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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

RADAR JUDICIAL

REJEIÇÃO À ANISTIA

Enquanto o projeto de dosimetria das penas do 8 de janeiro segue travado na Câmara, cresce a rejeição à anistia para envolvidos nos atos e na tentativa de golpe de Estado. Pesquisa do Instituto PoderData, divulgada hoje, 3, mostra aumento de 13 pontos em seis meses na rejeição. Atualmente, 64% dos brasileiros são contra a anistia; em março eram 51%. Já os favoráveis caíram de 37% para 27% no mesmo período. Os que não souberam responder passaram de 12% para 9%. Entre eleitores de Lula, 74% rejeitam a anistia; entre bolsonaristas, 55%. O apoio à anistia é de 20% entre lulistas e 33% entre bolsonaristas. O levantamento ouviu 2.500 pessoas de 16 anos ou mais em 178 municípios. Foi realizado entre 27 e 29 de setembro de 2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa reforça a tendência de oposição crescente ao perdão.

TRUMP: "INFERNO TOTAL"

O presidente dos EUA, Donald Trump, prorrogou até domingo, 5, o prazo para o Hamas responder ao seu plano de paz para Gaza, alertando que, sem acordo, haverá “um inferno total”. O grupo afirmou precisar de mais tempo para analisar a proposta, que prevê cessar-fogo, libertação de reféns em 72 horas, desarmamento do Hamas e retirada gradual de Israel, além de um governo pós-guerra sem a facção ou a Autoridade Palestina. Apoiados por países árabes e ocidentais, os termos ainda geram dúvidas, como o cronograma da retirada israelense. O chanceler brasileiro Mauro Vieira elogiou a iniciativa. O Hamas, contudo, vê pontos críticos, como o desarmamento e a expulsão de seus líderes, e busca garantias internacionais contra ataques. A facção está dividida entre aceitar incondicionalmente, visando ao cessar-fogo, ou exigir mudanças. Enquanto isso, Israel intensificou bombardeios sobre a Cidade de Gaza, forçando novos deslocamentos. A Unicef alertou que não há locais seguros para civis, e Israel declarou que quem permanecer será tratado como terrorista. A guerra, iniciada com ataque do Hamas que matou 1.200 pessoas em Israel, já resultou em ao menos 66.225 mortes em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, validados pela ONU.

NOVO MODELO DE CNH

O novo modelo do governo para obtenção da CNH elimina o limite de 12 meses para concluir o processo. Atualmente, o candidato precisa cumprir todas as etapas em um ano, sob risco de reiniciar do zero, pagar novas taxas e refazer exames e aulas. A proposta extingue esse prazo, permitindo que o processo fique aberto até a conclusão, sem restrição de tentativas. As provas teóricas e práticas poderão ser repetidas quantas vezes forem necessárias, até mesmo mais de uma vez no mesmo dia, se houver vagas. Também deixa de ser obrigatória a carga mínima de 45 horas de curso teórico em autoescola. O exame teórico poderá ser aplicado de forma presencial, híbrida ou remota, sempre supervisionado pelo Detran. O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a obrigatoriedade das aulas teóricas será eliminada, mas que a carga de aulas práticas poderá apenas ser reduzida. Ele citou a possibilidade de diminuir de 20 para 4 horas, ou até zerar, conforme a consulta pública. A minuta ficará disponível por 30 dias no Participa + Brasil, aberta a sugestões antes de análise pelo Contran.

