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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

TRUMP AMEAÇA A DEMOCRACIA AMERICANA

A Primeira Emenda da Constituição dos EUA garante liberdade religiosa, de expressão, de imprensa e de reunião. Essa base democrática, em vigor há 234 anos, foi colocada à prova pelo presidente Donald Trump após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, cofundador do movimento republicano Turning Point USA. Trump assinou ordem executiva classificando os Antifa como terroristas, ameaçou cassar concessões de emissoras “contra ele” e processou o New York Times em US$ 15 bilhões, ação rejeitada pela Justiça. Já havia tentado processar o Wall Street Journal por US$ 10 bilhões. Após o atentado contra Kirk, celebrou a suspensão do programa do humorista Jimmy Kimmel, acusado de explorar politicamente a morte do ativista. No funeral de Kirk, em Glendale, Trump, o vice J.D. Vance e secretários de Estado e de Guerra discursaram diante de 100 mil pessoas. O presidente chamou Kirk de “grande homem” e disse esperar um dia “muito duro”. Democratas anunciaram projeto para reforçar a liberdade de expressão. O senador Chris Murphy criticou a sanção a Kimmel como censura.

Trump também atacou universidades como Harvard e Columbia, acusando-as de difundir pensamento antissemita e ideologia “woke”. Em coletivas, responde a jornalistas com ofensas. Aaron Terr, da ONG FIRE, disse que o governo usa a tragédia para intensificar ataques à liberdade de expressão, afetando mídia, universidades, advocacia e até comediantes. O historiador Allan Lichtman classificou as ações como “ataque sem precedentes” à Primeira Emenda, comparando-as a medidas de regimes autoritários. Rebecca Tushnet, professora de Harvard, afirmou que Trump governa como autoritário e prepara terreno para evitar transferência pacífica de poder. Para especialistas, cresce a ameaça de um “autoritarismo competitivo” nos EUA, em que eleições existem, mas a oposição enfrenta barreiras quase intransponíveis. 

FUX ERROU, QUANDO INVOCOU JURISTA ITALIANO PARA SEU VOTO

O jurista e professor italiano Luigi Ferrajoli defendeu, em entrevista ao portal Jota, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. Ele foi citado várias vezes como referência no voto do ministro Luiz Fux, mas em sentido contrário, para absolver envolvidos. Ferrajoli, considerado o pai do garantismo penal, afirmou que a condenação de Bolsonaro e aliados revela “clara superioridade” do Brasil na defesa do Estado democrático de Direito. Ele comparou a situação à dos Estados Unidos. Segundo ele, o fato de que a tentativa de subversão fracassou e gerou processo judicial é sinal da solidez institucional brasileira. Para Ferrajoli, essa reação demonstra maturidade democrática, em contraste com o perdão dado a participantes do ataque ao Capitólio em 2021, nos EUA, além da perseguição a investigadores do caso.

O jurista classificou a ação penal como “um ato importantíssimo de garantismo constitucional”. Destacou ainda que o processo brasileiro pode servir de referência internacional na defesa da democracia. Segundo ele, o julgamento não apenas aplicou o garantismo penal, mas também protegeu o Estado de Direito contra setores políticos que tentaram subvertê-lo. Na América Latina, marcada por golpes e ditaduras, esse processo exerce função dissuasória contra futuras tentativas autoritárias. Ferrajoli diverge de Fux, que descreveu o 8 de Janeiro como ato de “turba desordenada”. Para ele, tratou-se de tentativa de subversão organizada por poderes políticos. Ele admitiu não ter acompanhado todos os detalhes do julgamento, mas reforçou sua convicção: o Brasil deu ao mundo uma prova de civilização ao opor o Direito à força. Foi a primeira vez, disse, que um país latino-americano conseguiu responder judicialmente a uma tentativa de golpe. 

