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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

COOK, DEMITIDA POR TRUMP, TEM MANDATO ATÉ 2038

A economista Lisa Cook, afastada do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed) pelo presidente Donald Trump, fez história em 2022 ao se tornar a primeira mulher negra indicada ao cargo. Sua chegada ao Fed foi um marco de representatividade e o reconhecimento de uma carreira sólida em economia e políticas públicas. Cook foi professora na Universidade Estadual de Michigan, economista em Oxford e doutora pela Universidade da Califórnia, Berkeley. Pesquisou os impactos da discriminação sobre a economia americana e os efeitos das recessões sobre os mais pobres. Fala cinco idiomas, incluindo russo, e atuou no desenvolvimento internacional, como na recuperação de Ruanda após o genocídio de 1994. “Essa experiência me convenceu da enorme responsabilidade dos economistas”, disse em um vídeo. Foi indicada por Joe Biden, com mandato até 2038, levando ao Fed sua trajetória de destaque. Integrou o Conselho de Assessores Econômicos de Barack Obama e atuou no Departamento do Tesouro dos EUA. Na época de sua nomeação, críticos diziam que escolhas como a dela poderiam politizar a condução do Fed.

Esse debate ocorria em meio à inflação mais alta em 40 anos e à perda de milhões de empregos pela pandemia de Covid-19. Como uma das sete integrantes do Conselho, Cook participou das decisões sobre a taxa de juros americana. A taxa é o principal instrumento para conter a inflação e estimular a economia. Nos últimos meses, ela defendeu a manutenção dos juros. Adotou postura cautelosa diante das pressões inflacionárias. Buscou equilibrar estabilidade econômica e combate à alta de preços. Sua atuação reforçou o papel histórico de diversidade dentro do Fed. Cook se tornou símbolo de resistência e técnica qualificada em meio a disputas políticas. Sua saída gera debate sobre o futuro da política monetária dos EUA. Cook não é a única perseguida por Trump; ele tem desferido ataques injustificados ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tentando obter diminuição das taxas de juros. Nos 74 anos do Fed nunca houve quem atrevesse a questionar a independência do órgão.   

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