GOVERNO DE SÃO PAULO REDUZ CARGA HORÁRIA DE PROFESSORES

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) reduziu a carga horária de professores do Programa Sala de Leitura que apresentaram licença médica. A medida, prevista em resolução assinada pelo secretário Renato Feder em 2023, começou a ser aplicada em setembro. Docentes relatam perda de até 20 horas/aula após afastamentos curtos por doenças como pneumonia ou dengue. A professora Alhambra Vasconcelos, de Guarulhos, perdeu a carga da Sala de Leitura após dois dias de licença, ficando apenas com 4 horas/aula. Já Graziela Bernardes, de Ribeirão Preto, perdeu 16 horas após afastamentos de dois dias, incluindo um para cuidar do filho. Ambas relatam forte redução salarial e dizem que os alunos ficaram sem acesso ao programa. Criadas em 2009, as salas de leitura promovem leitura, escrita e recuperação de aprendizagem, mas várias estão sendo fechadas sem reposição de docentes. O CPP (Centro do Professorado Paulista) entrou com mandado de segurança contra a medida, alegando ilegalidade e prejuízo a centenas de professores. A Secretaria de Educação afirma que a presença contínua é essencial e que a resolução prevê afastamento em caso de faltas. Nega, porém, intenção de encerrar o programa.

POLÍCIA INVESTIGA VENDA DE DECISÕES NO CNJ

A Polícia Federal cumpriu hoje, 3, mandado de busca na casa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar venda de decisões no STJ. Ele está em prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT) desde julho, por ordem do ministro do STF Cristiano Zanin. A medida foi autorizada após parecer da PGR, devido ao estado de saúde do lobista. A ação integra a Operação Sisamnes, que apura organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. A PF deflagrou a operação em 2023, diante de suspeitas de cobrança para favorecer partes em processos. Também há indícios de vazamento de informações sigilosas, envolvendo servidores do STJ, mas não ministros. Outros tribunais, como os de MT e MS, também são investigados. No início de setembro, o STJ demitiu o técnico judiciário Márcio José Toledo Pinto. Ele era alvo de apuração interna por vínculos com Andreson. A portaria assinada pelo ministro Herman Benjamin cita proveito pessoal e quebra de sigilo. Toledo atuou nos gabinetes de Nancy Andrighi e Isabel Gallotti, não investigadas. É suspeito de manipular processos, com exclusão de minutas internas em poucos minutos.

Foz do Iguaçu/PR, 3 de outubro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


XXV CONGRESSO BRASILEIRO DA MAGISTRATURA

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, na noite de ontem, 2, da abertura do 25º Congresso Brasileiro da Magistratura (CBM), em Foz do Iguaçu. O evento, considerado o mais tradicional da magistratura nacional, volta ao Paraná após quase duas décadas e reúne 2,5 mil magistrados de todo o País. O congresso, que ocorre até 4 de outubro, é organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). O tema desta edição é “Magistratura em Transformação: Inovação, Sustentabilidade e Justiça”. Ratinho Junior destacou a cultura de diálogo institucional adotada desde 2019, ressaltando que a boa relação entre os Poderes permitiu avanços históricos. “No Paraná não perdemos tempo em conflitos vazios. Estabelecemos uma parceria institucional, modernizamos o Estado e fortalecemos o diálogo”, afirmou. Segundo o governador, o equilíbrio entre as instituições tem garantido mais energia para políticas públicas e atraído investidores. “Nos últimos dois anos, o Paraná é o estado que mais cresce no Brasil”, disse. Ratinho Junior apresentou ainda conquistas do Paraná em sustentabilidade: plantio de 10 milhões de árvores, repovoamento de rios e avanço para universalizar o saneamento básico. O Estado foi eleito quatro vezes o mais sustentável do País. 

A sustentabilidade, destacou, ajudou a atrair mais de R$ 330 bilhões em investimentos privados. “Construímos um ambiente de respeito e implementamos planejamento de longo prazo, modernizando a máquina pública”, afirmou. O congresso reúne ministros dos tribunais superiores, como Edson Fachin, novo presidente do STF e do CNJ, e que proferirá a palestra de encerramento, no sábado, além de desembargadores e juízes de todo o Brasil. Os debates incluem filosofia, saúde, comunicação, política, ética, inteligência artificial, direitos humanos e sustentabilidade. A palestra magna foi proferida pelo ministro Luís Roberto Barroso teve substancial atraso, terminando o evento no primeiro dia somente por volta da meia noite. O presidente da AMB, Frederico Mendes Junior, elogiou o Paraná como vitrine mundial de tecnologia e sustentabilidade. O presidente da Amapar, Marcel Ferreira dos Santos, celebrou o retorno do congresso ao Estado após 20 anos..   



