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domingo, 3 de abril de 2022

COLUNA DA SEMANA

É inconcebível que as maiores autoridades do país assumam a defesa da ditadura militar, implantada no Brasil, em 1964 e responsável por torturas, mortes e desaparecimento de muitos brasileiros. Pois foi o que fez o presidente Jair Bolsonaro e seu futuro candidato a vice-presidente, atualmente no Ministério da Defesa, Braga Neto, no dia 31 de março. Disse o presidente: "Na ditadura todos aqui tinha direito, deputado Daniel Silveira, de ir e vir, e sair do Brasil, trabalhar, construir família, de estudar". Como defender um movimento, responsável por 6.016 torturas, segundo estimativas da própria Auditoria da Justiça Militar! Registre-se que a contabilidade não confere com os 20 mil casos de torturas. Será que o regime de Bolsonaro é o uso do pau de arara, dos choques elétricos, do estrangulamento, dos socos, das agressões e das mortes? O "homem", como já disseram várias autoridades, é louco e merece ser submetido a tratamento. Enquanto isso não ocorre, o Brasil segue caminhos tortuosos nunca imaginados, a exemplo de o presidente sair do país para visitar e enaltecer a figura do presidente da Rússia, Vladimir Putin, responsável pela maior carnificina nos últimos tempos, em guerra sem nenhuma motivação, contra a Ucrânia.

O pior é que o presidente não tem o mínimo de respeito com as autoridades do país e chega a usar termos chulos nos discursos que profere. Disse Bolsonaro: "Não vem encher o saco dos outros", referindo-se a ministros do STF que decidem contra suas pretensões. Além do desrespeito, o presidente não conhece o funcionamento das apurações eleitorais e manda uma bruta besteira, afirmando, no Rio Grande do Norte, que "os votos das eleições serão contados". A infantilidade, seguida de maldade do presidente ainda não lhe deu condições para perceber que o voto impresso já não existe no Brasil, de conformidade com decisão do Congresso Nacional, e os votos não são contados como ele quer, aí sim, com imensas possibilidades de fraudes, como ocorria anteriormente. O "homem" chega ao desplante de afirmar que "não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos". Será que ele acha-se competente para informar como serão contados esses votos?

O outro barbarismo do presidente situa-se na defesa de que "o povo armado jamais será escravizado". Bolsonaro ainda não acordou no sentido de tornar real suas tentativas de distribuir armas para o cidadão, medida que não é aceita nem no Congresso nem nas Cortes de Justiça, porque providência inconstitucional e incompatível com o senso do brasileiro.

A incompetência, a insubordinação do presidente atinge a quase todos os ministros do STF, ressalvando os dois que ele colocou na Corte e que seguem obedecendo às suas determinações, como aconteceu com o caso do deputado bolsonarista Daniel Silveira, dois únicos votos que apoiaram a conduta do atrevido parlamentar. Pois bem, o incontido presidente atacou até a ministra Rosa Weber, que não tem o costume de buscar a imprensa para se promover, como é o caso do ministro Gilmar Mendes. A ministra decidiu não arquivar investigação sobre compra da Covaxin e foi o suficiente para mais uma cocorocada do chefe da Nação, sem saber que os integrantes do Judiciário têm liberdade para manifestar seu entendimento sobre esta ou aquela matéria, ainda mais no caso que envolve prática de crime. O presidente indagou: "O que têm na cabeça?", ignorando que esta é a dúvida que os brasileiros de bom senso tem, não sobre a ministra, mas sobre o que tem na cabeça de Bolsonaro, com suas mutretas, fofocas para os apoiadores, no Palácio do Planalto, com sua incompetência e preguiça preferindo os passeios de motos ou as exibições de almoçar, usando as mãos, em nítida campanha para mostrar simplicidade!

É o destino cruel ao qual nos levou as redes sociais, pois este "homem" nunca deveria ser eleito, nem mesmo para deputado, onde permaneceu por quase 30 anos sem apresentar nenhum trabalho para benefício do Brasil. O trabalho nas redes sociais, com as fake news desvio o caminho do Brasil nesses quase quatro anos.

Salvador, 3 de abril d 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  





 

 

 

 

 

 

 


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