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domingo, 19 de setembro de 2021

COLUNA DA SEMANA

A SUSPEIÇÃO QUE ACABOU COM A LAVA JATO!

O STF, com a liderança de dois ministros, a participação de outros e a omissão de mais alguns, jogou no lixo todo o trabalho de anos, executado por juízes, procuradores, desembargadores e ministros do STJ. É incrível como o mau prevalece sobre o bem, a verdade é destruída pela mentira e o dinheiro guia os passos travessos do homem. Mas, no Brasil, esta realidade conquista, principalmente, as autoridades que não se importam com suas biografias, desde que seja respeitado seu poder e sua riqueza. Uma parte dos magistrados, a quase unanimidade dos políticos e dos empresários seguem os passos que lhes levam ao poder, à riqueza, sem atentar para os mínimos princípios que devem reger a boa convivência da família, da comunidade e da Nação.

Desenvolveu-se duas Operações, composta por policiais, procuradores e juízes para desmantelar a corrupção endêmica que destroçava o país; para alcançar este objetivo, a primeira Operação denominada de Mensalão, liderada pelo ministro Joaquim Barbosa, desafeito a conchavos, apesar dos tropeços e das pedras no meio do caminho, conquistou vitórias com condenações e prisões de políticos e empresários corruptos. A sequência foi a outra Operação, denominada de Lava Jato, de onde despontou como líder o então juiz Sérgio Moro. O Brasil vibrava com os julgamentos do magistrado, como se fosse num jogo de copa do mundo; e as condenações aconteciam, apanhando gente rica, políticos influentes e até um ex-presidente da República. Nunca antes tinha acontecido tamanha atividade que destroçou com a vida de muitos corruptos. Houve significativa resistência de alguns ministros do STF, como ocorreu com a prisão e condenação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Não fosse o trabalho e a coragem de Moro, Cunha não teria sua prisão decretada e seu processo, certamente, movimentaria com a lerdeza dos que seguem para o STF. Políticos de quase todos os partidos foram condenados e presos, através do trabalho diuturno do juiz Moro e de outros bravos magistrados, a exemplo de Marcelo Bretas, no Rio de Janeiro. 

Pela primeira vez, no país, um ex-presidente é mantido preso por quase dois anos, por graves crimes cometidos, de conformidade com denúncias oferecidas por procuradores, na Força Tarefa de Curitiba, e decisões de um juiz, mantidas por um colegiado de três magistrados, no Rio Grande do Sul e de outro colegiado de mais cinco magistrados, em Brasília. Todos homens da lei respeitados, competentes e sem acusações ou máculas que enodoam suas carreiras. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia que o tempo manobrava a seu favor e suas condenações seriam revertidas, pois contava com amigos na Corte de Justiça. O início do desmantelamento de todo o trabalho do Judiciário do Paraná, do Rio Grande do Sul, e do STF, em Brasília, deu-se no julgamento de um simples pedido de suspeição contra o juiz Sergio Moro. A parceria dos ministros amigos não faltaria; pois esse simples pedido de suspeição tornou-se o marco do maior golpe desferido contra a Justiça do país. O salvador de Lula estava sempre pregando que o ex-presidente merecia um julgamento "justo" e para confirmar esse julgamento "justo", segurou em seu gabinete a suspeição, por mais de um ano, traçando estratégias para pautar o julgamento, visando livrar o amigo dos processos cabulosos que tramitavam na Justiça. E conseguiu!

Se tal "pecado" de segurar uma petição de suspeição fosse cometida por um juiz certamente mereceria um processo administrativo disciplinar e seria punido, mas o ministro manobrou e contou com a ajuda de alguns e a omissão de outros. 

A Operação Lava Jato foi destroçada e os corruptos estão mandando ou voltando ao Poder!    

Salvador, 19 de setembro de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  

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