O general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, em depoimento, ontem, no STF, no processo da tentativa de golpe de Estado, confirmou sua participação em reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro, quando foi comentado sobre ruptura do estado democrático; ele avisou ao ex-presidente que o Exército não iria aderir ao movimento. O general declarou que "jamais deu voz de prisão ao ex-presidente", diferentemente do que afirmou à Polícia Federal. Freire Gomes disse que advertiu sobre os riscos do plano golpista. Falou: "foram só lidos alguns considerandos e, nesses considerandos, constavam aspectos que remetiam a uma possível GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de Defesa ou de Sítio. Mas muito superficial". Foram tomados depoimentos de quatro testemunhas. Clebson Ferreira de Paula Vieira, analista de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, no seu depoimento, explicou que ficou "perplexo" com pedidos da delegada federal Marília Alencar para bloquear estradas, visando prejudicar o trânsito de eleitores, no segundo turno das eleições de 2022. Ele informa que havia "desespero da cúpula", visando obter informações localizar os pontos onde Lula teria mais votos.
O coordenador de análise de inteligência da Polícia Federal, na época das eleições, Adiel Pereira Alcântara, depôs no STF sobre a existência de força-tarefa, visando "mapear os eleitores de Lula". Explicou que o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, tinha aproximação "exagerada" com o governo Bolsonaro; mencionou "abordagens indevidas a ônibus no dia da votação". Disse: "Ele (Silvinei) cobrou fotos das abordagens dos ônibus aos superintendentes. Eu era muito crítico à gestão do Vasques, porque ele estava muito próximo do ex-presidente e vinculando a imagem da corporação ao ex-presidente. Ouvi que era ordem esse policiamento direcionado. Foram as nuances que fui juntando e cheguei a essa conclusão. (Silvinei) estava fazendo uma polícia de governo, não de Estado. Queria militarizar a PRF".
Nenhum comentário:
Postar um comentário