ALTURA MÍNIMA PARA INGRESSO NA SEGURANÇA PÚBLICA

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a exigência de altura mínima para ingresso em cargos do Sistema Único de Segurança Pública só é válida se prevista em lei e conforme os parâmetros da carreira do Exército, fixados pela Lei 12.705/2012: 1,60m para homens e 1,55m para mulheres. A decisão, com repercussão geral, foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1469887 e passa a valer para todo o país. O entendimento reafirma a jurisprudência consolidada da Corte sobre o Tema 1.424. O caso que levou à definição da tese envolveu candidata à Polícia Militar de Alagoas, reprovada por medir 1,56m. A lei estadual exigia 1,60m para mulheres e 1,65m para homens. A defesa alegou que a regra local era mais rígida que a do Exército e afrontava o princípio da razoabilidade.

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, concordou e determinou o prosseguimento da candidata. Em seu voto, seguido pela maioria, afirmou que a exigência pode existir, mas deve respeitar os parâmetros federais. A Corte ressalvou que a regra não se aplica a oficiais bombeiros da saúde e capelães, já que os critérios precisam estar ligados às funções do cargo. O julgamento ocorreu no Plenário Virtual, com voto vencido do ministro Edson Fachin. A tese fixada foi: “A exigência de altura mínima para ingresso em cargo do Sistema Único de Segurança Pública pressupõe lei e observância dos parâmetros do Exército (Lei 12.705/2012, 1,60m homens e 1,55m mulheres)”. 

CNJ VAI ACABAR COM JUÍZES "TQQs

O ministro do STJ Mauro Campbell quer extinguir os juízes “TQQs”, que só trabalham às terças, quartas e quintas-feiras. A prática não está prevista em lei, mas ocorre devido a falhas de fiscalização, sobretudo em comarcas afastadas. Campbell, corregedor nacional de Justiça, disse ao Estadão que “não se conforma” com esse regime e o chamou de “absurdo”. Relatou que, em julgamento no CNJ, o relator quase foi agredido por associações de classe. “Imagine, juízes ganhando uma fábula em relação a um trabalhador comum e ainda não querem residir na comarca. Faça-me o favor”, criticou. Ele defende rever a Loman (Lei Orgânica da Magistratura), pois a punição mais grave prevista, a aposentadoria compulsória, acaba sendo um “prêmio”. Juízes afastados por fraudes ou corrupção preservam seus vencimentos. “Uma punição passa a ser um prêmio, essa aposentadoria remunerada”, afirmou.

O CNJ identificou os “TQQs” pela primeira vez em 2008, ligados a magistrados que não moravam na comarca em que atuavam. Desde então, corregedores tentam coibir a prática. Segundo levantamento do Estadão, a aposentadoria compulsória custa R$ 60 milhões por ano aos cofres públicos. Além de não punir de forma proporcional, a medida apresenta distorções em relação ao INSS. Quando aplicada, o juiz condenado para de trabalhar, mas mantém salário proporcional ao tempo de contribuição, preservando o maior vencimento da carreira. Entidades de classe argumentam que os magistrados não podem ser intimidados pela suspensão de vencimentos. Para o colunista Pedro Fernando Nery, trata-se, na prática, de uma “aposentadoria por desonestidade”. 

