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sábado, 4 de maio de 2024

PRAÇA NÃO É DO JUIZ

A juíza Carmen Cristina Fernandez, da 5ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, acatou pedido da Prefeitura de São Paulo, para reintegrar a praça Ramiro Cabral da Silva, em Interlagos, ao município. A magistrada assegurou que o juiz aposentado "não tinha chegado a exercer posse sobre a área, a qual, há alguns anos, encontra-se sob a posse do Município, razão pela qual não lhe assiste o direito de simplesmente cercar o imóvel neste momento". A área foi cercada pelo juiz aposentado Wanderley Sebastião Fernandes, no mês de março. A juíza informou que a subprefeitura de Capela do Socorro realiza investimentos na área e presta manutenção periódica. A praça, com quase 800 m2 foi batizada de Praça Ramiro Cabral da Silva, em 2009, na gestão Gilberto Kassab, e está bem próxima de onde reside o prefeito Ricardo Nunes. 

A Procuradoria-geral do Município alega que o local era área pública em 2002, quando o juiz aposentado Wanderley Sebastião Fernandes adquiriu o terreno e o negócio empreendido não teve efeito legal, mas Fernandes chegou a pagar Imposto Predial e Territorial Urbano. Em 2016, a 6ª Câmara de Direito Público julgou procedente ação proposta por Fernandes, mas a decisão está em fase recursal. Em nota a prefeitura informou que "está adotando as medidas cabíveis e pertinentes sobre o caso citado. A gestão municipal defende que a área é pública e foi solicitada medida de urgência". O certo é que a área é disputada na Justiça desde o ano de 2006. 


 

MORAES LIBERA MAURO CID

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu ontem, 3, liberdade para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ele estava preso desde o dia 22 de março, quando sua colaboração premiada e a investigação da Polícia Federal ficaram sob suspeita. O ministro manteve o acordo de colaboração do tenente-coronel, porque "foram reafirmadas a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade". O ministro seguiu parecer da Procuradoria-geral da República. A liberdade de Cid foi seguida da manutenção das medidas cautelares, entre as quais o impedimento de manter contato com outros investigados. Cid retornou à prisão exatamente por descumprimento de medidas cautelares e por obstrução à Justiça.   

O tenente-coronel fez críticas ao ministro, dizendo que "O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação". Mauro Cid disse também que houve um encontro entre Alexandre de Moraes com Bolsonaro, mas defendeu-se alegando que estava "com problemas financeiros e familiares". Essa e outras afirmações de Cid sobre Moraes, "foi um desabafo por causa dos seus problemas atuais e da exposição midiática". Cid invocou a Folha, dados do Coaf, para mosrar "que Bolsonaro arrecadou ao menos R$ 7 milhões em uma vaquinha para doações via Pix".    

 

ADVOGADO COBRA R$ 51 MILHÕES

O advogado César Santos Crisóstomo cobra do empresário Pablo Marçal R$ 51 milhões, por ter encontrado ações movidas pelo pré-candidato a prefeito de São Paulo entre 2022 e 2023. Marçal classificou a atitude do advogado de "ápice do fracassado". Disse o empresário: "O Estadão está me procurando porque eu falei que nunca processei uma pessoa e continuo falando. E o cara (advogado) não me acionou na Justiça pedindo R$ 50 milhões? Pediu, porque ele achou um processo meu (o advogado apresentou 9 ações e um HC). O processo: CNPJ de campanha eleitoral. Não me deixaram entrar no debate e eu fui pedir o direito de ir pelo povo. O que acontece? O cara entrou na Justiça pedindo R$ 50 milhões para mim. Eu falo "mano", o que um cara desse o que ele faz na vida? É o ápice do fracassado".    

O Estadão noticiou que o advogado do Ceará ingressou com ação contra Marçal pedindo R$ 51 milhões pela promessa do empresário, em entrevista em março deste ano. Marçal declarou "que pagaria US$ 1 milhão para a pessoa que encontrasse algum processo movido por ele contra alguém por qualquer coisa". Complementou que o "juiz, hoje, já falou onde você vai com essa conversa maluca sua?" Na verdade, a juíza da 2ª Vara Cível de Barueri/SP, Daniela Nudeliman Guiguet Leal remeteu o processo para Santana do Parnaíba, onde mora Marçal e determinou que o autor prove o direito à gratuidade. A confusão toda originou-se da entrevista, onde diz Marçal: "Vamos fazer um desafio valendo US$ 1 milhão. Acha aí meu CPF e vê se eu processei alguém por conta de qualquer coisa. Ache um processo, eu processar... Meu amigo, ache um processo. Ache eu processando uma única pessoa. Tem mais de 50 CNPJs, pode pegar, não existe processo. Rapaz, não tem como, eu que governo essa bodega, não aceito processar, não mexo com gente otária. A gente prospera tanto que não precisa ficar olhando para o lado, para gente otária".    

