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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 22/12/2021
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
SAIU EM O ANTAGONISTA
O Grupo Prerrogativas do Foro Privilegiado
O "coletivo" que organizou o jantar em homenagem a Lula é escudo jurídico do PT, uma força-tarefa da impunidade que faz campanha pelo chefão do partido

Foto: Ricardo Stuckert
Em artigo publicado hoje, em O Globo, Merval Pereira abordou a vergonhosa adesão de Geraldo Alckmin a Lula. Mas a parte que mais me interessou foi aquela em que ele discorre sobre o tal Grupo Prerrogativas, formado por advogados lulopetistas que se pretendem defensores do Estado de Direito, e Sergio Moro.
Merval Pereira disse o seguinte:
“O jantar comemorativo do grupo Prerrogativas em homenagem ao ex-presidente Lula se transformou em evento político de relevo, não apenas pela presença de vários líderes da esquerda brasileira, como pelo lançamento informal da chapa Lula-Alckmin à Presidência da República no ano que vem. Há uma diferença imensa, porém, entre defender que a Justiça seja feita ou acusar o ex-juiz Sergio Moro de ter distorcido os processos para condenar o ex-presidente e apoiá-lo publicamente como candidato à Presidência. Individualmente, cada um desses advogados tem o direito de apoiar quem quer que seja, mas o conjunto deles só deveria atuar em defesa de valores e princípios do Direito e da democracia, pois para isso foi formado.
Defender os direitos do cidadão Luiz Inácio Lula da Silva não significa, automaticamente, apoiá-lo à Presidência, mesmo que acreditem nessa balela de que o juiz Sergio Moro o condenou para ajudar Bolsonaro a vencer a eleição de 2018. O erro político de Moro se evidencia no flanco que abriu a seus críticos ao ter aceitado ser ministro da Justiça de Bolsonaro, não pelo fato em si, pois tinha a seu favor a intenção declarada do novo governo de apoiá-lo no combate à corrupção. Agiu melhor que outro “ingênuo”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que segue agarrado ao barco pilotado por Bolsonaro depois de inúmeras demonstrações de que o presidente não pretende cumprir nenhuma das promessas liberais no campo econômico.
Moro poderia ter feito como Guedes, permanecido no governo se contradizendo a cada ato e, se o objetivo fosse mesmo ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, ter feito vista grossa para os desmandos do chefe, ter protegido seus filhos e familiares como faz o procurador-geral da República, Augusto Aras, até atingir o objetivo. Ao contrário, deixou o governo ainda em seu início, denunciando a intenção do presidente de intervir na Polícia Federal para defender os seus, o que está se confirmando a cada dia.”
Merval Pereira foi elegante. Ninguém precisa ser morista para concluir que esse Grupo Prerrogativas é uma força-tarefa da impunidade, formada para ser escudo jurídico do PT, com o propósito de impedir que investigações pretéritas, presentes ou futuras sobre a companheirada e amigos possam ter andamento, sob o pretexto de defender o Estado de Direito (ou o Estado de Dinheiro). O fato apontado por Merval Pereira de o tal grupo atuar na pré-campanha de Lula de maneira tão ostensiva é revelador da verdadeira natureza do “coletivo”. Assim como é reveladora a forma como integrantes seus atuam nas redes sociais e na imprensa, para atacar o hoje pré-candidato Sergio Moro, com um despudor que nada tem a ver com defesa das liberdades fundamentais — e, o que é mais perturbador, em dobradinha com ministros de tribunais superiores, os mesmos de sempre, interessados em ferir de morte, no plano eleitoral, o ex-juiz da Lava Jato.
A julgar pela forma acintosa com que trabalha para Lula voltar a ser presidente da República e pela qualidade dos convidados para o jantar em homenagem ao chefão petista, o Grupo Prerrogativas deveria chamar-se Grupo Prerrogativas de Foro Privilegiado. Também sugiro que os seus integrantes abandonem o terno e gravata por traje mais condizente com a liturgia ora em vigor em Brasília: bermudas e camisetas tie dye.
