenada também a R$ 3 mil por danos morais, importando no total de R$ 18 mil.    

Santana/Ba, 21 de junho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


 


REVOGADA DECISÃO PARA MECÂNICO VOLTAR À PRISÃO


O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado pelo ataque golpista do 8 de janeiro, que tinha sido liberado por decisão do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia, retornou à prisão por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ferreira foi reconduzido à prisão, ontem, 20, encontrado em Catalão/GO, e sua condenação prende-se ao fato de ter quebrado um relógio histórico, por ocasião da invasão e depredação dos edifícios dos Três Poderes, em Brasília. O magistrado liberou Ferreira, determinando progressão para o regime semiaberto, entendendo que ele faria jus à mudança, vez que cumpriu a fração necessária para receber o benefício, não cometeu falta grave e tem "boa conduta carcerária". O ministro assegurou que o juiz não tinha competência para decidir, além do fato de que o mecânico não cumpriu o tempo suficiente para migrar de regime. Ferreira foi condenado pelo STF, em junho/2024, a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência e grave ameaça, com uso de substância inflamável contra o patrimônio da União e considerável prejuízo para a vítima.   

O ministro rebateu a decisão do juiz, alegando que ele "proferiu decisão fora do âmbito de sua competência" e sem autorização do STF; afirmou também que o mecânico não cumpriu a pena por tempo suficiente, porque condenado por crimes de violência e grave ameaça, reclamando, no caso, percentual maior no regime fechado. Moraes entende que Ferreira deve cumprir 25% do tempo total de condenação para merecer o benefício, diferente do tempo que ele cumpriu, 16%. O ministro escreveu que "a conduta do juiz deve, portanto, ser devidamente apurada pela autoridade policial no âmbito deste Supremo Tribunal Federal". Ontem, a Corregedoria-geral do Tribunal de Justiça de Minas Gerais abriu procedimento para investigar a decisão do juiz.