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domingo, 10 de julho de 2022

COLUNA DA SEMANA

A comunicação no governo hitlerista era comandada por Goebels que recomendava a repetição de uma mentira, como técnica de propaganda para transformá-la em verdade, perante a opinião pública. Atualmente, essa estratégia dos governantes nazistas desembarcam com outra denominação: fake news. Esta tática possibilitou a vitória e a admiração de Donald Trump nos Estados Unidos, apesar do desmonte de suas habilidades desvirtuosas que se apura no Congresso e na Justiça americana. Trump afirmou em muitos momentos sobre os "votos ilegais" para questionar a vitória de Joe Biden, em 2020. O ex-presidente americano deixou seguidores, dentre os quais se destaca o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O presidente e seus principais assessores mostram bem a aplicação de princípios, contrários à plataforma política instalada em 2019, dentre as quais o combate à corrupção.            

O presidente Bolsonaro, logo depois de eleito, naturalmente, surpreso com a vitória inesperada, originada mais de rejeição ao PT, inseriu em seu programa o combate ao sistema eleitoral, implantado desde 1966, com a informatização das eleições no Brasil. Alega fraudes nas eleições de 2014 e 2018, mas não aponta um só indício desta afirmativa, desmentida pelos fatos, que espelham a seriedade dos pleitos nesses últimos mais de 50 anos. Para engabelar o cenário tranquilo das eleições, Bolsonaro conseguiu arregimentar generais para seu governo, conferindo-lhes poderes, depois que foram para reserva, e a ameaça de golpe despertou a atenção até do governo americano. Essa é uma faceta do despreparo de Bolsonaro para comandar o país, que ainda tentar continuar por mais quatro anos. 

Apesar do combate diuturno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comprovadamente corrupto, o atual presidente segue a mesma caminhada. O mais recente escândalo deu-se com seu dileto amigo, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que chegou a ser preso e agora responde a investigação por corrupção desenfreada no Ministério, que respinga no presidente. O grande feito de Ribeiro deu-se com a instalação de um gabinete paralelo, comandado por evangélicos, com a troca de barras de ouro por verbas da pasta. Aliás, já tramita no STF apuração da interferência do presidente nos atos que comprometeram a honestidade da administração do ex-ministro. Mas não fica por aí. O denominado "centrão", chefiado por dois personagens, réus na Justiça, são os atuais dirigentes da aplicação do denominado "orçamento secreto". Eles estão desmantelando toda a aplicação dos recursos financeiros do governo, nas necessidades do povo brasileiro. As acusações contra Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e contra o chefe da Casa Civil do governo, Ciro Nogueira, se sucedem.

Mas aí não se esgotam as desordens. O ex-ministro da Saúde, originado do Exército, Eduardo Pazuello, responde a acusações pela prática de corrupção. Foi causador, por negligência, da morte de muitas pessoas, no Amazonas. Recursos foram desviados para produção de cloroquina e outras invenções no combate à covid-19. Nem se vai circunstanciar sobre a absoluta incompetência de Pazuello, no Ministério da Saúde. Aliás, parece que Bolsonaro escolheu dois dos mais importantes ministérios para implantar a inidoneidade e a barberagem. Dos quatro ministros que passaram pela Saúde, dois mostraram competência e seriedade, mas Bolsonaro não quer gente séria no seu entorno, daí porque não permitiu que um deles, o médico Nelson Teich, permanecesse no cargo nem por 30 dias. Na Educação, os estragos são maiores. O primeiro, Ricardo Vélez, sobrevivem por apenas três meses; apareceu a figura de um semianalfabeto, Abraham Weintraub que ficou encastelado no cargo por pouco mais de um ano; deixou o país fugido para ocupar um cargo em Washington; responde por crime de racismo e um inquérito das fake news. O terceiro ministro da Educação, Carlos Decotelli, apesar de nomeado e elogiado pelo presidente, nem assumiu, porque com informações no currículo falsas. Renato Feder não aceitou o convite e apareceu o quarto ministro, Milton Ribeiro. O quinto ministro da Educação ainda não foi nomeado e Victor Godoy Veiga assumiu interinamente a chefia desde fim de março, quando Ribeiro foi defenestrado. 

Os desmandos na República brasileira não param por aí, pois o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, perdeu o comando, e conseguiu facilitar o garimpo ilegal, permitiu o desmatamento, queimadas e a destruição do meio ambiente, na Amazônia. 

Salvador, 10 de julho de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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