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sexta-feira, 30 de maio de 2025

FUNCIONÁRIO AMERICANO QUER ENSINAR MINISTRO BRASILEIRO

Era só o que faltava: o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, através de um funcionário, mandou carta para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, questionando às ordens de bloqueio de contas em redes sociais americanas, segundo noticia o jornal The New York Times. A carta ensina o ministro como proceder, no sentido de reforçar as leis brasileiras no ambiente virtual, mas sem ordenar empresas americanas a tomar decisões. O ministro, certamente, não vai responder nem comentar esse absurdo do governo americano. A carta refere-se à suspensão da plataforma de vídeos Rumble em todo o território nacional, determinada por Moraes, em fevereiro. Moraes assim procedeu depois que a plataforma descumpriu várias ordens judiciais e não dignou a indicar o representante da empresa no Brasil. Decisão no mesmo sentido foi, anteriormente, promovida contra o X, que terminou sendo bloqueado. Nada de interferência nos Estados Unidos, mas enquanto a plataforma, no Brasil, não seguir as normas brasileiras. 

Empresas americanas, inclusive o Rumble, asseguraram que a decisão de Moraes violava a soberania e a Constituição americana, inclusive cerceando a liberdade de expressão. O secretário de Estado, em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, assegurou que o governo Trump estava analisando possível punição a Moraes. Sobre alegada punição a Moraes, disse Marco Rubio: "Está em análise neste momento e há uma grande possibilidade de acontecer". A única medida que o governo americano pode apresentar contra Moraes é a suspensão de visto para entrada no país, mas o mundo não se limita aos Estados Unidos e o país também perde com isso. Abre-se a hipótese de Moraes ter bens bloqueados nos Estados Unidos e transações com instituições americanas.  

O absurdo de tudo isso reside em autoridade de segundo escalão mandar carta a Moraes, ministro da mais alta Corte de Justiça, ensinando sobre sua conduta em eventuais erros de americanos no Brasil. Evidente que o ministro jogará esse "documento" no lixo, pois não tem outro entendimento para reparar essa desaforada interferência na Justiça brasileira. Aqueles que defendem a medida americana basta imaginar se houvesse o inverso do Brasil para os Estados Unidos!


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