OUTRA DE TRUMP: 100% SOBRE MEDICAMENTOS

A decisão de Donald Trump de aplicar tarifa de 100% sobre medicamentos importados a partir de ontem, 1º, reacendeu tensões comerciais e ameaça desorganizar cadeias globais de saúde. A medida, voltada a forçar a produção local, preocupa a Europa e levanta dúvidas no Brasil, onde o impacto direto é limitado, mas riscos indiretos de preços altos e escassez não estão descartados. Segundo o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, o Brasil exporta sobretudo genéricos, menos afetados pela tarifa. As bolsas asiáticas reagiram com queda de até 0,9%. Entre os países mais vulneráveis estão Singapura, Suíça e Reino Unido, grandes exportadores de medicamentos. Na Suíça, onde a indústria farmacêutica responde por um terço do PIB, o impacto foi imediato. O país fornece metade das exportações para os EUA, e empresas como Roche e Novartis anunciaram planos bilionários de investimento em território americano. A Roche pretende investir US$ 50 bilhões em cinco anos, construindo três fábricas e centros de pesquisa. A Novartis planeja US$ 23 bilhões em sete unidades, para atender ao mercado norte-americano sem tarifas. O governo suíço teme desinvestimento interno e já iniciou negociações diplomáticas. A britânica AstraZeneca também reagiu. A empresa anunciou que pedirá cotação direta em Nova York, buscando atrair investidores. Atualmente, suas ações circulam apenas como ADRs, que dependem de bancos intermediários.

Segundo comunicado, os EUA têm os mercados mais líquidos do mundo. A assembleia geral de novembro discutirá a mudança, vista como possível sinal de transferência de sede principal. Em julho, a AstraZeneca já havia anunciado US$ 50 bilhões até 2030 nos EUA, reforçando os temores no Reino Unido de esvaziamento da Bolsa de Londres. Medicamentos contra diabetes estão entre os mais afetados pela tarifa. Se não houver produção em solo americano, os custos de importação podem dobrar. Outros setores também foram atingidos: caminhões pesados (25%), móveis de cozinha e banheiro (50%) e móveis estofados (30%). No Brasil, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou que os impactos recaem mais sobre exportadores de equipamentos médicos e insumos de saúde bucal. Ele afirmou que o governo articula apoio via BNDES e MDIC para proteger empregos e abrir mercados. Padilha classificou as medidas como “bravatas” de Trump, dizendo que o Brasil não fará retaliações precipitadas nem quebrará patentes. O ministro destacou, porém, que a rede privada pode ser afetada por aumento de preços e menor acesso a medicamentos e insumos hospitalares. 



MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 3/10/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Netanyahu elogia a interceptação de flotilha com brasileiros

Ativistas brasileiros estão entre os ocupantes da flotilha que levava ajuda humanitária à Gaza

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Com uma fábrica ilegal interditada a cada cinco dias, venda de bebida falsificada explode no país

Entre 2020 e 2024, a quantidade de fábricas clandestinas interditadas por autoridades no país saltou de 12 para 80

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Advogado de elite morto em SP deve ter sido vítima de latrocínio, segundo investigação

Imagens de câmeras de segurança mostram que homem e mulher tentaram pegar o celular de Luiz Fernando Pacheco, que reage O rapaz então dá um soco e uma cotovelada nele, e depois um golpe de judô

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Jerônimo assina contrato de empréstimo para obras em rodovias da Bahia

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) formalizou nesta semana a contratação de um empréstimo de 150 milhões de dólares

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Anvisa aciona autoridades internacionais para garantir antídoto para intoxicação por metanol

Fomepizol age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Com três juízes em mandato ultrapassado, PSD evita falar em nomeações para o TC

Partidos ainda não falam em nomes para substituição do trio de juízes - dois já saíram do Palácio Ratton. O PSD diz que não vai falar deste assunto e o PS critica o Chega: “É apenas a repetição da história dos autoritarismos”.

