A maioria das nomeações do papa Leão 14 para bispos católicos nos Estados Unidos tem defendido melhor tratamento aos imigrantes, sinalizando uma possível mudança na resposta da Igreja às políticas anti-imigração do governo Donald Trump. Ao menos dez dos 13 bispos escolhidos até agora, incluindo o novo arcebispo de Nova York, falaram publicamente sobre o tema. Alguns classificaram as medidas do governo como cruéis; outros pediram respeito ao devido processo legal nas deportações. Segundo um conselheiro próximo ao papa, as nomeações indicam que a defesa dos imigrantes passou a integrar de forma central a visão da Igreja sobre o valor da vida, da concepção até a morte. Para o cardeal Blase Cupich, isso amplia o entendimento do que significa ser “pró-vida”. Tradicionalmente, a agenda pró-vida dos bispos americanos se concentrou no combate ao aborto legal. Leão 14, porém, ampliou esse conceito ao questionar se políticas que tratam imigrantes de forma desumana podem ser consideradas pró-vida.
Nos primeiros meses de pontificado, o papa nomeou bispos em várias cidades dos EUA. O novo arcebispo de Nova York, Ronald Hicks, ex-missionário em El Salvador, reafirmou críticas à repressão migratória. Especialistas destacam que as nomeações episcopais são o legado mais duradouro de um papa, já que bispos podem permanecer décadas no cargo. Trump não respondeu diretamente às críticas, enquanto o vice-presidente J.D. Vance defendeu as políticas do governo. Alguns dos bispos nomeados são imigrantes ou filhos de imigrantes e participam ativamente de protestos, acompanhamento jurídico e ações públicas em defesa dos direitos e da dignidade dos migrantes.
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