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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (CCXLIV)
SERVIDOR NÃO DEVOLVERÁ VALOR RECEBIDO
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou projeto de lei 101/2012, que concede bônus a procuradores do Legislativo, escolhidos para acumular função de assistentes técnicos especializados, e negou autorização para servidores devolver supersalários recebidos entre os anos de 2015 a 2020, sob fundamento de que não houve violação ao teto constitucional. A alegação foi de que em torno de 300 funcionários receberam R$ 6 mil por mês acima do teto, durante cinco anos. A Constituição estabelece que os procuradores não podem receber salários acima do que percebem os desembargadores do estado, R$ 35.6 mil. A aprovação do bônus deu-se em dezembro, quase quatro anos após a interpretação do STF acerca do teto salarial do funcionalismo público; ademais, o Tribunal de Justiça de São Paulo arquivou ação civil pública sobre o assunto.
GENERAL É DIRETOR-GERAL DO TSE
O TSE nomeou para diretor-geral o general do Exército, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Fernando Azevedo e Silva. Logo ao desembarcar na Corte, o novo diretor-geral, em reunião, falou em logística de guerra na eleição do próximo ano. Azevedo e Silva declarou que seu nome deve-se à tentativa para neutralizar contestações dos resultados das urnas. O general participou da campanha de Bolsonaro em 2018 e, entre os anos de 2019 a 2021, exerceu o cargo de ministro da Defesa. Em crise militar, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro e os comandantes das três Forças. Azevedo e Silva tem declarado absoluta confiança nas urnas eletrônicas.
O general mostrou-se surpreso com o trabalho do TSE, considerando a apuração no mesmo dia de 577 mil urnas; assegurou que essa atividade não é simples, afinal são 148 milhões de eleitores, 2 milhões de mesários em 2022. Afirmou que "não tem de se discutir mais se vai ser ela, se vai ter voto impresso. O Executivo mandou um projeto de lei, foi votado e derrubado"; declarou também que "o TSE e o STF estão debruçados nisso, para fazer uma regulamentação nessa questão das fake news".
CONTINUA PERSEGUIÇÃO AO JUIZ BRETAS
O juiz federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, responsável pelos processo da Lava Jato e alvo do ministro Gilmar Mendes, está respondendo a processos de suspeição e incompetência; o magistrado analisa a possibilidade de antecipar decisão, remetendo alguns dos processos para outro julgador. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região retirou da 7ª Vara Federal, onde está lotado Bretas, as ações da Operação Favorito, sobre fraudes na Saúde do Rio de Janeiro; retirou de sua competência outros processos sobre o ex-governador Sergio Cabral, sobre doleiros e outros.
O Ministério Público Federal, em pareceres, reafirma a competência de Bretas, mas decisões dos tribunais já retiraram da 7ª Vara ao menos 11 ações penais. Todo o problema é que Marcelo Bretas julga rápido e é competente; juízes desta natureza, como era Sergio Moro, Bretas e outros, na atualidade, não servem ao STF e aos tribunais, porque inconvenientes, face às condenações de grandes empresários e políticos.
SUSPEIÇÃO DE MINISTRO
O senador Randolfe Rodrigues ingressou no STF com notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro pela interferência, admitida pelo próprio presidente, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, e pediu que o ministro André Mendonça declare suspeito para analisar o caso. A petição sobre a investigação do presidente foi distribuída para o novo ministro. No requerimento está escrito: "O Ministro assumiu em 2019 o comando da AGU, com a chegada de Bolsonaro à Presidência, saindo somente em abril de 2020, para assumir a pasta da Justiça e Segurança Pública. A troca da diretoria do Iphan ocorreu em dezembro de 2019, de modo que se percebe que o Ministro foi Advogado-Geral da União durante o período em que o Presidente da República promoveu a mudança da cúpula do órgão administrativo, tornando-se temerária sua atuação neste processo por sua vinculação direta aos fatos ocorridos".
Randolfe pede ao novo ministro "acolhimento voluntário" da suspeição de imparcialidade com a remessa dos autos a outro ministro; se não acolhida, pede remessa ao Plenário. A possibilidade de acolhimento no Plenário é 0, até porque nem se vai pautar o pedido de suspeição, pois vários ministros já foram avos de suspeição e o STF simplesmente nada decide.