MILITARES NOS EUA: MAGRO, SEM BARBA, BIGODES SÓ BEM APARADOS

O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, assinou um memorando determinando demissão para militares acima do peso que não conseguirem emagrecer. 
"É inaceitável ver generais e almirantes gordos nos corredores do Pentágono", disse. O documento estabelece padrões de aptidão física militar para garantir "letalidade e prontidão" da força. Militares ativos farão dois testes por ano; membros da Guarda Nacional e reserva, um. Serão medidos altura e circunferência da cintura. Em 60 dias, o Pentágono divulgará o padrão aceitável de cintura. Quem exceder os limites será colocado em programas de "remediação". Persistindo a inadequação, haverá punições, incluindo demissão. Líderes também poderão ser punidos se não aplicarem as regras em suas unidades. "Se alguém trata o mínimo como padrão, não é adequado para nossa Força", diz o texto. Hegseth ainda assinou memorando proibindo barbas.

Bigodes serão permitidos apenas se bem aparados e não interferirem em máscaras respiratórias. Exceções poderão ocorrer por motivos médicos, religiosos ou missões específicas. A justificativa é a proteção contra ameaças químicas, biológicas e nucleares. Trump já havia renomeado o Departamento de Defesa como "Departamento de Guerra". O Pentágono passou por oito meses de mudanças drásticas desde então. Hegseth afirmou que quem não apoiar sua agenda deve renunciar às patentes. Ele criticou gestões anteriores por terem transformado a pasta em "Departamento Woke". O secretário prometeu mudar o tratamento de denúncias e investigações internas. Trump apoiou as medidas, destacando o mérito como critério central. "Se você não gosta do que digo, pode sair da sala. Lá se vai sua patente", afirmou. 



quinta-feira, 2 de outubro de 2025

RADAR JUDICIAL

FUNCIONÁRIOS DOS EUA DEIXAM O GOVERNO 

Mais de 150 mil funcionários federais deixarão a folha de pagamento dos EUA nesta semana após aderirem a um programa de demissão voluntária — o maior êxodo em quase 80 anos, visto como uma perda crítica de conhecimento institucional. O plano é central na estratégia do presidente Donald Trump de reduzir a força de trabalho federal, combinando incentivos financeiros e ameaças de demissão. Especialistas alertam que a saída em massa gera fuga de cérebros, já que muitos servidores possuíam décadas de experiência. O impacto atinge serviços como previsão do tempo, segurança alimentar, saúde e projetos espaciais. No Serviço Nacional de Meteorologia, 200 demissões reduziram equipes técnicas e meteorologistas. Na NASA, 4 mil funcionários saíram, incluindo engenheiros e cientistas de ponta. Sindicalistas dizem que a agência perde talentos insubstituíveis. Apesar disso, a NASA afirma buscar uma “era de ouro” de inovação em missões para Lua e Marte. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica garante que repõe vagas essenciais à segurança pública. Trump e Elon Musk defendem que o funcionalismo era inchado e ineficiente. Democratas criticam os cortes como arbitrários e prejudiciais ao serviço público. Em 2023, salários e benefícios de servidores civis custaram US$ 359 bilhões ao governo. 

TRUMP AMEAÇA DEMISSÃO "EM MASSA"

O primeiro shutdown do governo dos EUA desde 2019 começou ontem, 1º, com troca de acusações entre republicanos e democratas. Os republicanos culpam a oposição, chamando-o de "shutdown democrata", enquanto os democratas responsabilizam Trump e seus aliados. A Casa Branca alertou para "demissões em massa iminentes". O Senado fracassou três vezes em votar o projeto republicano de gastos e permanece fechado até sexta-feira (3/10). Para atingir a maioria de 60 votos, os republicanos precisariam do apoio de sete democratas; até agora, só três apoiaram. A paralisação de 2019 durou 35 dias, a mais longa da história. Desde 1976, os EUA já tiveram 20 shutdowns. O vice-presidente J.D. Vance acusou os democratas de chantagem, afirmando que exigem bilhões para saúde de imigrantes indocumentados. O Escritório de Orçamento estima 750 mil servidores afetados. Não essenciais foram afastados, enquanto os vitais trabalham sem salário. A Embaixada dos EUA em Brasília anunciou suspensão parcial das atualizações na rede X, mas serviços de passaporte e visto seguem ativos enquanto possível.