 

MAGISTRADOS: MAIS DE UM MILHÃO

O Tribunal de Justiça de Rondônia, no mês de fevereiro, emitiu contracheques para alguns juízes com valores superiores a R$ 1 milhão, um dos quais com R$ 1,6 milhão. Para alcançar quantias tão elevados constam "vantagens eventuais", apesar de não enumerar os itens dessas vantagens. O valor maior coube ao desembargador Jorge Luiz dos Santos Leal, da 1ª Vara Criminal, com R$ 1,64 milhão, e descontos de R$ 589 mil, inclusive o "abate teto", figurando no final o recebimento de R$ 1.054 milhão líquido. Na relação dos altos salários são enumerados cinco desembargadores. Entre os juízes Glauco Antônio Alves recebeu R$ 1,19 milhão líquido; ele está lotado no Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Ouro Preto do Oeste e é diretor do foro e Francisco Borges com R$ 1,1 milhão líquido. 

Um grupo de juízes recebeu mais de R$ 1 milhão somente no título de "vantagens eventuais"; outros 64 juízes foram contemplados com importâncias entre R$ 502 mil e R$ 987 mil, no mês de fevereiro. O Tribunal de Justiça de Rondônia é considerado pelo CNJ como o "melhor Judiciário do Brasil", segundo avaliação do secretário-geral juiz Ronaldo Forti Silva. A matéria é do jornal Estadão.





MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 4/4/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Cheia em Porto Alegre bate recorde e registra maior nível da história

Águas continuam subindo e o nível do Lago Guaíba ultrapassou a marca histórica da maior enchente já registrada na capital gaúcha em 1941

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

TSE nega recurso e confirma inelegibilidade de Jair Bolsonaro 

e Braga Netto

Caso se encerra na Justiça Eleitoral, mas ainda é alvo de recurso 

que tramita no Supremo

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Moraes manda soltar Mauro Cid e mantém sua delação de pé

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia sido preventivamente após ter insinuado pressão em colaboração

EXPRESSO - LISBOA/PT

Eleições na Madeira: ninguém quer aliar-se ao PSD de Albuquerque

sexta-feira, 3 de maio de 2024

RADAR JUDICIAL

TRIBUNAL E AMAB DEFENDEM MAGISTRADOS E SERVIDORES

Em Nota conjunta o Tribunal de Justiça da Bahia e a Associação dos Magistrados da Bahia defendem os juízes, desembargadores e servidores do Judiciário do Estado. A manifestação acontece depois da inspeção realizada pelo CNJ, no mês de abril, e dos comentários de intervenção na Justiça do Estado. A presidente da Corte, desembargadora Cinthia, diz que desenvolve "ações contínuas e efetivas, com vistas a preservar a imagem do Tribunal que possui cerca de 70 desembargadores, mais de 700 juízes e 8 mil servidores comprometidos com a eficiência e com a moralidade da coisa pública". O Tribunal e a AMAB aguardam o relatório da inspeção "ainda sem data para apresentação" e asseguram que "qualquer notícia acerca de possível intervenção não tem caráter de oficialidade".  

IDOSO MORTO: MULHER É LIBERADA

Érika Souza, sobrinha do idoso que foi levado morto para pegar empréstimo em um banco, foi liberada ontem, 2, pela juíza Luciana Mocco, da 2ª Vara Criminal de Bangu, no Rio de Janeiro, mediante cumprimento de medidas cautelares, como não ausentar da comarca por mais de 7 dias, comparecer ao cartório mensalmente, além de outras exigências. A magistrada escreveu na decisão que Érica é acusada primária, com residência fixa, não possuindo, a princípio, periculosidade a justificar a medida excepcional do cárcere, ressaltando-se, por oportuno, que o clamor público não é requisito previsto em lei para decretação ou manutenção da prisão". Érika vai responder em liberdade pela prática dos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.

DEMANDAS PREDATÓRIAS EM ALAGOAS

A juíza Renata Malafaia Vianna, da 3ª Vara Cível de São Miguel dos Campos/AL constatou que um advogado usava o mesmo comprovante de residência em várias ações; ela indeferiu a inicial de ação de danos morais contra um banco e oficiou às seccionais de Alagoas e do Paraná e ao Ministério Público para investigar possível infração ética do advogado. A magistrada expediu mandado de constatação e o oficial de Justiça certificou que nenhuma das partes moravam a no endereço informado na petição. Despachou a juíza: "Ante o exposto, indefiro a petição inicial, e, assim, julgo extinto o processo sem resolver o mérito, com fundamento no art. 321, parágrafo único, c/c art. 485, inciso I, ambos do Código de Processo Civil, e ainda determino: expeça-se ofício ao Ministério Público para apuração de eventual crime, encaminhando cópia do pressente feito em sua integralidade".   

