Emma Maria Mazzenga, 92 anos, é velocista e detentora de quatro recordes mundiais em sua faixa etária. Em 2012, aos 79, venceu uma corrida na Alemanha mesmo deslocando o ombro ao se jogar na linha de chegada. No ano passado, quebrou duas vezes o recorde mundial dos 200 metros para mulheres acima de 90 anos, competindo sozinha. Pesquisadores da Itália e dos EUA estudam seus músculos, nervos e mitocôndrias para entender como ela mantém desempenho tão jovem. Seu condicionamento cardiorrespiratório é comparável ao de alguém com 50 anos, e suas mitocôndrias funcionam como as de uma pessoa de 20. A professora aposentada de ciências aceitou participar dos estudos na Universidade de Pavia, onde os cientistas coletaram amostras de seu músculo. O exame mostrou fibras rápidas semelhantes às de alguém de 70 anos, mas fibras lentas preservadas como as de uma pessoa de 20. Ela apresenta excelente capacidade de fornecer oxigênio aos músculos, e suas partes preservadas compensam perdas naturais da idade.
Pesquisadores planejam artigos acadêmicos sobre o caso. Mazzenga começou no atletismo aos 19 anos, parou por décadas devido à família e retornou após os 50. Hoje treina duas ou três vezes por semana em pistas ou às margens do rio, caminhando nos dias de descanso. Na pandemia, correu dentro de casa ou ao redor do quarteirão. Afirma que o esporte foi um “salva-vidas” e recomenda a outros atletas idosos: consultar o médico, respeitar limites e manter consistência. Especialistas ressaltam que nunca é tarde para começar: a atividade física reduz os efeitos do envelhecimento e deve ser acompanhada de nutrição e estímulos cognitivos. Mazzenga mantém dieta simples, com carnes, ovos, peixe e massas leves, evitando refeições antes dos treinos. Atualmente se prepara para competir nos 100 e 200 metros em Catânia, em setembro. Após a prova, voltará à universidade para novos testes e começará o treinamento de inverno. Mas ressalta: “Faço planos mês a mês, nada além disso”.
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