O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou secretamente diretriz autorizando o Pentágono a usar militares contra cartéis latino-americanos classificados como organizações terroristas. A medida amplia o papel das Forças Armadas em ações normalmente atribuídas a forças policiais. O objetivo é conter o tráfico de fentanil e outras drogas ilegais. A diretriz pode incluir captura ou eliminação de envolvidos no narcotráfico. Especialistas alertam para possíveis questionamentos jurídicos, sobretudo se houver uso letal fora de conflitos autorizados pelo Congresso. Militares americanos estudam cenários, mas sem planos ou datas confirmadas. A ação integra série de iniciativas do segundo mandato de Trump contra cartéis. O governo já classificou grupos como Tren de Aragua e MS-13 como terroristas. Facções brasileiras como PCC e CV também podem receber essa classificação. Recentemente, o Cartel de los Soles foi incluído na lista, acusado de ser comandado por Nicolás Maduro. Os EUA dobraram de US$ 25 mi para US$ 50 mi a recompensa pela captura de Maduro.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que militares americanos não entrarão no país. Historicamente, ações antidrogas dos EUA na região tinham caráter de apoio a forças locais. A nova diretriz abre espaço para atuação direta e unilateral, o que pode violar normas internacionais. O precedente mais próximo é a invasão do Panamá em 1989 para prender Manuel Noriega. Operações na Colômbia e no Peru, nos anos 1990 e 2000, eram mais restritas e focadas em inteligência. Há barreiras legais internas que limitam o uso militar em funções policiais. Uma justificativa possível seria a autodefesa nacional ligada à crise do fentanil. A medida ocorre enquanto o Pentágono reduz a influência de órgãos jurídicos internos. Trump reforça discurso que coloca os cartéis como inimigo central, ligando o tema à imigração e a regimes hostis.
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