Piada macabra: Putin quer mediar guerra entre Irã e Israel
A ausência de líderes globais preparados não é só lamentável. É cada vez mais perigosa ao planeta e aos terráqueos

Vladimir Putin, o mesmo que arrasou Grozny na Chechênia, massacrou civis sírios em parceria com Bashar al-Assad e transformou maternidades e hospitais ucranianos em escombros fumegantes, agora aparece – vejam vocês! – como voluntário para mediar a mais nova guerra entre Israel e Irã.
Sim. É como se Jack, o estripador, se oferecesse para liderar um seminário de resolução de conflitos conjugais. A cena seria cômica, se não fosse mais um capítulo da diplomacia farsesca sanguinária do carrasco russo. Mas ao cinismo e à hipocrisia geopolítica não há barreiras intransponíveis.
A matança na Ucrânia segue. Não em pausa, não em trégua, não em negociação. Segue com drones iranianos matando civis e destruindo residências, artilharia russa indiscriminada e cadáveres empilhados em cidades outrora europeias. Putin não cessou fogo. Ao contrário, multiplicou os focos de incêndio.
Vácuo de poder
É justamente esse personagem macabro, o estrategista do caos, que se apresenta ao mundo como avalista da paz entre Jerusalém e Teerã, já que no comando da Casa Branca alternam-se silêncios convenientes e bravatas calculadas, e a Europa, como sempre, assiste à espera de uma decisão alheia.
Não há neutralidade e moralidade minimamente aparentes em Putin, para que se meta a conciliador. O amigão de Lula é parte da engrenagem que sustenta o regime teocrático iraniano e suas ramificações armadas no Líbano, na Síria e em Gaza. Apoia o Hezbollah, arma o Hamas, protegia Assad.
Ao tentar se vestir de mediador, apenas quer um meio de reforçar o controle sobre a desordem que ele mesmo ajuda a cultivar, sob o olhar delirante de Donald Trump, que promete ser o The ultimate peacemaker – o pacificador definitivo. Como é mesmo? “Com dois telefonemas a Putin termino com a guerra na Ucrânia”.
A ausência de líderes globais preparados não é só lamentável. É cada vez mais perigosa ao planeta e aos terráqueos. Parecemos retornar à idade média. A diferença é que agora temos smartphones e bombas nas mãos.
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