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 22/12/2021
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
SAIU EM O ANTAGONISTA
O Grupo Prerrogativas do Foro Privilegiado
O "coletivo" que organizou o jantar em homenagem a Lula é escudo jurídico do PT, uma força-tarefa da impunidade que faz campanha pelo chefão do partido

Foto: Ricardo Stuckert
Em artigo publicado hoje, em O Globo, Merval Pereira abordou a vergonhosa adesão de Geraldo Alckmin a Lula. Mas a parte que mais me interessou foi aquela em que ele discorre sobre o tal Grupo Prerrogativas, formado por advogados lulopetistas que se pretendem defensores do Estado de Direito, e Sergio Moro.
Merval Pereira disse o seguinte:
“O jantar comemorativo do grupo Prerrogativas em homenagem ao ex-presidente Lula se transformou em evento político de relevo, não apenas pela presença de vários líderes da esquerda brasileira, como pelo lançamento informal da chapa Lula-Alckmin à Presidência da República no ano que vem. Há uma diferença imensa, porém, entre defender que a Justiça seja feita ou acusar o ex-juiz Sergio Moro de ter distorcido os processos para condenar o ex-presidente e apoiá-lo publicamente como candidato à Presidência. Individualmente, cada um desses advogados tem o direito de apoiar quem quer que seja, mas o conjunto deles só deveria atuar em defesa de valores e princípios do Direito e da democracia, pois para isso foi formado.
Defender os direitos do cidadão Luiz Inácio Lula da Silva não significa, automaticamente, apoiá-lo à Presidência, mesmo que acreditem nessa balela de que o juiz Sergio Moro o condenou para ajudar Bolsonaro a vencer a eleição de 2018. O erro político de Moro se evidencia no flanco que abriu a seus críticos ao ter aceitado ser ministro da Justiça de Bolsonaro, não pelo fato em si, pois tinha a seu favor a intenção declarada do novo governo de apoiá-lo no combate à corrupção. Agiu melhor que outro “ingênuo”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que segue agarrado ao barco pilotado por Bolsonaro depois de inúmeras demonstrações de que o presidente não pretende cumprir nenhuma das promessas liberais no campo econômico.
Moro poderia ter feito como Guedes, permanecido no governo se contradizendo a cada ato e, se o objetivo fosse mesmo ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, ter feito vista grossa para os desmandos do chefe, ter protegido seus filhos e familiares como faz o procurador-geral da República, Augusto Aras, até atingir o objetivo. Ao contrário, deixou o governo ainda em seu início, denunciando a intenção do presidente de intervir na Polícia Federal para defender os seus, o que está se confirmando a cada dia.”
Merval Pereira foi elegante. Ninguém precisa ser morista para concluir que esse Grupo Prerrogativas é uma força-tarefa da impunidade, formada para ser escudo jurídico do PT, com o propósito de impedir que investigações pretéritas, presentes ou futuras sobre a companheirada e amigos possam ter andamento, sob o pretexto de defender o Estado de Direito (ou o Estado de Dinheiro). O fato apontado por Merval Pereira de o tal grupo atuar na pré-campanha de Lula de maneira tão ostensiva é revelador da verdadeira natureza do “coletivo”. Assim como é reveladora a forma como integrantes seus atuam nas redes sociais e na imprensa, para atacar o hoje pré-candidato Sergio Moro, com um despudor que nada tem a ver com defesa das liberdades fundamentais — e, o que é mais perturbador, em dobradinha com ministros de tribunais superiores, os mesmos de sempre, interessados em ferir de morte, no plano eleitoral, o ex-juiz da Lava Jato.
A julgar pela forma acintosa com que trabalha para Lula voltar a ser presidente da República e pela qualidade dos convidados para o jantar em homenagem ao chefão petista, o Grupo Prerrogativas deveria chamar-se Grupo Prerrogativas de Foro Privilegiado. Também sugiro que os seus integrantes abandonem o terno e gravata por traje mais condizente com a liturgia ora em vigor em Brasília: bermudas e camisetas tie dye.
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 21/12/2021
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (CCXLIII)
NEGADA LIBERDADE PARA CABRAL
O ministro relator Sebastião Reis Júnior, do STJ, negou liberdade para o ex-governador Sergio Cabral, preso por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A defesa, em Habeas Corpus, alega falta de contemporaneidade, porque fatos ocorridos há dez anos, denúncia analisada após dois anos. Neste caso, Cabral é denunciado por esquema de corrupção na área de transporte no estado.
