Em sessão do Tribunal do Júri, em Taguatinga, no Tocantins, no início deste mês, o promotor Breno Simonassi, na sustentação oral, chamou de "rata" e outros, pejorativos, como covarde, à advogado Pamella Abel. A advogada registrou a ocorrência na polícia, onde está anotado que "de forma direta, por diversas vezes, (Breno Simonassi) me chamou de rata, ardilosa, sorrateira, de maneira gratuita, com o objetivo claro de atingir minha honra subjetiva". No início de sua manifestação, o promotor teceu elogios à advogada, dizendo: "Dra. Pamella Abel, eu já tive o privilégio de atuar no Tribunal do Júri, aprendi muito, me ensinou junto com colegas que estavam naquele momento. Peço que Vossa Excelência tenha respeito com este promotor. Sabe que sou aguerrido e que teremos embates, mas são teses de plenário. Tem meu respeito e acho que Vossa Excelência vai compreender a minha fala hoje, que reflete naquele júri passado".
O vídeo que causou polêmica foi gravado na sala secreta do Tribunal e o material foi editado, sem identificar os jurados, mostrando apenas trecho no local, sem imagens das pessoas. O promotor, naquele júri de fevereiro, viu na postagem violação de sigilo. Na sessão deste mês, o promotor passou a agredir os advogados. Os dois advogados de defesa, Pamella e Myqeias Balbino, em nota pública, classificam o ato do promotor como "grave caso de violência institucional contra a advocacia". O caso será decidido pelo Conselho Nacional do Ministério Público. A OAB de Tocantins entendeu que houve desrespeito e "a advocacia é indispensável ao sistema judicial e qualquer agressão a um advogado e uma advogada representa uma afronta acintosa ao Estado de Direito".
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