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segunda-feira, 7 de março de 2022

AFINAL, QUEM É PUTIN? (II)

A vida de Putin, antes de assumir a presidência, é de um espião riscoso. Passou parte de sua vida como agente da KGB na Alemanha Oriental, até a queda do Muro de Berlim, em 1989. O verdugo diplomou-se em Direito e logo foi para treinamento na KGB, em 1975, onde aprendeu a ter "comportamento imperial, como os czares; é implacável com os adversários, como Stalin, é estratégico, como Lenin, e tático na guerra psicológica, como Adropov." 
Em 1990, Putin tornou-se reitor adjunto para assuntos internacional da Universidade de Leningrado, atual São Petersburgo, e controlava a lealdade dos estudantes; depois passou a ser chefe de relações exteriores e vice-prefeito do município, a partir de 1994. Na prefeitura foi acusado de celebração de contratos duvidosos e licenças de evasão de capitais para a Espanha.

Em 1991, um grupo denominado Comitê Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder de Gorbatchev; como ocorre nas ditaduras, inventaram que o presidente estava doente e tinha afastado do posto; Gorbatchev foi para a Criméia; Gennady Yanayev, vice-presidente, foi nomeado presidente interino. Em agosto/1991, o golpe falhou e Gorbatchev retorna da Criméia, assume o poder em Moscou e promete puir os conservadores do Partido Comunista da União Soviética; demitiu-se da secretaria-geral do partido, mas continuou como presidente da República. Aí é que aparece Boris Yeltsin para avocar o controle da empresa central de televisão e os ministérios e organismos econômicos. O caos político instalou-se na União Soviética e o país foi dividido em varias repúblicas, a começar pelas repúblicas bálticas, compostas da Estônia, Letônia e Lituânia. Em dezembro deste mesmo ano de 1991, a Ucrânia proclama sua independência, com apoio de 90% da população, em plebiscito. No final do ano, já era o total de 11 das 15 repúblicas, independentes; logo depois, líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorrússia declaram extinta a União Soviética, e é criada a Comunidade dos Estados Independentes. Com o fim da URSS, Mikhail Gorbatchov, que governou entre os anos de 1985/1991, renuncia à presidência e a Federação Russa tornou-se sucessora. Antes de Boris Yeltsin outros presidentes comandaram o país por pouco tempo.

Em 1996, Vladimir Putir deixou a prefeitura de São Petersburgo e desembarca no Kremlin, através do círculo de novas amizades, incluindo personagens importantes da oligarquia russa. Boris Yeltsin recebeu o governo com as heranças soviéticas e foi merecedor de índices altos de reprovação; enquanto isto, o traiçoeiro Putin escalava em missões oficiais, ocupando, por exemplo, o cargo de diretor do serviço secreto de segurança da Rússia. Yeltsin encara Putin como seu sucessor natural. Não demorou para subir ao cargo de primeiro-ministro, 1999, no governo de Boris Yeltsin; recebe a incumbência de resolver a guerra da Chechenia.

Na eleição de 2000, com manobras de marketing e discursos, convence a população e é eleito presidente do país. Daí não saiu mais e pretende permanecer até 2036, de conformidade com as reformas que promoveu na Constituição russa. Seu planejamento, desde o início, situa-se na restauração do império russo, apesar de até o momento ele nem aproximou daquilo que era a Rússia de Stalin.

Putin guarda semelhanças, até físicas, com Adolf Hitler, seja pelos traumas infantis, falta de afeto, desimportância ao sexo, e a busca do poder nas áreas econômicas, social e territorial. Segundo alguns, sua estratégia passa pelo relato de fanatismo expansionista, visando criar espaço de dominação russa. O objetivo de Putin passou a ser a devolução da relevância política e territorial da antiga União Republicana Socialista Soviética, URSS, a fim de ser admirado e querido, segundo lições dos cientistas políticos. Em função disso, tornou-se um dos homens mais perigosos de todo o mundo.

Em 2004, reelegeu-se e permaneceu mais quatro anos na direção do governo russo. Diante do impedimento constitucional de candidatar pela terceira vez, convocou seu primeiro ministro, Dmitri Medvedev, para habilitar-se à presidência e ele como primeiro-ministro. Com a saída de Medvedev, que serviu de fantoche, na condução do país, volta Putin e ganha a eleição de 2012, já com mandato para seis anos. A oposição trabalhou para impedir a ascensão do carniceiro, mas ele venceu no primeiro turno. Em 2018, Putin é reeleito com ampla vantagem, 76% dos votos; evidente que o carniceiro trabalhou como Maduro na Venezuela e conseguiu se impor, com apoio do exército russo. Três anos depois de empossado para o terceiro mandato, em 2021, ele sanciona lei que permite sua habilitação por mais duas eleições; se eleito, poderá deixar o governo somente em 2036, com mais de 80 anos. Por duas vezes, ele foi considerado a pessoa mais poderosa do mundo, entre os anos de 2013 e 2016; sua influência é atribuída também a dependência da Europa do petróleo e do gás russos.

Salvador, 6 de março de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.









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