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domingo, 24 de agosto de 2025

TRABALHAR SEM SALÁRIO

Ninguém gostaria de trabalhar sem receber um salário. Ou pior, pagar para trabalhar. 
Ainda assim, pagar empresas para fingir que está trabalhando virou tendência entre jovens desempregados na China. O fenômeno cresce em meio à economia enfraquecida e ao desemprego juvenil, que segue acima de 14%. Sem empregos reais, muitos preferem pagar para frequentar um escritório do que ficar em casa. "Eu me sinto muito feliz", diz Zhou. "É como se a gente estivesse trabalhando em grupo." Esses escritórios “fake” surgem em cidades como Shenzhen, Xangai, Nanjing, Wuhan, Chengdu e Kunming. São espaços completos, com computadores, internet, salas de reunião e áreas de convivência.

Além disso, permitem buscar empregos, iniciar negócios e socializar. As diárias custam entre 30 e 50 yuan (R$ 22 a 38) e incluem refeições e bebidas. Segundo o professor Christian Yao, da Victoria University, o fenômeno é reflexo da transformação econômica. Ele considera os escritórios fictícios soluções transitórias para jovens em crise profissional. Zhou conheceu a Pretend To Work em uma rede social e passou a frequentar há três meses. Ele diz que o ambiente aumentou sua disciplina e tranquilizou seus pais. Apesar da flexibilidade, Zhou chega cedo e às vezes só sai às 23h. Ele afirma que os frequentadores viraram amigos e compartilham a rotina. Nos intervalos, conversam, brincam e jogam. Após o “expediente”, costumam jantar juntos. Para Zhou, estar no espaço o faz sentir-se produtivo. Ele garante estar mais feliz e motivado do que antes. 



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