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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PITORESCO JUDICIÁRIO (XII)

DESAPACHO INUSITADO
"Vistos, etc...
O Juiz de Direito não se confunde com a maioria dos homens. De 1000 (mil) Bacharéis em Direito que pretendem transformarem-se em Juiz de Direito, apenas 10 (dez), 05 (cinco), 01 (um) ou nenhum consegue realizar esse sonho. Esse tem sido o resultado da maioria dos concursos públicos realizados para o provimento do cargo de Juiz de Direito. Assim, apenas a minoria dos homens, a pequena fração de 0,01% dos Bacharéis em Direito é capaz de moldar-se, converter-se em Juiz de Direito.
Portanto o Juiz de Direito não está sujeito, exposto, aos sentimentos exagerados, como estão os outros homens em sua maioria.
O Juiz de Direito emerge dentre os homens mais valentes, bravos, determinados, "desasombrados", denodados, coerentes, sensatos, educado, da melhor formação, tenazes, persistentes, resistentes, idealistas, íntegros, fabulosos, gigantes em virtude, elegantes, vencedores, campeões, melhores...
No desempenho de seu trabalho, nem o amor nem o ódio balizam a "trajetória" do Juiz de Direito. Para "dá" a cada um que é seu, o Juiz de Direito orienta-se apenas pelo profissionalismo e pelo senso de Justiça.
O presente feito não foi ainda despachado em razão do "cúmulo" de serviço comum e eleitoral nesta Comarca. De acordo com a certidão de fls. 73 existem 111 (cento e onze) processos mais antigos do que o presente, conclusos para despacho e sentença. Todos serão despachados e sentenciados oportunamente. Todos dependem de estudo. Não é possível estudar todos de uma só vez. Não é justo que se dê preferência aos mais recentes, em prejuízo dos mais antigos, que estão aguardando por uma providência Jurisdicional a mais tempo. A certidão de fls. 73 registra feitos datados de 83 e 84. Há até feitos datados do ano de 1982.
Assim, determino à Escrivania que me apresente este Processo, tão logo tenham sido despachados e sentenciados os Processos constantes da Certidão de fls. 73.
Intimem-se.
Aliança, 27 de julho de 1994."
CONFINAMENTO
O Juiz de Direito Odilon de Oliveira, 56 anos assumiu a Comarca de Ponta Porá/MS, em junho de 2004, e depois que condenou 114 traficantes a 919 anos e 6 meses de cadeia, além de ter confiscado casas, fazendas, veículos e aviões. Passou a morar no fórum da cidade, porque jurado de morte, pelos traficantes que pagam 300 mil dólares para vê-lo morto. É vigiado por sete agentes federais e quando sai, em raras ocasiões, é acompanhado pelos agentes. A família de Oliveira, mulher, filhos e duas filhas tiveram de permanecer em Campo Grande e o Juiz vai em casa a cada 15 dias sempre com seguranças. Até a comida do Juiz é adquirida na cidade em pontos estratégicos, porque se teme ser envenenado.

SALA DE AUDIÊNCIA VIROU DORMITÓRIO.

 Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. “Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.” Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir.

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