O Procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou pela prisão domiciliar do ex-presidente Fernando Collor de Mello, alegando caráter humanitário, em substituição ao cumprimento integral da pena. Gonet assegurou que a prisão domiciliar é uma "medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada". A defesa do ex-presidente alega que a prisão "pode agravar seus problemas de saúde", vez que Collor, 75 anos, trata de doenças de Parkinson, apneia do sono grave e Transtorno Afetivo Bipolar, segundo laudo médio no processo. O relatório é assinado por profissional de saúde do presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió/AL, afirmou que "o sistema prisional alagoano tem condições de manter o tratamento de saúde de Collor". Todavia, o Procurador insiste em alegar que "esse quadro de saúde pode vir a ser ainda mais vulnerado caso (Collor seja) mantido afastado de seu lar e do alcance das medidas obrigacionais e protecionistas que deverão ser efetivadas pelo Estado". Collor usa diariamente oito remédios e todos poderão ser usados no local onde ele se encontra.
O ex-presidente foi preso na sexta-feira, 25, e responde à pena de oito anos e dez meses de prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 20 milhões em propina para assinatura em contratos fraudulentos da BR Distribuidora com a construtora UTC. A prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes foi confirmada pelo STF com 6 votos contra 4, sendo estes comandados pelo ministro Gilmar Mendes, que não obteve êxito na sua tentativa de evitar a prisão de Collor. O ex-presidente está em uma ala especial, com direito a cela individual.
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