ISRAEL PRENDE DEPUTADA

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ontem, 1º, que acionou o Itamaraty após a detenção da deputada Luizianne Lins (PT-CE) pela Marinha de Israel. Ela estava em uma flotilha com brasileiros que tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Motta afirmou querer restaurar a liberdade da parlamentar e defender os direitos dos demais brasileiros no barco. Ele ligou para o chanceler Mauro Vieira pedindo apoio do Itamaraty e contato com Israel. O deputado ressaltou que busca garantir as prerrogativas de Luizianne e dos demais detidos. Disse que insistirá em contatos nesta quinta (2/10) para acelerar a libertação. Na semana passada, Luizianne pediu licença parlamentar para integrar a flotilha. Ativistas de 40 países participaram da ação, mas barcos foram interceptados por Israel. Cerca de 15 brasileiros estavam no grupo, incluindo o ativista Thiago Ávila. Ávila já havia sido detido em outra flotilha anterior. O PT enviou ofícios a Mauro Vieira e Celso Amorim pedindo atuação urgente. O partido cobra ação imediata do governo para liberar os brasileiros.

UBER: 21 MIL AÇÕES 

A Uber responde a 21 mil ações na Justiça do Trabalho que pedem vínculo empregatício, informou a advogada Ana Carolina Caputo Bastos no STF. A sessão de 1º de outubro, presidida por Edson Fachin, foi dedicada às sustentações orais; a data dos votos será marcada depois. O julgamento tem repercussão geral, afetando todos os processos semelhantes. Segundo a advogada, a Uber tem quase 2 milhões de motoristas cadastrados, que trabalham em média 21 horas semanais, com rendimento de R$ 19 a R$ 27 por hora, três a quatro vezes o salário mínimo. Ela afirmou que há uma “parceria comercial”, que deve ser analisada pela Justiça comum, e não pela trabalhista. O advogado da Rappi, Márcio Vitral Amaro, sustentou que não há vínculo, pois falta o requisito da subordinação. Já advogados de trabalhadores e sindicatos alegam que existe “subordinação algorítmica”, pois o aplicativo controla e fiscaliza os motoristas. Para Mauro de Azevedo Menezes, o art. 6º da CLT permite reconhecer essa subordinação tecnológica, válida como relação de emprego.

COLÔMBIA EXPULSA DIPLOMATAS DE ISRAEL

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expulsou ontem, 1º, a delegação diplomática de Israel em Bogotá, após a interceptação de uma flotilha com ajuda humanitária rumo a Gaza. Petro já havia rompido relações com Israel em 2024, transformando a embaixada em consulado com 40 funcionários, entre eles quatro diplomatas israelenses. O mandatário classificou a detenção da flotilha como “crime internacional” de Benjamin Netanyahu e disse que há duas colombianas presas. O governo exigiu a libertação imediata e condenou violações de direitos de cidadãos no exterior. Israel informou que deteve barcos que seguiam para Gaza, mas negou incidentes. Petro, crítico de Netanyahu, o chama de “genocida” e acusa Donald Trump de ser cúmplice. Na semana passada, participou de protesto pró-palestino em Nova York e instou o Exército dos EUA a desobedecer a Trump. Washington considerou as falas “imprudentes e incendiárias” e cancelou seu visto.  O último embaixador israelense em Bogotá acusava Petro de antissemitismo. O presidente colombiano também suspendeu a compra de armas de Israel. Na segunda-feira, encerrou o Tratado de Livre Comércio firmado em 2020 com o país. 