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 21/12/2021
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (CCXLIII)
NEGADA LIBERDADE PARA CABRAL
O ministro relator Sebastião Reis Júnior, do STJ, negou liberdade para o ex-governador Sergio Cabral, preso por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A defesa, em Habeas Corpus, alega falta de contemporaneidade, porque fatos ocorridos há dez anos, denúncia analisada após dois anos. Neste caso, Cabral é denunciado por esquema de corrupção na área de transporte no estado.
JUSTIÇA CONDENA ESPOSO A R$ 4 BILHÕES
A Justiça britânica, através do juiz Philip Moor, condenou o emir de DubaI, Mohamed bin Rashin Al-Maktoum, 72 anos, a pagar a sua ex-mulher, princesa Haya Bint Al-Husseins, da Jordânia, 47 anos, o valor de 251,5 milhões de libras e 290 milhões para sustento dos filhos, Al Jalila, de 14 anos, e Zayed, de 9 anos, importando o valor total no correspondente a R$ 4,1 bilhões, a título de indenização pelo divórcio concedido pelo mesmo tribunal; torna-se a maior indenização de um tribunal inglês, em toda a sua história. Os beneficiados são a ex-esposa, a sexta, juntamente com os filhos. Ela fugiu de Dubai e pediu proteção, também para os filhos, à Justiça britânica, contra assédio e ameaças.
A princesa era a sexta e a mais jovem esposa do emir de Dubai, mãe de 2dos 23 filhos de Al-Maktoum; ela é filha do falecido rei Hussein, da Jordânia e meia irmã do atual rei Abdullah II.
PROCURADOR PODE PERDER APOSENTADORIA
O Órgão Especial do Ministério Público de São Paulo, por unanimidade, deferiu a abertura de ação civil pública por improbidade administrativa e outra ação civil, visando cassar a aposentadoria, que se deu em 2019, do procurador de Justiça Airton Grazzioli; ele é acusado de receber propinas para favorecer contratação de consultoria de contabilidade na fiscalização de fundações de direito privado e de entidades de interesse social; já houve busca e apreensão e, no mês de outubro, ele foi denunciado pela prática do crime de corrupção, na 15ª Vara Criminal de São Paulo. O requerimento teve origem na Procuradoria-geral de Justiça, através do procurador, Mário Luiz Sarrubbo, que acusa Grazzioli de receber vantagens indevidas.
PROCURADORIA PEDE MANUTENÇÃO DE INQUÉRITO CONTRA BOLSONARO
A Procuradoria-geral da República, através de parecer, manifestou pela manutenção de inquérito que apura a prática de atos ilícitos sobre as urnas eletrônicas, em live do presidente Jair Bolsonaro. A subprocuradora-geral Lindôra Araújo manifestou-se contra pedido de reconsideração para arquivamento do inquérito, requerido pelo presidente. Escreveu a subprocuradora: "O trancamento de inquérito criminal antes da conclusão das investigações é medida excepcional, somente admitida quando constatáveis, de plano, a atipicidade da conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a flagrante ausência de indícios de autoria e materialidade".
'GURU" AFASTA DE BOLSONARO
O guru de Bolsonaro rompeu com o pupilo, quando declarou que "a briga está perdida"; e mais: em live, Olavo de Carvalho disse que "o presidente esqueceu tudo o que ele dizia antes de assumir o governo". Adiante, Carvalho fala: "Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como "poster boy" para se promover, para se eleger. E, depois disso, não só esqueceu tudo o que dizia como até os meus amigos que estavam no governo, ele tirou". Carvalho ainda assegurou que não é "guru do Bolsonaro". "Isso é absolutamente falso. Conversei com ele somente quatro vezes na minha vida. E duvido que ele tenha lido um só livro inteiro".
GILMAR MENDES E SUA VERBORREIA
O ministro Gilmar Mendes não para de tocar fogo com suas declarações, semelhantemente ao presidente Jair Bolsonaro. O ex-Procurador-geral da República, Deltan Dallaghon, declarou que Gilmar Mendes deveria "ser coerente, se filiar a um partido e trocar a toga pelo voto". Um jornalista de O Antagonista comparou Gilmar Mendes a Carluxo, porque ambos disparam fake news contra Sergio Moro; afirma que o Carluxo de Lula, ministro Gilmar Mendes, "não vai ser contido durante a campanha". O ministro já ameaçou atacar Sergio Moro "no momento certo", como se fosse um político.
