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domingo, 22 de maio de 2022

COLUNA DA SEMANA

As instituições foram viradas de cabeça para baixo, desde que sentou na cadeira de presidente um mau militar, um deputado federal "apagado", sem nenhum brilho na Câmara dos Deputados e um presidente da República despreparado em todos os sentidos para o cargo. A partir do momento que desembarcou no Planalto, Jair Bolsonaro encontra algum meio para fazer confusão, seja irritando e batendo bocas com apoiadores com falas que lhe desagradam, seja fazendo comentários racistas, no cercadinho do Palácio da Alvorada. Cativa os presentes, quando Bolsonaro insurge contra as instituições públicas do país, especialmente para denegrir a imagem de algum ministro do STF. A pregação de falácias, a exemplo de movimentar-se contra as instituições sanitárias para diminuir o perigo da covid-19 ou insistindo no bordão de que o cidadão armado não será escravizado já é comum e a "galera" que ali comparece só para aplaudir, vibra com tamanhas pieguices. 

Em mais de um século de República, jamais tivemos um presidente tão desqualificado, tão arruaceiro para exercício da mais nobre missão do país, como o atual. Talvez Bolsonaro possa ser comparado, em termos intelectuais, com a medíocre Dilma Rousseff, apesar de esta não ter outros defeitos singulares do atual chefe da Nação. É que não há um dia no qual Bolsonaro não promove algum fuzuê de médio ou grande porte. Investe contra políticos, contra ministros, contra empresários, enfim tumultua a ordem natural de quem devia zelar pelo sossego e pela paz dos brasileiros. Nem Dilma e muito menos Fernando Collor de Melo, apeados do poder, apresentaram-se com tantas violações aos rituais da importante função. Junto a isso, a demagogia barata do atual presidente é mais adequada para alguns políticos do interior que não medem o tamanho da estupidez para se expor como candidato à prefeitura deste ou daquele município. O almoço em mesa imprópria para refeição, o comer pastel em uma padaria qualquer ou uma manga com as mãos expõe o quadro brega do candidato à reeleição. 

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Brasília não por qualidades para dirigir a Nação, mas em virtude de uma série de coincidências. A primeira e mais abrangente situa-se na abominação ao PT, portanto voto contra o PT, seguindo-se de outras singularidades que enganaram a grande maioria do povo brasileiro, a exemplo da facada de Juiz de Fora, que serviu de trampolim para acesso à presidência. Além da incompetência e da baderna que cria no Planalto e em outros ambientes, e de outras excentricidades, soma-se a desatenção ao trabalho e os gastos exagerados com o cartão corporativo da União. Bolsonaro definitivamente não gosta de trabalhar; ele parece está de férias quase semanalmente, porque deixa Brasília ou descuida com a simples presença em cidades castigadas por enchentes, responsáveis por muitas mortes, e a União garante seus passeios, suas motociatas e outras extravagâncias. Afinal, mesmo antes de terminar seu mandato, em apenas três anos, foi o chefe de estado que mais promoveu despesas pessoais, acima de R$ 29 milhões, o que representa 18,8% superior aos seus antecessores. 

E o pior é que o presidente, ao invés de preocupar e movimentar-se para amenizar o sofrimento de brasileiros com a crise sanitária, econômica e social atiça com sua conduta e pronunciamentos, parecendo mais um abilolado que brinca com o sofrimento alheio para enobrecer o movimento bestialógico nacional, como diria Stanislaw Ponte Preta. Sobre a pandemia o povo já acostumou com a visualização de um inimigo da cura do vírus, responsável pela morte de mais de 660 mil pessoas; a economia está em frangalhos e os resultados mais dramáticos aparecerão mais adiante; acerca do social, o presidente distrai o povo sem atacar as reais necessidades, consistentes na fome, na educação, na violência e na empregabilidade dos trabalhadores. 

Este é o cenário do Brasil atual!

Salvador, 22 de maio de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.     

    


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