Foz do Iguaçu, 2 de outubro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


TRIBUNAL CONDENA À MORTE 11 MEMBROS DA MESMA FAMÍLIA

Um tribunal chinês condenou à morte 11 membros de uma família notória que dirigia centros de fraude em Mianmar, segundo a mídia estatal. 
Dezenas de integrantes da família Ming foram considerados culpados por atividades criminosas, com longas penas de prisão. O clã atuava em Laukkaing, cidade na fronteira com a China, transformada em centro de jogos, drogas e golpes. Em 2023, vários membros foram presos em Mianmar e entregues às autoridades chinesas. Ao todo, 39 integrantes foram condenados na cidade de Wenzhou, segundo a CCTV. Além dos 11 sentenciados à morte, cinco receberam pena de morte suspensa, 11 prisão perpétua e os demais entre 5 e 24 anos. O tribunal afirmou que, desde 2015, a família cometeu fraudes em telecomunicações, tráfico de drogas, cassinos ilegais e prostituição. As atividades renderam mais de 10 bilhões de yuans (R$ 7,4 bi). Também foram responsabilizados por mortes em centros de golpes, inclusive disparos contra funcionários. Os cassinos de Laukkaing, criados para atender chineses, viraram fachada para lavagem de dinheiro e fraudes. 

A ONU já havia identificado a cidade como hub de golpes digitais com uso de “ciberescravos”. Mais de 100 mil estrangeiros, muitos chineses, teriam sido forçados a trabalhar em esquemas de fraude online. A família Ming controlava centros que empregavam cerca de 10 mil pessoas. O mais conhecido era o Crouching Tiger Villa, onde havia tortura e espancamentos. Há dois anos, insurgentes expulsaram o Exército de Mianmar de partes do Estado de Shan e assumiram Laukkaing. Presume-se que a China tenha autorizado a ofensiva. O patriarca Ming Xuechang teria se suicidado; outros membros foram entregues à China. Alguns fizeram confissões de arrependimento. Milhares de trabalhadores dos golpes também foram enviados à polícia chinesa. As condenações mostram a determinação de Pequim em combater fraudes na fronteira. A pressão chinesa levou a Tailândia a agir contra golpes em sua fronteira. Grande parte do negócio agora migrou para o Camboja, embora Mianmar siga relevante. 

A GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS PODE ACABAR

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou ontem, 1º, que o governo brasileiro vai aplaudir o plano de paz apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra entre Israel e Hamas. Em audiência na Câmara, Vieira disse que o plano coincide com posições defendidas pelo Brasil, como cessar-fogo imediato, libertação de reféns, reconstrução de Gaza, respeito aos direitos humanos e ajuda humanitária. Ele lembrou que o país já apresentou resoluções semelhantes na ONU, vetadas pelos EUA. Apesar da crise diplomática, Lula mantém críticas a Israel, acusando-o de genocídio em Gaza e comparando suas ações ao Holocausto. Em discursos anteriores, Lula também atacou Trump, dizendo que ideias como deslocar palestinos ou os EUA assumirem Gaza “não fazem sentido”. O plano de Trump prevê cessar-fogo imediato, troca de reféns por prisioneiros palestinos, retirada gradual das tropas israelenses, desarmamento do Hamas e um governo de transição supervisionado por um “Conselho da Paz”.

O conselho seria liderado por Trump e incluiria Tony Blair. Gaza seria administrada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico. Segundo Trump, Netanyahu concordou com a proposta. O Hamas ainda não deu resposta oficial, mas membros indicaram discordância sobre desarmamento e retirada de Israel. Netanyahu afirmou que tropas israelenses permaneceriam na maior parte de Gaza no início da implementação. Trump deu ao Hamas “três a quatro dias” para aceitar o plano, advertindo que, em caso de recusa, Israel terá seu apoio total para destruir o grupo. 

