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quarta-feira, 20 de julho de 2022
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 20/7/2022
NOVO TRIBUNAL COMPROMETE JUIZADOS
A criação do novo Tribunal Regional Federal, com sede em Belo Horizonte/MG, pode comprometer acesso dos pobres aos Juizados Especiais Federais, em Minas Gerais, segundo estudos. Anota-se que haverá "agravamento da desigualdade de acesso ao Judiciário, em desfavor dos mais pobres: a estrutura das JEFs que os atendem está sendo, em parte, desmontada em nome de uma agilização da tramitação dos feitos das demais varas (cíveis, criminais, execução fiscal)". Aliás, em 2019, juízes mineiros mostraram-se preocupados com a criação, que se falava do novo Tribunal: "Embora considerem insustentável o acúmulo de processos no TRF-1, eles preveem o esvaziamento da primeira instância da Justiça Federal em Minas Gerais, com a eliminação de cargos e extinção de varas". Os magistrados questionavam o "custo zero" do novo tribunal, porque haveria "dilapidação do primeiro grau, que perderia servidores e estrutura material". A ânsia para montar o novo tribunal, demonstrada pelos ministros João Otavio de Noronha e Humberto Martins, tornou-se descuido com os gastos públicos, ao ponto de defenderem o "custo zero" no novo tribunal.
A Lei 14.221/21, que criou a nova justiça federal em Minas Gerais, prevê a extinção de até seis varas, sendo três cíveis, duas de Juizados Especiais e uma Criminal, localizadas em Belo Horizonte no total de nove e onde tramitam 80 mil processos. A extinção de duas varas dos Juizados provocará a redistribuição e as varas remanescentes, cada uma, passará a cuidar de 11.500 processos. Ademais, com as modificações, os juizados terão apenas uma secretaria para todas as varas cíveis e outra para as varas criminais.
RADAR JUDICIAL
TSE ANUNCIA ASSOCIAÇÕES PARA ELEIÇÕES
O TSE divulgou ontem, 19/7, lista de oito associações e entidades civis que observarão as eleições de outubro. É o segundo pleito no qual esses órgãos da sociedade civil, a maioria de associações de juristas e de instituições de ensino superior, participarão de missões de fiscalização durante todas as etapas do processo eleitoral. Dentre outros estão incluídos a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos e a Associação Juízes para a Democracia. Integram a lista a Faculdade de Direito de Vitória, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo. As entidades civis completam o quadro: Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e a ONG Transparência Eleitoral Brasil.
TÉCNICOS DO TCU RECOMENDAM ARQUIVAMENTO
A área técnica do Tribunal de Contas da União recomendou arquivamento de investigação sobre a Lava Jato, acerca de alegada irregularidades no pagamento de viagens aos membros da força-tarefa. O fundamento é de que não há provas para sustentar o processo. O parecer conclui que "não implicou violação à regra da economicidade ou aos princípios do interesse público", além de terem sido adotadas medidas para limitar o pagamento das diárias aos procuradores. A investigação é originada de perseguição do ministro Bruno Dantas, do TCU, contra o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e contra o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
CNJ SUSPENDE VOTAÇÃO SOBRE CARTÓRIOS
O CNJ decidiu ontem, 19/7, suspender e determinar a retirada de pauta da votação que propõe a unificação dos cartórios, em grande número deles, principalmente, no interior, bandeira levantada pelo Corregedor das Comarcas do Interior. O assunto seria discutido e votado na próxima quinta-feira, 20/7, no Plenário do Tribunal de Justiça da Bahia. O caso implica em transformar todos os cartórios extrajudiciais em um único cartório, o que contribuirá no mínimo para mais desemprego.
POLÍCIA FEDERAL NA CODEVASF
A Polícia Federal deflagrou operação para apurar fraudes em contratos da empreiteira Construservice com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, Codevasf. As diligências originam-se do Maranhão, depois de autorizadas pela Justiça Federal, visando obras em municípios do estado, após constatados falhas em contratos. A Codevasf foi favorecida pelo governo federal com verbas do orçamento secreto, comandado pelo Centrão.
