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domingo, 22 de janeiro de 2023

COLUNA DA SEMANA

Antonio Cláudio
É inacreditável como uma parte da população brasileira, deixa-se engabelar com as mentiras de Bolsosano e seu grupo de aloprados, passando a acreditar nas mais inconcebíveis lorotas, preparadas e publicadas nas redes sociais, com trânsito livre para o fanatismo. Aliás, o desembarque de Bolsonaro no Palácio do Planalto deu-se exatamente pelo trabalho cheio de falsidades dos vândalos que lhe acompanham inclusive depois de derrotado, com o quebra-quebra dos prédios públicos em Brasília. A mais recente balela aconteceu em ato de destruição de um relógio, ação praticada por um criminoso bolsonarista, um homem bastante perigoso, com ficha na Polícia, segundo um seu vizinho; o objeto estava exposto no terceiro andar do Palácio do Planalto, quando o invasor, no 8 de janeiro, conseguiu destruí-lo, em parte, deixando bastante difícil a possibilidade de recuperação. 

Mas vamos adiante. O relógio de pêndulo do século XVII, segundo o curador dos acervos do Palácio do Planalto, Rogério de Carvalho, foi trazido, em 1808, por Dom João IV e pode ter sido um presente do rei da França, Luís XIV, ou compra da corte portuguesa. O medidor de horas já não estava em funcionamento há pelo menos 10 anos, porque com problemas não solucionados; mesmo assim era exposto no Palácio como objeto histórico; foi restaurado em 2012, depois de resgatado em um depósito do governo federal. É uma das duas peças existentes, sendo que a outra está no Palácio de Versalhes, na França, mas de tamanho inferior, metade do que foi parcialmente destruído, no Brasil. A Polícia identificou o vândalo, mas não evitou a propagação das mentiras, uma delas de que o relógio foi dilapidado por um infiltrado, chamado de Danilo, do MST. Bruta mentira que visa esconder a prática do crime por um bolsonarista. Vários jornais desmentem a notícia de infiltração, principalmente depois de verificação Lupa. Na comparação dos dois homens, a Lupa constatou que as características físicas dos dois, como as sobancelhas e queixo, são diferentes; uma real, outra bruta montagem dos bolsonaristas. 

A mentira mais surpreendente foi buscada na Amazônia, com a imagem de um homem agonizando num matagal, coração exposto, e é retratado como se fosse o autor da destruição do relógio, sob fundamento de queima de arquivo. Mentira deslavada, mas que os bolsonaristas difundem nas redes sociais e os fanáticos bolsonaristas, além de acreditar, ainda espalham a bazófia. A imagem descoberta pelos bolsonaristas para esconder o crime do iconoclasta, mostra um caçador, caído e ferido, atacado por uma onça, num matagal, na Amazônia, e daí fizeram a torpe montagem. Essa imagem circula desde novembro/2022, antes, portanto da invasão do Planalto e nada tem a ver com a destruição do relógio. O destruidor do relógio usava uma camisa estampada com o rosto de Bolsonaro, Antonio Cláudio, conhecido por Cláudio ou Claudinho, que inclusive já foi preso por roubo. 

Recorde-se que a expressão fake news passou a ser usada com vigor nesses anos de Bolsonaro no poder. 

Salvador, 21 de janeiro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


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