Diante de todo esse imbróglio constata-se que as falas dos deputados e dos senadores rebelados, todos da oposição ao governo, provocam até mesmo o Judiciário, com o questionamento sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, quando decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro. Sabe-se que o posicionamento do ministro Moraes seguiu os trâmites legais e, portanto, de nada valem as manifestações equivocadas de legisladores que parecem não saber sobre o funcionamento do Judiciário. Um deputado bolsonarista, em ignorância incomum sobre a competência da Casa, chega a dizer que estamos "em guerra" e prontos para "revidar", invocando a composição dos rebelados de "muitos militares, muitos policiais, muitos egressos das forças armadas". O parlamentar certamente não conhece os trâmites legais de um grupo querer mandar no parlamento. O certo é que o Plenário, pelo menos por dois dias, transformou-se em circo, onde os palhaços não sabem como apresentar as acrobacias, mas apenas preocupam em atrapalhar.
Afinal, o grupo de deputados bolsonaristas não tem o poder de forçar o presidente da Câmara a pautar o que eles querem, reclamando a colocação em votação da anistia dos manifestantes do 8 de janeiro ou outro qualquer tema de seus interesses. O Brasil, neste caso, tem melhores leis e melhores meios para impedir a propalada anistia do que os Estados Unidos, pois se o Congresso assim decidir, a definição final sobre esse caso será do Judiciário. Nos Estados Unidos, Donald Trump assumiu o cargo e liberou milhares de condenados, gente que cumpria prisão de muitos anos. Isso não ocorre no Brasil, porque somente o Judiciário tem essa competência. Enfim, é lamentável que situações dessa natureza continuem a deformar o verdadeiro sentido do Congresso Nacional. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, retomou o comando da Casa ainda ontem.
Salvador, 7 de agosto de 2025.
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