SEQUESTRO: PRISÃO

Dois homens e uma mulher foram condenados a quase 100 anos de prisão pelo sequestro de um comerciante, que aconteceu em julho/2023; a vítima permaneceu em cárcere privado por quatro dias. Segundo a Delegacia de Repressão a Sequestros do Distrito Federal o idoso caiu numa emboscada no Guará 2 e foi levado para um cativeiro, onde ficou com olhos vendados e sofreu espancamento, visando resgate. Os bandidos usaram o cartão do idoso para fazer transferências de valores. Paulo Gois foi condenado a 38 anos e Antônio Chaves a 29 anos de prisão.  

HOMEM OBRIGA FILHO A CORRER E CAUSA-LHE MORTE

Em New Jersey, nos Estados Unidos, um pai, Cristopher Gregor, obrigou o filho de seis anos a correr em esteira de uma academia; o menino passou a ter problemas na fala, enjoo e dificuldade para locomover-se, tendo sido levado para o hospital, onde sofreu uma convulsão e morreu. O pai queixava da gordura do filho. A mãe diz que o pai agrediu o filho e ela chorou muito no tribunal. O caso aconteceu em 2021, mas somente agora foi divulgado, quando o caso está em julgamento e o pai pode pegar prisão perpétua.  

Guarajuba/Camaçari, 3 de maio de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



ADVOGADOS: FRAUDE DE PRECATÓRIOS

Auditoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro descobriu irregularidades em 41 processos acerca de pagamento de precatórios; desses, oito foram pagos no total de R$ 5 milhões. Os processos foram revistos em 33 ações, que importam em R$ 36 milhões. A suspeita recai sobre 22 advogados e os beneficiados, na maioria pessoas idosas, portadoras de alguma deficiência estavam aguardando os pagamentos que nunca chegavam. O Tribunal comunicou à OAB sobre 20 advogados com atuação suspeita em processos de precatórios. O advogado criminalista Celso Silva da Cruz é acusado de falsificação de assinaturas para receber quase R$ 1,5 milhão, além de outros processos de precatórios. 

Os advogados fraudadores falsificam procurações e outros documentos; em seguida pediam juntada ao processo e terminavam obtendo os valores que não lhes pertence. O desembargador Ricardo Cardozo diz que tomou todas as providências de sua competência e assegura que evitou o desvio de pelo menos R$ 40 milhões. Ele critica a OAB pela demora na punição dos advogados envolvidos na fraude, mas a entidade afirma que abre procedimento para todos os casos.   

SAIU NO BLOG

domingo, 25 de agosto de 2019

COLUNA DA SEMANA

O NEPOTISMO NO SUPREMO (I)

O nepotismo na magistratura sempre foi acentuado e continua oferecendo aos filhos e parentes dos desembargadores e ministros uma vida que não é "de monge”, na expressão do ministro Marco Aurélio. O contágio desse malefício no serviço público é geral em todos os poderes da República, mas deteremos apenas para o que ocorre no Judiciário. 

Sete dos 11 ministros do STF têm parentes como donos, administradores ou funcionários de grandes escritórios de advocacia, em Brasília. Inicia aí o caminho para o nepotismo, principalmente no Supremo Tribunal Federal. 

O ministro Luiz Fux, do STF, na condição de relator do pedido da desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, para retornar à atividade, diz que a magistrada confundiu "o cargo com o desespero da mãe. E ela extrapolou. Sob o ângulo institucional, ela se deixou levar pelo instinto materno”. A desembargadora foi afastada porque usou o carro oficial e escolta para retirar o filho do presídio de Três Lagoas e interná-lo numa clínica psiquiátrica. 

Em 2016, Luiz Fux, o mesmo que concedeu auxílio moradia para os magistrados e segurou o processo no seu gabinete, por mais de 4 anos, para não ir a Plenário,  atuou abertamente para que sua filha Mariana Fux, dez anos de formada, 32 anos de idade, fosse indicada pelo quinto constitucional para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A OAB/RJ ajudou o ministro, porque militou junto aos seus membros e impôs a votação aberta para constranger os votantes. A hoje desembargadora Mariana Fux não tinha currículo que lhe possibilitasse a disputa com outros concorrentes bem mais preparados que ela; no currículo da filha de Fux, constava apenas um curso de extensão universitária; depois que se tornou advogada, Marianna atuou em apenas seis processos no Tribunal de Justiça do Rio, sendo um sobre extravio de bagagem e os outros sobre espólio e dano moral. Pois essa advogada com essa “experiência" tornou-se desembargadora no Rio de Janeiro. 