CÂMARA APROVA PROJETO DE CASAMENTO LGBT+
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou ontem, 19/7, projeto de lei de proteção ao casamento LGBT+e inter-racial. O projeto confere proteções federais para o casamento igualitário, proibindo a negação de validade, face a cor ou gênero do casal. A iniciativa partiu dos democratas que obteve apoio de 47 republicanos; é certo que haverá dificuldades para passar no Senado, apesar da maioria dos democratas, por apenas um voto. A decisão é resposta à Suprema Corte que derrubou acórdão do próprio Tribunal, no caso Roe vs Wade, responsável pelo direito ao aborto em todo o país.
LULA QUESTIONOU URNAS
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, questionou a credibilidade das urnas eletrônicas e buscou o retorno do voto impresso. A assessoria do ex-presidente, em Nota, assegura que "a confiança nas urnas está hoje provada" e "todo mundo sabe que essas bobagens de Bolsonaro sobre urnas eletrônicas são porque ele sabe a rejeição ao seu governo e que irá perder a eleição". O candidato terminou sendo eleito para a presidência exatamente no ano de 2002. Essa fala de Lula foi rememorada por aliados de Bolsonaro, buscando informações de jornais da época.
Salvador, 20 de julho de 2022.
DELEGADOS E PERITOS DEFENDEM URNAS
Em Nota Pública, divulgada ontem, 19/7, os delegados e peritos da Polícia Federal defendem as urnas eletrônicas. Asseguram que desde a redemocratização, em 1988, as eleições "ocorreram sem qualquer incidente que lance dúvidas sobre sua transparência e efetividade"; adiante, afirmam que as urnas eletrônicas "já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas". Com a nota há desmentido a Bolsonaro, que atribuiu à Polícia a declaração de que o Tribunal Superior Eleitoral "é um queijo suiço, como uma peneira". A Nota pública é assinada por três das principais entidades de delegados e peritos: Associação Nacional dos Delgados de Polícia Federal, ADPF, Associação Nacional dos Peritos Criminal Federais, APCF, e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
PROCURADORES APRESENTAM NOTÍCIA-CRIME CONTRA BOLSONARO
Procuradores de todos os estados e do Distrito Federal ingressaram na Procuradoria-geral da República com notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro, pelos ataques, sem comprovação alguma, desferidos contra as urnas, em reunião com embaixadores de vários países. O pedido foi entregue ao Procurador-geral Augusto Aras. Os procuradores alegam que o TSE já decidiu que investidas contra o sistema eleitoral não merecem proteção à título de liberdade de expressão e podem ser punidas. Bolsonaro atravessou o limite da liberdade de expressão, quando mentiu para o mundo, contra o sistema eleitoral e acusando o atual, ministro Edson Fachin, e o futuro presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, aos representantes de vários países que compareceram por chamamento do presidente. A gravidade da situação torna-se maior, porque o presidente não apresentou sequer uma prova das mentiras perante o mundo. Está escrito na notícia-crime: "A conduta do Presidente da República afronta e avilta a liberdade democrática, com claro propósito de desestabilizar e desacreditar o processo e as instituições eleitorais e, nesse contexto, encerra, em tese, a prática de ilícitos eleitorais decorrentes do abuso de poder".
GARANTIDO HONORÁRIOS PARA PROCURADORES
O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Nilson Castelo Branco, revogou decisão de seu colega ex-presidente, o desembargador aposentado Lourival Trindade que cassou liminar do juízo da 2ª Vara da Fazenda Público, responsável pela concessão provisória do direito. Com a decisão do atual presidente fica mantida a liminar incialmente concedida, pelo juízo de 1º grau. Trata-se de garantir aos procuradores do município de Vitória da Conquista o recebimento de honorários, de conformidade com ação proposta pela Associação dos Procuradores do Município, que questionou a decisão do ex-presidente, alegando que não há lesão à ordem pública ou grave dano ao erário, além de assegurar inexistência de bloqueio de verbas, de contas, nem corte de remuneração de servidores. A entidade informa que "os honorários sucumbenciais não são verbas públicas, e sim créditos de natureza privada, cujos titulares são os advogados públicos".
