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domingo, 24 de agosto de 2025

JUÍZES E POLÍTICOS: SALÁRIOS 22 VEZES MAIOR QUE SALÁRIO MÉDIO

O Brasil está entre os países com maior desigualdade salarial entre gestores públicos e a população, atrás apenas de África do Sul e México. Políticos e juízes federais podem receber até 22 vezes mais que o salário médio do brasileiro. Segundo o Índice de Disparidade Salarial 2025, feito pelo grupo Livres, o presidente e deputados federais ganham cerca de R$ 44 mil, enquanto a renda domiciliar per capita nacional foi de R$ 2.069 em 2024. Juízes federais receberam, em média, R$ 48,6 mil, valor 23,5 vezes superior à renda média da população, segundo o CNJ. Houve casos de supersalários de até R$ 444 mil. A desigualdade brasileira supera a média global (10,7) e a de países em desenvolvimento (16,8). Na Argentina, a diferença do presidente para a população é de 9,2 vezes; no Chile, 13,7 vezes.

Entre deputados, a diferença é de 4,5 vezes na Argentina, 3,7 no Reino Unido e 3,0 em Portugal. Já ministros do STF, TSE e STJ recebem 22 vezes mais que a média dos brasileiros. Em países como Suíça e Alemanha, os salários da Suprema Corte equivalem a 6 vezes a renda média. O levantamento usou dados do IBGE, CNJ, CJF, além de estatísticas de Argentina e Espanha. Não inclui carreiras do Executivo, onde a disparidade pode ser maior: advogados da União receberam até R$ 547 mil em honorários em 2024. Especialistas afirmam que a disparidade enfraquece a confiança da população nos serviços e nas instituições democráticas. Como políticos e magistrados não dependem do serviço público, seriam menos sensíveis às necessidades da maioria.

Para a FGV, os supersalários do Judiciário são os mais graves, pois extrapolam o teto constitucional. Já políticos dependem de eleições, enquanto juízes têm vitaliciedade e benefícios extras. O estudo conclui que a renda elevada do funcionalismo gera sensação de injustiça e pode minar a legitimidade do Estado. 

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