Os EUA poderiam ter evitado o declínio democrático se tivessem investigado e indiciado Donald Trump, como o Brasil fez com Jair Bolsonaro, afirma Steven Levitsky, professor de Harvard e autor de “Como as Democracias Morrem”. Ele elogiou a atuação firme do STF contra movimentos antidemocráticos, defendendo que democracias não se protegem sozinhas. Para ele, se a Justiça americana tivesse agido como a brasileira, a democracia dos EUA não estaria tão enfraquecida.
Segundo Levitsky, o país vive hoje um “autoritarismo competitivo”, com eleições regulares, mas uso sistemático do aparato estatal contra opositores. Ele citou perseguições a imigrantes, cortes a universidades — incluindo Harvard — e o desmonte de políticas públicas. Comparou o início do governo Trump a regimes de Chávez, Orbán e Erdogan.
Para o cientista político, o Brasil respondeu de forma “mais eficaz” às investidas contra a democracia, com ações como o inquérito das fake news e medidas para conter a desinformação em 2022. Destacou também a rapidez da Justiça brasileira em processar envolvidos na trama golpista, o que torna improvável o retorno de Bolsonaro ao poder.
Levitsky atribui parte da dificuldade americana à ausência de memória recente de autoritarismo, ao contrário do Brasil, que viveu ditadura entre 1964 e 1985. Isso, diz ele, fez com que autoridades dos EUA subestimassem a gravidade das ações de Trump. Antes do evento no IDP, Levitsky se reuniu com Lula no Planalto, onde posaram com o livro “Como as Democracias Morrem”.
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