O Departamento de Estado dos EUA anunciou ontem, 16, a suspensão de todos os vistos de visitantes para indivíduos da Faixa de Gaza, enquanto revisa os procedimentos usados para emitir vistos médico-humanitários.
Foram concedidos mais de 3.800 vistos B1/B2 a palestinos, 640 apenas em maio.
A medida ocorre após a ativista de extrema direita Laura Loomer, aliada de Donald Trump, afirmar que palestinos teriam entrado no país, contrariando a versão oficial.
A declaração gerou apoio de deputados republicanos, como Chip Roy e Randy Fine, que apontaram risco à segurança nacional.
A decisão ecoa a da França, que suspendeu o acolhimento de palestinos após investigar uma estudante acusada de comentários antissemitas.
Não há prazo definido para o fim da suspensão americana.
No mesmo dia, Israel anunciou distribuição de tendas e abrigos a moradores de Gaza para prepará-los à realocação do sul do território.
Segundo o porta-voz Avichay Adraee, o governo Netanyahu planeja ofensiva para tomar a Cidade de Gaza, centro urbano com 1 milhão de habitantes.
O plano prevê expulsão gradual da população em até dois meses para campos de refugiados ainda não divulgados.
A medida deve reduzir ainda mais o espaço onde vivem os cerca de 2 milhões de palestinos da faixa.
Paralelamente, a Defesa Civil de Gaza informou a morte de 36 pessoas, incluindo crianças, em novos ataques israelenses.
O porta-voz Mahmud Basal denunciou bombardeios contínuos em bairros da Cidade de Gaza, acusando Israel de “limpeza étnica”.
Segundo ele, 22 palestinos morreram em ataques aéreos, nove perto de centros de ajuda humanitária.
Outros seis, incluindo três crianças, morreram em ofensivas contra o campo de Bureij e a região de al-Mawasi, considerada área humanitária.
Basal afirmou que mais de 50 mil pessoas seguem presas no bairro de Zeitun sem água e comida.
“Nossas equipes não têm acesso aos feridos. A situação é catastrófica”, disse.
Israel declarou que busca o controle militar total da Cidade de Gaza e dos campos vizinhos.
O objetivo, segundo o governo, é derrotar o Hamas e libertar os reféns do ataque de 7 de outubro de 2023.
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