BOICOTE A ISRAEL

Músicos, atores e escritores de países ocidentais intensificam pedidos de boicote a Israel pela guerra em Gaza, inspirados no movimento contra o apartheid na África do Sul. Enquanto governos evitam sanções econômicas a um aliado estratégico, celebridades do mundo cultural pressionam por medidas. O ator britânico Khalid Abdalla, de O Caçador de Pipas e The Crown, é um dos signatários da carta da "Film Workers for Palestine", apoiada por nomes como Javier Bardem, Emma Stone, Joaquin Phoenix e Gael García Bernal. No documento, divulgado pelo The Guardian, eles prometem romper com instituições israelenses “envolvidas no genocídio” em Gaza. A guerra também foi lembrada no Emmy e no Festival de Veneza. O grupo Massive Attack aderiu ao boicote, pedindo ao Spotify para bloquear suas músicas em Israel. Há risco de exclusão de Israel do Eurovision e de competições esportivas, apoiada pelo premiê espanhol Pedro Sánchez. Para o professor sueco Hakan Thorn, a mobilização lembra o boicote antiapartheid. Esse movimento surgiu nos anos 1960 após o massacre de Sharpeville, quando artistas e atletas recusaram visitas à África do Sul. Os que não aderiram, como Queen e Frank Sinatra, sofreram críticas. Segundo Thorn, a memória do Holocausto e as acusações de antissemitismo frearam protestos sobre Gaza. 

Mas imagens de fome no território mudaram o cenário em 2024. Israel costuma reagir acusando boicotadores de antissemitismo, o que gera desconfiança. Netanyahu os chama de “simpatizantes do Hamas”. David Feldman, da Universidade de Londres, considera equivocado ligar boicote a antissemitismo. Para ele, trata-se de protesto contra a destruição em Gaza. O exemplo do apartheid mostra limites: o regime caiu apenas após três décadas de isolamento econômico. Feldman destaca que só o boicote não bastou, sendo decisivo o abandono de empresas e o fim da Guerra Fria. Em Israel, artistas temem sofrer mais do que ajudar. O cineasta Hagai Levi disse que 90% da comunidade artística é contra a guerra. “Mas o boicote está enfraquecendo essas pessoas”, afirmou. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 22/09/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

PL quer emparedar Centrão em ofensiva pela anistia 

Bolsonaristas vão atrelar anistia, que lhes interessa, à blindagem, tema caro ao bloco de partidos. E tentar um acerto bom para ambos

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Povo nas ruas

Atos nas capitais do país pressionam veto à anistia, e Senado já fala em sepultar blindagem

Manifestação foi a maior organizada por apoiadores do governo Lula desde 2022 e ficou no patamar de protestos bolsonaristas

FOLHA DE SÃO PAULO/SP

Manifestações da esquerda superam o 7 de Setembro nas redes sociais

Sem protagonismo petista e de figuras do governo, manifestação consegue virar o jogo narrativo sobre a blindagem e anistia no WhatsApp

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Manifestantes ocupam ruas pelo país em atos contra anistia e PEC da Blindagem

Protestos mobilizados pela esquerda e com presença de artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Wagner Moura, ocorrem por todo o Brasil

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Obesidade entre crianças e jovens cresce no RS e preocupa especialistas

Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia alerta para riscos e destaca novas normas do CFM para ampliar opções de tratamento

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT  

Portugal "é o melhor país do mundo". Marcelo elogia segurança, crescimento económico e estabilidade do país

Em Nova Iorque, o Presidente da República descreveu Portugal como um país "que oferece segurança" e "estabilidade", tendo elogiado o crescimento económico e o superavit

domingo, 21 de setembro de 2025

RADAR JUDICIAL

CANAL NO YOUTUBE DE MADURO DESAPARECEU

O canal no YouTube do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, desapareceu da plataforma neste sábado (20), segundo a AFP. A página exibe a mensagem de que não está disponível, sem explicação oficial até o momento. O canal tinha 233 mil inscritos e saiu do ar na sexta-feira (19), segundo a Telesur. O veículo afirmou que o fechamento ocorreu “sem justificativa” e insinuou ação política dos EUA. Não há confirmação sobre eventual caráter político da medida, mas também não foi descartado. A retirada ocorreu em meio a tensões militares entre EUA e Venezuela no Caribe. Washington enviou oito navios à região, alegando combate ao narcotráfico. Em resposta, Maduro mobilizou tropas às fronteiras e promoveu exercícios militares. O ditador também incentivou o treinamento de civis para defesa. Não é a primeira vez: TikTok e Facebook já haviam bloqueado contas de Maduro.

CONSELHOS REGIONAIS IMPEDIDOS DE INTERFERIR EM MEDICINA

Ao impor parâmetros de infraestrutura, recursos materiais, humanos e financeiros e assumir o poder de interdição de atividades de ensino em saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) extrapolou sua competência normativa. Esse foi o entendimento do ministro Flávio Dino, do STF, ao suspender trechos da Resolução 2.434/25, que permitia aos conselhos regionais interferir em cursos de medicina. A decisão atendeu ação da Associação de Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior (Amies), que pediu a suspensão integral da norma. Dino explicou que o artigo 22 da Constituição atribui à União legislar sobre diretrizes e bases da educação, função exercida pelo Congresso e, de forma complementar, pelo Ministério da Educação. A jurisprudência do STF já definiu que cabe exclusivamente à União tratar de currículos, conteúdos, metodologia e exercício da atividade docente. Segundo o ministro, o CFM buscou regulamentar aspectos éticos e técnicos, mas acabou interferindo indevidamente na organização do ensino superior. Ele concluiu que conselhos profissionais só podem atuar em matéria técnica e fiscalizatória, sem extrapolar para a área educacional.

