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domingo, 8 de maio de 2022

COLUNA DA SEMANA

O presidente da República retornou com suas intempestivas e inconcebíveis agressões a ministros do STF, mas principalmente ao sistema eleitoral brasileiro; depois de insurgir contra o voto eletrônico e buscar a adoção do voto impresso, resolveu colocar o Exército como contador dos votos na eleição de outubro próximo; achou que suas bobagens eram poucas e sugeriu a participação do Exército na contagem dos votos eletrônicos. Não deixa de ser o cume da bestialidade de um cidadão maior, investido no maior cargo da Nação. Somente isto basta para se constatar o grave erro na escolha desse desqualificado homem para dirigir o país. O Congresso Nacional destruiu o sonho inexplicável de Bolsonaro no sentido de retroceder e voltar ao século passado, quando as eleições se processavam através do papel e quando eram comuns as fraudes eleitorais. Mas, o presidente quer confusão, quer arruaças, como sempre promoveu nesses anos de governo e nada melhor do que o voto impresso. 

Acerca da participação do Exército na apuração, não mereceu resposta do TSE tamanha a aparvalhada proposta. Saiu em defesa do sistema eleitoral o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se apressou para expressar seu desacordo com o presidente, ao declarar que "não há motivo razoável, e justa causa, para poder se questionar a higidez das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro". Afirmou que tais questionamentos "não contribuem e consequentemente eles podem, sim, atrapalhar o bom andamento das instituições". Insistiu na tese de que o TSE é o único responsável pela contagem dos votos das eleições. Mas a patetice do Chefe da Nação prossegue em ritmo acelerado quanto mais se aproxima do mês de outubro. Pois, o homem advertiu ao TSE de que um dos partidos que apoiam sua permanência no Planalto, o PL ao qual o general Braga Neto filiou-se, irá contratar uma empresa privada para fiscalizar as eleições. O grande erro de Bolsonaro de continuar brincando de ser presidente é do próprio TSE, quando deixou de admitir provas cabais no processo de cassação, existentes no STF, que terminou por julgar improcedente.

O certo é que Bolsonaro promove esses disparates, na expectativa de obter apoio dos militares; todavia, ele consegue alguma adesão, a exemplo do atual candidato a vice-presidente, general Braga Neto, que se apressou para filiar ao PL, certo de concorrer com seu chefe. Mas fica por aí, pois o senso geral do militar brasileiro é pelo respeito às regras democráticas. O convite a Braga Neto não vai modificar o predomínio da responsabilidade das Forças Armadas. Afinal, apenas em 1964 houve o cometimento de grande e impróprio erro do Exército, Marinha e Aeronáutica. E o resultado foi gravoso para o país em todos os sentidos, inclusive no econômico. A repetição de novo golpe não será aceita entre os próprios militares, apesar dos acenos de um psicopata, que governa o país.     

Salvador, 8 de maio de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


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