Será que o ministro, que censurou a desembargadora, não extrapolou e foi levado pelo instinto paterno?! 

Nos anos de 2013/4, Letícia Mello, filha do ministro Marco Aurélio Mello, também do STF, obteve o engajamento do pai na sua pretensão para ser desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Atuou, desde sua formatura, em apenas cinco processos, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Sem cursos de pós-graduação, formada em universidade pouco renomada no Rio, assumiu a vaga do quinto constitucional no Tribunal Regional Federal. 

O ex-presidente da OAB, Ophir Cavalcante, declarou que o currículo de Letícia “impressiona”, enquanto o colega de Marco Aurélio, ministro Luis Roberto Barroso, exaltou, em carta, as qualidades da desembargadora, filha de seu colega. 

O pai da hoje desembargadora Letícia explica sua participação: “É pecado (a indicação)? É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?" 

É impressionante como os tribunais vem sendo ocupados por gente despreparada, sem a mínima experiência, enquanto outros que se atrevem a enfrentar os apadrinhados com pós-doutorado, décadas de experiência na carreira, com nome jurídico reconhecido são escanteados. 

Os exemplos se sucedem, mostrando o envolvimento da Corte com a pretensão dos filhos ou parentes que se tornam desembargadores, única e exclusivamente pela interferência dos pais. O certo é que quando não há o nepotismo direto, os ministros e desembargadores buscam a forma cruzada, ou seja, um integrante, por exemplo, da Justiça Federal contrata o parente de um colega da Justiça Estadual. 

O TSE tomou providência saneadora com uma resolução, exigindo que os tribunais regionais eleitorais escolham candidatos com mais de dez anos de advocacia e proibindo o nepotismo, evitando as constantes escolhas de filhos de desembargadores na lista para membro do TRE local. 

Salvador, 22 de agosto de 2019. 

Antonio Pessoa Cardoso 

                                          Pessoa Cardoso Advogados. 

FRAUDE À COTA DE GÊNERO

O Partido Democrático Trabalhista, PDT, cometeu fraude na disputa para vereador no município de Brumado/BA, na eleição de 2020, segundo decisão do Tribunal Superior Eleitoral, na quinta-feira, 2. O partido usou duas candidatas fictícias para cumprir a exigência legal da cota. Os votos recebidos pelas duas candidatas fictícias foram anulados e cassados os diplomas dos candidatos eleitos ao cargo de vereador pelo PDT. Foi determinado novos cálculos dos quocientes eleitorais partidário e a decretação de inelegibilidade por oito anos das duas mulheres. A comprovação da fraude reside na baixíssima quantidade de votos recebidos e na falta de atos de campanha além de outros fatos. Uma das candidatas não obteve nenhum voto e a outra conseguiu apenas três votos. 

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia entendeu que não houve irregularidade e manteve a decisão do juízo de primeiro grau, julgando improcedente a ação, porque sem provas suficientes para reconhecer o abuso no registro das candidatas. Pela Lei das Eleições, art. 10, parágrafo 3º, cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidatos de cada sexo nas eleições para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Assembleias Legislativas e para a Câmara de Vereadores. 

TRIBUNAL CENSURA

Na terça-feira, 30, o Tribunal de Contas da União autorizou sigilo de voos realizados pela Força Aérea Brasileira, FAB, quando os ocupantes forem altas autoridades. O fundamento é de que "a divulgação das informações poderia prejudicar a segurança dos agentes públicos, apontando que a LAI determina serem passíveis de sigilo as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares". Os agentes públicos seriam os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado, do STF e o vice-presidente da República. Há questionamentos sobre a medida, principalmente porque a divulgação acontece depois do voo, não havendo riscos às autoridades de viagem que já ocorreu. Por outro lado, o acesso às informações dos deslocamentos das autoridades é importante para que "a sociedade possa verificar se as viagens são realizadas em condições compatíveis com o interesse público".  

O professor da Fundação Getúlio Vargas, Gregory Michener diz que o país se vê no "aumento de questionáveis incidentes que poderiam sugerir problemas de conflito de interresse entre autoridades, como a falta de transparência em viagem recente de ministros do STF à Europa". Diz mais: "Se tudo fica sob sigilo, abrem-se mais margens para conflitos de interesse. Autoridades poderiam usar jatos de FAB para razões menos republicanas".