TRIBUNAL RECONHECE JUSTA CAUSA NA RESCISÃO DE DANIEL

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidiu a favor do UNAM Pumas no litígio com Dani Alves, reconhecendo justa causa na rescisão contratual após a prisão do jogador em janeiro de 2023. A decisão anula sentença da Câmara de Resolução de Litígios da FIFA, que havia condenado o clube a indenizar o brasileiro. Com a nova decisão, Alves perde salários até o fim do contrato e terá de compensar financeiramente o Pumas pelos prejuízos. O clube afirmou que a decisão “representa precedente importante na proteção dos interesses contratuais das equipes”. Após mais de um ano de disputa, a diretoria considera o caso encerrado. O processo começou quando Dani acusou o Pumas de romper unilateralmente o vínculo, pedindo indenização. A FIFA, em primeira instância, deu-lhe razão parcial. O recurso do clube ao TAS, porém, reverteu a situação, reconhecendo a legalidade da rescisão. A responsabilidade financeira passou então ao jogador. Alves aposentou-se em 2023 após sua passagem pelo México. Encerranda a carreira, somou 41 títulos, incluindo três Ligas dos Campeões. Jogou por Bahia, Sevilla, Barcelona, Juventus, PSG e São Paulo.

DESPESAS PARA 2026 ORIGINAM-SE DO GOVERNO BOLSONARO

O Ministério da Fazenda calcula que R$ 76,5 bilhões em despesas projetadas para 2026 são herança de medidas aprovadas no governo Jair Bolsonaro. Segundo a pasta, mudanças na Loas e no Fundeb ampliaram gastos permanentes. Fernando Haddad (Fazenda) usa os números para rebater críticas à condução fiscal do governo Lula. No caso do BPC, a flexibilização de regras em 2021 aumentou o público atendido e deve elevar a despesa a R$ 131,1 bilhões em 2026. Sem as alterações, o gasto seria de R$ 93,3 bilhões, diferença de R$ 37,8 bilhões. O Fundeb também pressiona: a União passará a complementar 23% do fundo, contra 10% antes da mudança, chegando a R$ 68,4 bilhões em 2026. Somados, BPC e Fundeb representam um impacto extra de R$ 227,7 bilhões entre 2023 e 2026. A Fazenda estima que as despesas totais chegarão a 18,8% do PIB em 2026. Sem esses aumentos, ficariam em 18,3%, nível próximo à média histórica. O governo afirma que as medidas de arrecadação em curso são necessárias para recompor receitas e conter o déficit. 

TRUMP DEMITE PROCURADOR

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem, 20, que demitiu o procurador federal Erik Siebert, do distrito leste da Virgínia. Segundo o New York Times, ele era pressionado a acusar o ex-diretor do FBI James Comey e a procuradora de Nova York, Letitia James. Trump disse na Truth Social que retirou a nomeação após saber do apoio de dois senadores democratas ao procurador. “Ele não renunciou, eu o demiti”, escreveu o republicano, repetindo depois a jornalistas: “Eu quero ele fora”. Siebert teria resistido a acusar Comey por mentir ao Congresso e Letitia James por fraude hipotecária. Comey foi destituído em 2017 enquanto investigava possível interferência russa na eleição de Trump. Letitia James processou Trump por inflar fraudulentamente seu patrimônio e manipular valores de propriedades. Em 2024, Trump foi multado em US$ 464 milhões; em 2025, a multa foi anulada por excesso, mas confirmada a fraude. Aliados de Trump acusam James de falsificação de documentos, mas o procurador não viu provas suficientes. Questionado sobre ela, Trump disse: “Parece culpada de algo, mas não sei”.