Outro é o entendimento do Município, porque, segundo alega, a liminar concedida e agora mantida pela presidência poderia reduzir em até 60% a remuneração de muitos servidores e procuradores municipais; afirma ainda que o "grave dano ao erário ocorre e pode impactar na modernização da estrutura, capacitação e ao atingimento de melhores condição de trabalho da Procuradoria-Geral do Município". O presidente do Tribunal invoca o art. 85 do Código de Processo Civil e diz que a decisão de 1º grau está em consonância com orientação jurisprudencial vinculante da Corte Constitucional.
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 20/7/2022
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
Grileiros de terras em São Sebastião tinham até cartório falso
Em uma megaoperação desencadeada ontem, sete pessoas foram presas por agentes da 30ª Delegacia de Polícia. Entre os detidos está o ex-administrador de São Sebastião Alan Valim, que nega qualquer envolvimento
JORNAL DO BRASIL - RIO DE JANEIRO/RJ
Pré-candidatos à Presidência rebatem Bolsonaro sobre urnas: 'Mentiras contra nossa democracia'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os demais pré-candidatos à Presidência da República criticaram as declarações do presidente Jair Bolsonaro, nessa segunda-feira (18), sobre as urnas eletrônicas
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
Eleições no Brasil são modelo e EUA confiam em instituições, diz embaixada americana
Declaração foi feita após presidente Jair Bolsonaro tentar desacreditar sistema eleitoral brasileiro para dezenas de embaixadores
TRIBUNA DA BAHIA- SALVADOR/BAHIA
Justiça devolve inquérito de morte de petista à Polícia após pedido da Promotoria
O promotor Tiago Lisboa, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), solicitou nesta segunda que uma das testemunhas seja ouvida novamente e com urgência.
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
Procuradores pedem que Bolsonaro seja investigado por acusar fraude nas urnas
Representação contra o chefe do Executivo diz que o presidente cometeu abuso de poder por espalhar informações falsas
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
Período pós-pandemia, envelhecimento e calor estão a causar "aumento natural" de mortes
De 9 a 18 de julho, houve, em média, mais 60 óbitos por dia, só devido ao calor. Fora as mortes a mais por causa natural e por covid. Mas desde maio que o número de mortes está acima da média normal para este período, em relação aos anos pré-pandemia, entre 2015 e 2019. O professor Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, garante que "não é a crise no SNS que está a influenciar este aumento".
DANOS MORAIS NO FUTEBOL
A 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve sentença do juiz Carlos Eduardo Prataviera, da 5ª Vara Cível do Foro Regional XI - Pinheiros, que condenou um dirigente de futebol a indenizar, por danos morais, um comentarista esportivo. O valor fixado foi de R$ 10 mil. O caso refere-se a comentários críticos, porque a equipe vacinou, antes mesmo de grande parte dos brasileiros, contra a Covid-19, no Paraguai, explicado porque o jogo aconteceria no país vizinho. O dirigente respondeu à crítica, alegando que o comentarista seria "viciado em drogas" e seria bom "ir ao Paraguai buscar cocaína". O relator, desembargador João Pazine Neto, afirmou que o comentarista "em nenhum momento excedeu os limites de crítica à conduta do time de futebol indicado", diferentemente do dirigente, que ofendeu a moral e a imagem do autor. Escreveu o relator: "A resposta do Réu objetivou atingir a pessoa do Autor, enquanto pessoa, pois teceu considerações a respeito de seus atributos pessoais, em evidente excesso de resposta, de modo que não se pode falar em "legítima defesa". Tampouco se justifica o argumento de que ocorreram "ofensas recíprocas", pois em momento algum a crítica formulada pelo Auto teve conotação pejorativa".