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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

GOVERNO CONTRA ESCRITOR

O escritor, que não se torna autor de best-seller, está com os dias contados no Brasil; é que o governo atual, através do Ministério da Economia, na reforma tributária, pretende fazer incidir imposto de 12% sobre o livro. O fundamento é de que o livro é consumido mais pela classe alta e precisa ser taxado. O governo não se constrange nem com a recuperação judicial de duas grandes redes, Saraiva e Cultura, e com o fato de que o autor recebe percentual menor que o próprio governo, se taxado o livro.

Quem escreve recebe 10% do preço de capa do livro; o editor, o revisor, o tradutor, o artista gráfico, o diagramador, a gráfica, o divulgador, o distribuidor e a livraria, cada um desses segmentos recebe determinado percentual, mostrando que a arte de escrever não oferece vida tranquila para o profissional, exceção para autores de best-seller, a exemplo de Paulo Coelho, Jorge Amado e outros poucos. Junta-se a esses informes o fato de que a editora imprime e vende um máximo de 10 mil exemplares em dois anos e, portanto, se aquilata a insignificante verba obtida por um escritor que pode levar anos para escrever um livro. 

Na verdade, há erro de entendimento sobre quem mais compra e quem mais ler livros, pois já se constatou que o livro é adquirido mais por gente das classes menos nobres. Os ricos, pelo contrário, ou nada leem ou são contemplados com prêmios ou bônus pelas livrarias ou pelos autores que lhes oferecem o livro. Considerando tudo isso, está na hora de as escolas, os intelectuais, o povo enfim movimentarem-se para pressionar o Congresso Nacional a não aprovar tamanha imbecilidade.

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