Santana/Ba, 21 de setembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

TRUMP ENRIQUECEU NA PRESIDÊNCIA, COMO NENHUM OUTRO PRESIDENTE

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) nos primeiros nove meses de seu segundo mandato, segundo dados da lista em tempo real de bilionários da ForbesQuando tomou posse em 20 de janeiro, Trump tinha patrimônio de US$ 6,7 bilhões (R$ 35,7 bilhões) e ocupava a 472ª posição entre os mais ricos do mundo. Nesta sexta-feira (19), sua fortuna alcançou US$ 7,2 bilhões (R$ 38,4 bilhões), mas ele caiu para o 530º lugar no ranking global. No ranking Forbes 400 de 2025, divulgado no início de setembro, Trump figurou na 201ª posição, com US$ 7,3 bilhões (R$ 38,9 bilhões) — recorde pessoal. Em 2024, estava em 319º, com US$ 4,3 bilhões (R$ 22,9 bilhões). Em um ano, acumulou US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões). Segundo a revista, nenhum outro presidente americano enriqueceu tanto durante o exercício do cargo. O avanço é atribuído principalmente ao setor de criptomoedas.

Em setembro de 2024, Trump lançou a empresa World Liberty Financial, dedicada a criptoativos. O negócio deslanchou após sua vitória na eleição presidencial. Pouco antes de reassumir a Casa Branca, ele lançou também uma memecoin, que adicionou milhões ao seu patrimônio. No primeiro mandato, a situação foi oposta. Entre janeiro de 2020, início da pandemia, e janeiro de 2021, quando deixou o governo, Trump perdeu US$ 600 milhões (R$ 3,2 bilhões). 

TANQUES AVANÇAM SOBRE GAZA

Forças militares de Israel continuaram as ofensivas na Cidade de Gaza neste domingo, 21, matando dezenas e forçando deslocamentos, segundo autoridades locais. 
Tanques israelenses avançam sobre a maior e mais populosa cidade da Faixa de Gaza, descrita por Netanyahu como último bastião do Hamas. O Exército tem demolido prédios e casas que afirma serem usados por militantes. Entre os mortos, estavam uma grávida e dois filhos; o marido sobreviveu, mas perdeu a perna. Israel afirmou ter eliminado terroristas, sem comentar o caso específico. Nas ruas, familiares buscavam restos de pertences sob escombros. No sábado (19), Israel anunciou expansão das operações; no domingo, médicos relataram 31 mortos. Testemunhas disseram que tanques avançavam em Tel Al-Hawa, no sudeste. O Exército calcula 450 mil fugindo desde setembro; o Hamas fala em 300 mil, com 900 mil ainda na cidade.

No sul de Israel, dois foguetes foram lançados; um foi interceptado, outro caiu em campo aberto. Sem vítimas. A ofensiva gerou críticas externas; aliados ocidentais planejam reconhecer o Estado palestino na ONU. O premiê britânico Keir Starmer deve anunciar reconhecimento ainda neste domingo. Famílias de reféns em Gaza protestaram em Jerusalém, pedindo acordo a Netanyahu. “Ele nos conduz a uma guerra sem fim”, disse Michel Illouz, pai de sequestrado. Os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 mataram 1.200 e sequestraram 251. A resposta militar israelense já deixou mais de 65 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais. O ex-comandante Herzi Halevi fala em mais de 200 mil vítimas, 10% da população. A ofensiva também gerou fome, destruição e deslocamentos repetidos da população. O Papa Leão 14 condenou o deslocamento forçado e pediu paz no Angelus. Ele lembrou que não há futuro baseado em violência, exílio e vingança. Em julho, Israel bombardeou a única igreja católica de Gaza, matando três. 

PEC DA BLINDAGEM NÃO PASSA NO SENADO

Deputados usaram as redes sociais para pedir perdão pelo voto a favor da PEC da Blindagem, que limita investigações contra parlamentares, exigindo aval da Câmara ou Senado. A proposta foi aprovada no primeiro turno por 353 votos a 134, com uma abstenção, e no segundo por 344 a 133. O texto segue para o Senado. A deputada Silvye Alves (União Brasil-GO) disse ter cometido “erro gravíssimo”. Ela afirmou ter cedido a pressões de “pessoas influentes do Congresso”, mudando o voto de última hora. O deputado Merlong Solano (PT-PI) também se retratou. Em nota, disse que buscava preservar diálogo do PT com a presidência da Câmara, viabilizar pautas como isenção do IR e taxação de apostas, e impedir avanço do PL da Anistia. Segundo ele, o acordo político foi rompido, e a PEC votada sob “irregularidades”, como a volta do voto secreto. Solano informou que ingressou no STF para anular a votação. 