UNICAMP ROMPE ACORDO COM TECHNION

A Unicamp decidiu romper o acordo de cooperação que mantinha com o Technion, Instituto Israelense de Tecnologia. 
A medida ocorreu após mobilização da comunidade acadêmica contrária à parceria, alegando apoio da instituição à política bélica de Israel contra os palestinos. O reitor Paulo Cesar Montagner afirmou que a situação em Gaza se deteriorou a ponto de tornar constantes violações de direitos humanos. Segundo ele, a Unicamp já havia se posicionado contra o genocídio palestino e reafirma seu compromisso com princípios democráticos. Montagner declarou que o rompimento é unilateral e segue alinhado ao posicionamento do governo brasileiro e de universidades estrangeiras. O Technion já foi avisado da rescisão. O acordo, firmado no fim de 2023, previa cooperação em pesquisas e intercâmbio de docentes e estudantes. Alunos manifestaram-se pedindo o fim do convênio. No início do mês de setembro, o Comitê Unicamp Palestina Livre apresentou moção exigindo a suspensão da parceria. O grupo afirmou que o Technion integra o complexo industrial militar de Israel. Eles citaram a pesquisadora israelense Maya Wind, que apontou vínculos entre universidades e empresas de armamentos. O comitê destacou que a decisão não é motivada pelo fato de ser uma universidade israelense.

A justificativa, segundo o texto, é humanitária e moral, em defesa das liberdades democráticas e da paz. Também foi ressaltado que o convênio não teve avanços acadêmicos desde sua formalização. Para os críticos, a parceria apenas reforçava um vínculo político da Unicamp com as forças militares israelenses. O movimento pelo rompimento vinha ganhando força desde 2024. Alunos e professores apoiaram o desligamento da cooperação. A decisão foi celebrada em manifestações no campus. O episódio reforça a postura crítica da universidade diante do conflito em Gaza. O reitor disse que a Unicamp seguirá cultivando pensamento crítico e valores democráticos. 

TRUMP PERSEGUIU UNIVERSIDADES

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou acordo celebrado com a Universidade Harvard. 
Segundo ele, após meses de negociações, a instituição pagará US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões). Trump afirmou que a Secretária de Educação, Linda McMahon, está finalizando os detalhes. O acordo prevê que Harvard administre escolas técnicas voltadas para áreas como inteligência artificial e mecânica. A universidade ainda não comentou sobre as declarações de Trump e a verdade do caso só estará sacramentada depois que Harvard manifestar, pois o presidente não é muito adepto de falar a verdade. Seu governo pressionou as universidades com ameaça de cortar verbas federais. As razões incluíam protestos pró-palestinos, políticas de diversidade, iniciativas climáticas e questões de gênero. Críticos apontam riscos à liberdade de expressão e à autonomia acadêmica. Trump acusa Harvard e outras instituições de tolerar manifestações de antissemitismo. Manifestantes, inclusive grupos judaicos, contestam essa visão. Eles afirmam que críticas à guerra de Israel em Gaza não equivalem a antissemitismo. Apontam ainda que a defesa dos direitos palestinos não pode ser confundida com apoio ao extremismo.

Apesar das acusações, o próprio governo Trump não abriu investigações sobre islamofobia nas universidades. Em abril, forças-tarefa de Harvard relataram abusos contra estudantes judeus e muçulmanos. O caso expôs tensões internas diante da guerra em Gaza. O governo já havia fechado acordos com Columbia e Brown. Essas universidades aceitaram determinadas exigências federais. Alan Garber, presidente interino de Harvard, alertou para riscos financeiros. Segundo ele, as medidas federais poderiam retirar quase US$ 1 bilhão por ano da instituição. Isso levaria a cortes de pessoal e congelamento de contratações. Em março, o governo afirmou revisar US$ 9 bilhões em contratos e bolsas da universidade. No mês seguinte, enviou carta exigindo mudanças imediatas. Trump ameaçou bloquear mais de US$ 2,3 bilhões em verbas. Apesar disso, o governo enfrentou derrotas judiciais em parte de suas iniciativas. Agora, com o acordo anunciado, Harvard busca reduzir pressões e preservar recursos.