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quarta-feira, 13 de julho de 2022

DEPUTADO RUSSO É CONDENADO

O deputado Alexei Gorinov, do distrito de Krasnoselsky, Norte de Moscou, foi condenado, a sete anos de prisão, simplesmente por insurgir contra as ações militares da Rússia contra a Ucrânia. O parlamentar está preso desde o mês de abril. A Anistia Internacional informa que esta foi a primeira condenação, depois da lei de fake news de autoria do presidente Vladimir Putin, no mês de março. A lei que seria usada contra os cidadãos, está servindo também para punir parlamentares, que se manifestam contra a invasão da Ucrânia. O crime de Gorinov consistiu na gravação da seguinte mensagem: "Acredito que todos os esforços da sociedade civil (russa) devem ser orientados a parar a guerra e retirar as tropas russas do território da Ucrânia". Os promotores acusaram o parlamentar de "ódio político" e de "minar a autoridade das Forças Armadas". O deputado não se declarou culpado, mas afirmou no Tribunal: "Estou convencido de que esta guerra é o caminho mais rápido para a desumanização, quando a linha entre o bem e o mal é tênue. A guerra é sempre violência e sangue, corpos dilacerados e membros decepados. É sempre a morte. Eu não aceito isso". Disse mais o parlamentar: "A guerra, qualquer sinônimo que vocês a chame, é a última coisa, mais suja e vil, indigna do título de homem. Eu pensei que a Rússia tinha esgotado a seu limite de guerras no século XX. No entanto, nosso presente é Bucha, Irpin e Hostomel". No tribunal, Gorinov ainda levantou um cartaz: "Você ainda precisa dessa guerra?"

A Anistia Internacional saiu em defesa de Gorinov e de todos os presos pela manifestação de suas opiniões sobre a invasão. Bruce Millar, diretor da Anistia, classificou de sentença "chocante" a condenação do parlamentar. Afirmou que "é uma represália ilegal por expressar pontos de vista, e não a administração da justiça". A Anistia informou que existem 60 pessoas indiciadas, aguardando julgamento. Entre as proibições da lei de Putin está o de chamar a guerra de guerra, pois as autoridades querem que denominem a guerra de "operação especial".

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