Pedro Campos (PSB-PE) também explicou seu voto, alegando tentativa de evitar boicote a pautas do governo. Reconheceu, porém, derrota: “A PEC passou do jeito que não queríamos, com manobra para voltar o voto secreto”. Ele também protocolou mandado de segurança no STF. Já Thiago de Joaldo (PP-SE), que inicialmente justificou o voto por “perseguição judicial” a parlamentares, recuou após críticas. “Passei a entender que a Câmara errou na mão. O remédio pode ter saído mais letal que a enfermidade”, afirmou. Ele concluiu pedindo desculpas: “Reconheço que falhei. Peço perdão”. 

GUERRA COMERCIAL LEVA AGRICULTORES AMERICANOS À FALÊNCIA

Em Iowa, o fazendeiro Tim Maxwell, de 65 anos, teme pelo futuro agrícola diante da queda nas exportações. A guerra comercial entre EUA e China reduziu drasticamente as vendas de grãos e soja, levando agricultores à falência no nível mais alto em cinco anos. Apesar disso, a zona rural segue fiel a Trump, que venceu Kamala Harris por larga margem no interior. Maxwell admite preocupações, mas confia no presidente: “Vou ser paciente. Acredito nele.” Na Feira Estadual de Iowa, o impacto das tarifas dominou conversas. Muitos produtores reconhecem os prejuízos, mas ainda apoiam Trump. Para Gil Gullickson, editor agrícola, “a história comprova que tarifas não terminam bem”. As tarifas de 145% impostas pelos EUA e as retaliações de 125% da China atingiram em cheio o “cinturão do milho”. No ano passado, a China comprou US$ 12,7 bilhões em soja americana; hoje, as compras despencaram. Economistas alertam que os custos também subiram, como fertilizantes importados do Canadá. Jovens agricultores, sem reservas financeiras, são os mais ameaçados. “Muitos irão quebrar”, disse o senador Jon Tester. Ainda assim, Trump ampliou subsídios em US$ 60 bilhões e garante que os produtores “irão se divertir”. Aliados como Sid Miller, do Texas, elogiam o “apoio vital” do governo.

Pesquisas mostram que Trump mantém forte apoio rural: 53% aprovam seu governo, contra 38% da média nacional. Para especialistas, isso decorre da “identidade rural”, marcada por ressentimento contra elites urbanas desde os anos 1980. Esse vínculo cultural e político explica por que agricultores continuam leais, mesmo prejudicados economicamente. Para a pecuarista Joan Maxwell, a imprensa trata a região com desprezo. Segundo o professor Michael Shepherd, há “atribuição seletiva de culpa”: produtores culpam as tarifas, mas não Trump. Ainda assim, a paciência tem prazo. “É melhor que dê resultado em até 18 meses”, alerta Joan. Nesse cenário, o Brasil sai lucrando, portanto a China bate recorde na compra de soja do Brasil, causando danos aos produtores americanos. 



EUA CENSURAM A IMPRENSA

O Departamento de Defesa dos EUA passou a exigir que jornalistas credenciados obtenham aprovação prévia do governo para publicar qualquer informação relacionada à pasta, confidencial ou não. 
Profissionais que descumprirem a regra podem perder a credencial de acesso ao Pentágono. As condições, divulgadas na sexta-feira, 19, marcam novo capítulo do embate entre o governo Trump e a imprensa. Segundo as diretrizes, todas as informações ligadas ao Departamento de Defesa devem ser avaliadas por funcionário autorizado antes da divulgação. A norma inclui até dados obtidos de fontes anônimas ou fora dos canais oficiais. O descumprimento pode acarretar retirada imediata da autorização dos repórteres. Especialistas consideram a medida um ataque à liberdade de imprensa. Mike Balsamo, presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, afirmou que a regra impede informação independente. Ele alertou que o público só terá acesso ao que o governo decidir liberar. "Isso deveria alarmar todos os americanos", disse, pedindo revogação imediata da medida.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu as restrições em tom duro. "Use sua credencial e cumpra as normas ou vá para casa", escreveu na rede X. Hegseth já esteve envolvido em crise com a imprensa em abril. Na ocasião, compartilhou em grupo privado do Signal informações sobre bombardeios no Iêmen. Críticos apontaram que o ato expôs segredos militares dos EUA. Ele negou ter revelado dados confidenciais. Mesmo assim, as mensagens incluíam horários exatos e detalhes de alvos dos ataques. Esses dados costumam ser considerados sigilosos antes de operações militares. O presidente Donald Trump reforçou críticas à imprensa. Na sexta, disse novamente que a cobertura sobre ele é "excessivamente negativa".