Cabul, capital do Afeganistão, pode se tornar a primeira capital moderna do mundo a ficar sem água. Com cerca de 6 milhões de habitantes, a cidade enfrenta uma crise hídrica sem precedentes. Relatórios indicam que os reservatórios subterrâneos podem colapsar em poucos anos. Segundo a ONG Mercy Corps, os lençóis freáticos caíram entre 25 e 30 metros na última década, e o bombeamento supera a recarga natural em 44 milhões de m³ por ano. Se nada mudar, o abastecimento pode entrar em colapso antes de 2030. A crise resulta da combinação entre mudanças climáticas, crescimento urbano caótico e gestão frágil. O caso ecoa episódios já vividos por metrópoles como Cidade do Cabo, Chennai e São Paulo, funcionando como um alerta global. Cabul está mais quente e seca, com chuvas irregulares que dificultam a recarga dos aquíferos. A população cresceu rapidamente devido a conflitos, e 90% dos moradores dependem de poços perfurados, muitos já secando. A governança da água piorou após o retorno do Talibã, que reduziu a ajuda internacional e paralisou projetos de infraestrutura. O setor opera com recursos insuficientes. A qualidade também preocupa: até 80% da água subterrânea está contaminada por esgoto, salinização e metais. O UNICEF aponta que oito em cada dez afegãos consomem água imprópria. Com o rebaixamento do lençol freático, metade dos poços já secou ou produz pouca água. Famílias gastam até 30% da renda comprando água de caminhões privados. Para os mais pobres, o acesso é ainda mais limitado. Casos semelhantes ocorreram em outras cidades. Cidade do Cabo só evitou o “Dia Zero” com racionamento severo. Chennai, na Índia, viveu situação crítica ao secarem seus reservatórios. No Brasil, São Paulo chegou a operar com apenas 3–5% da capacidade do Cantareira em 2014–2015. Especialistas apontam três lições de Cabul: uso descontrolado da água subterrânea torna cidades inviáveis; infraestrutura inadequada agrava a crise; planejamento de longo prazo é essencial. Medidas como proteger áreas de recarga, controlar poços, reaproveitar água da chuva e reusar efluentes são prioridades. Para o Brasil, o caso é um alerta: secas entre 2013 e 2016 afetaram 48 milhões de pessoas, principalmente no Nordeste. A crise de São Paulo mostrou que metrópoles também são vulneráveis. Proteger mananciais, monitorar aquíferos e incluir periferias no planejamento pode evitar um “Dia Zero” tropical. Sem mudanças, o cenário vivido por Cabul pode deixar de ser distante — e se tornar possível.
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
CABUL PODE FICAR SEM ÁGUA
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 1º/12/2025
CORREIO BRAZILIENSE - BRASILIA/DF
"Nenhum Poder deve se julgar acima do outro", diz Alcolumbre sobre atraso em sabatina de Messias
Em nota, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), critica a demora do Planalto em formalizar a indicação de Jorge Messias e acusa "setores do Executivo" de interferir no rito da Casa e tentar resolver divergências com "ajustes de interesse fisiológico"
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
Oriente Médio se consolida como destino mais disputado do mercado de luxo, e o Fashion Trust Arabia pode provar
Legião de celebridades, como Gisele Bündchen e Miuccia Prada, prestigiaram a sétima edição do evento que aconteceu no Catar
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
Indicação de Messias desafia Fachin em plano por autocontenção e distância da política
Ex-chefe da AGU tem histórico que sinaliza conforto com atuação do Judiciário em políticas públicas Especialistas ponderam que tensionamento passa mais por dinâmica entre Poderes que por indicação
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
PM erradica cerca de 32 mil pés de maconha em Curaçá
Os pés de maconha foram incinerados, com coleta de amostras que foram encaminhadas às autoridades competentes.
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
Incêndio atinge prédio residencial no Centro Histórico de Porto Alegre
Três caminhões dos bombeiros atuavam no combate às chamas da construção de três andares
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
Economistas dão conforto ao Governo nas previsões de crescimento da economia portuguesa
Estudo CIP/ISEG aponta para expansão de 1,8% a 1,9% este ano, próximo dos 2% do governo. Moody's espera "crescimento económico robusto em torno dos 2%" em 2025.
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