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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

MORO: "ELEGER LULA OU BOLSONARO É SUICÍDIO"

Em entrevista à revista VEJA, o presidenciável Sergio Moro criticou o Judiciário pelas dificuldades que impõe para punir os poderosos. O ministro Gilmar Mendes é o maior responsável pela desestruturação da Operação Lava Jato; foi artimanha do ministro o julgamento de suspeição de Moro, como agora é dele a tentativa de afastar o outro sério juiz do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas.

Disse Moro à revista: "a anulação das condenações de Lula pelo Supremo reacendeu a crença de que não se pode confiar na Justiça para punir poderosos". Declarou mais: "Prova disso é que eu saio às ruas com tranquilidade, mas tem corrupto com condenação anulada e magistrado que anulou essas condenações que não podem fazer isso nem aqui nem no exterior"; o presidenciável referiu-se a Lula e ao ministro Gilmar Mendes que já foi vaiado inclusive em Lisboa. Moro declara que Lula continua negando os crimes que praticou, "mas como negar fatos, apesar das confissões de empreiteiras e da devolução de milhões de dólares, minha única conclusão é que ele quer repetir a história". 

Prossegue Moro: "O retorno de Lula ao poder depois dos escândalos do mensalão e do petrolão seria um acinte, um tapa na cara dos brasileiros. É a mesma coisa que falar para a sociedade que se pode roubar à vontade". Disse mais: "As pessoas sabem que está do lado certo dessa história, quem combateu a corrupção, quem cometeu corrupção e quem favoreceu a corrupção". Moro diz que "o presidente mente ao falar que acabou a corrupção. Os mecanismos que levaram ao mensalão e ao petrolão voltaram com a aproximação com o Centrão e com a política fisiológica do toma lá dá cá. Bolsonaro não queria combater nada. Queria apenas se blindar, ficar longe do alcance da Justiça. Ele me disse que eu tinha de sair do governo porque não aceitava protegê-lo de investigações. Prefiro ser alvo de críticas e até de mentiras a permanecer como cúmplice de coisa errada".

Sobre as acusações em mensagens roubadas declarou Moro: "Não existe nada naquelas mensagens de alguém que tenha sido condenado e era inocente, não teve fabricação de provas, não teve nada ali que justificasse a anulação das condenações. O que acontece é a velha história de que rico e poderoso nunca vai para a prisão. Desta vez usaram essas mensagens como álibi para impunidade". Sobre acusações desferidas por um grupo de advogados, disse Moro: "Há um grupo de advogados como esse Prerrogativas, trabalhando pela impunidade de corruptos. Esses mesmos advogados se arvoram de alguma espécie de ética, de alguma espécie de superioridade moral em relação ao Ministério Público e em relação aos juízes que participaram desses casos. No fundo a vergonha está neles". Perguntado em quem votaria se no segundo turno estivessem Lula e Bolsonaro, respondeu: "O Brasil não corre o risco de ter essa escolha trágica. Eleger Lula ou Bolsonaro é suicídio".


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