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sábado, 23 de agosto de 2025

O USO DA LEI MAGNITSKY CONTRA MORAES

É irritante, incompreensível e temerário os atos do presidente Donald Trump, publicados e, direcionados a punir países e pessoas. Basta um suspiro irreverente para aparecer a possibilidade de o presidente americano castigar. No Brasil, o direcionamento maior desse açoite vai no encalço de ministros do STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes. As mazelas de Trump passam por sanções financeiras, com uso indiscriminado da lei denominada de Magnisky. Esta lei, que nada tem a ver com seu uso pelo presidente, originou-se de cenário envolvendo o advogado russo Sergey Magnitsky que morreu na cadeia, depois que revelou esquema de corrupção de autoridades de Moscou. Em 2012, surgiu a lei, denominada de Magnitsky, visando punir os responsáveis pela morte do russo, mas, em 2016, a norma destinada a punir Magnitsky transformou em arma para punir violações dos direitos humanos e corrupção pelo mundo.

Nos Estados Unidos, o uso indevido da lei por Donald Trump prestou-se para sacrificar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, absolutamente inaplicável, porque o magistrado não violou direitos humanos e muito menos é acusado de qualquer ato de corrupção. No comunicado do governo americano consta: "O Gabinete de Controle de Ativos (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA está sancionando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes". O ministro está impedido de entrar em território americano, depois que foram revogados seus vistos e de seus parentes". A explicação para as punições assinadas pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, é risível e bizarra. Diz o secretário que Moraes foi punido por graves violações a direitos humanos, mas não explica que direitos humanos foram desrespeitados. A lei invocada por Trump, aplicada contra o ministro, destinou-se a punir ditadores. Interessante e absurdo é que Moraes não tem acusação de qualquer abuso dos direitos humanos.  

O investidor britânico William Browder, responsável pela campanha desenvolvida para aprovação da Lei Magnitsky, criticou o uso das sanções contra Moraes. Escreveu Borwder em sua conta no X: "Passei anos lutando pela aprovação da Lei Magnitsky para acabar com a impunidade contra violadores grandes dos direitos humanos e cleptocratas. Pelo que sei, o juiz brasileiro Moraes não se enquadra em nenhuma dessas categorias". Por outro lado, o deputado Jim McGovern, autor da Lei Magnitsky, enviou carta ao secretário de Estado, Rubio, considerando vergonhosa a imposição de sanções ao ministro brasileiro. Não fora a irregularidade servida pelas autoridades americanas, a revogação do visto do ministro não lhe atinge, porquanto está vencido há dois anos e Moraes nunca preocupou em renovar. A motivação encontrada para esse grotesco ato do governo americano situa-se somente no fato de o ministro ser relator de processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que Donald Trump assumiu apadrinhá-lo, imaginando está nos Estados Unidos, onde ele Trump foi condenado e responde a vários processos, além de praticar as mais absurdas violações aos direitos do cidadão americano. Infelizmente, as autoridades americanas têm demonstrado receio na aplicação da lei contra o irreverente Donald Trump e a Corte Suprema prefere servir dos votos dos ministros republicanos, em maioria, para proteger Donald Trump.  

Salvador, 22 de agosto de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
     



FBI NA CASA DE EX-CONSELHEIRO DE TRUMP

Agentes do FBI revistaram na sexta-feira (22) a casa de John Bolton, ex-conselheiro de Donald Trump e crítico do republicano. A operação faz parte de uma investigação de segurança nacional, segundo fontes ligadas ao caso. A busca ocorreu na residência de Bolton em Bethesda, Maryland, às 7h locais.

O diretor do FBI, Kash Patel, teria ordenado a ação, conforme o New York Post. Trump disse ter pouco conhecimento da operação, mas chamou Bolton de “mau caráter”. “Não sou fã de John Bolton”, afirmou o presidente a jornalistas. Trump disse esperar informações oficiais do Departamento de Justiça sobre a busca. O FBI confirmou tratar-se de uma “atividade autorizada pelo tribunal”.

Patel publicou no X que “ninguém está acima da lei”, sem citar nomes. Bolton não foi localizado para comentar, mas disse à CNN desconhecer a ação. Ainda não se sabe o motivo exato da busca em sua propriedade. Bolton foi embaixador dos EUA na ONU e conselheiro de Trump no primeiro mandato. Posteriormente, tornou-se um crítico ferrenho e escreveu livro contra o republicano. No primeiro governo, Bolton foi alvo de processo por suposto uso de informações sigilosas.

Um juiz rejeitou o pedido para barrar a publicação do livro em 2020. O processo e a investigação foram encerrados em 2021, sob o governo Biden. Em janeiro, Trump retirou a proteção do Serviço Secreto de Bolton. Ela havia sido concedida após ameaças iranianas contra sua vida. Bolton continuou criticando Trump em entrevistas, inclusive após reunião com Putin. Também atacou a nomeação de Patel para o comando do FBI, confirmada pelo Senado 

TRUMP CONTINUA A DENEGRIR A IMAGEM DE QUEM CONDENA SEUS ABUSOS

O governo de Donald Trump impôs na quarta-feira (20) sanções contra dois juízes e dois procuradores do Tribunal Penal Internacional (TPI), ampliando a pressão sobre a corte por sua atuação contra líderes de Israel e investigações envolvendo os EUA.

O TPI classificou as medidas como "um ataque flagrante à independência de uma instituição judicial imparcial".

As sanções incluem bloqueio de ativos e proibição de entrada nos EUA, semelhantes às aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky.

Entre os alvos está o juiz francês Nicolas Guillou, responsável pelo mandado de prisão contra o premiê israelense Binyamin Netanyahu, em novembro de 2024.

A juíza canadense Kimberly Prost, que autorizou investigações sobre crimes de guerra de soldados americanos no Afeganistão, também foi incluída.

Além deles, foram sancionados os vice-procuradores Nazhat Shameem Khan, de Fiji, e Mame Mandiaye Niang, do Senegal.

O secretário de Estado Marco Rubio disse que os EUA rejeitam a "politização" e o "abuso de poder" do tribunal.

Ele conclamou países aliados a resistirem às "pretensões dessa instituição falida", quando na verdade falido está o governo Trump, ao menos no que se refere a honestidade e defesa do direito do ser humano. 

O TPI, não reconhecido pelos EUA, afirmou que seguirá cumprindo seu mandato "independentemente de pressões ou ameaças".

A corte reiterou apoio a seus funcionários e às vítimas de crimes internacionais.

A França manifestou consternação, destacando que a medida atinge um magistrado francês e viola a independência judicial.

Esta é a segunda rodada de sanções contra integrantes do TPI em menos de três meses.

Neste ano, outros quatro juízes e um procurador já haviam sido alvo dos EUA.

Analistas apontam que a escalada pode prejudicar processos relevantes, como as denúncias contra a Rússia pela guerra na Ucrânia.

Em fevereiro, Trump assinou decreto acusando o TPI de "ações ilegítimas" contra EUA e Israel.

No fim de 2024, o tribunal expediu mandados de prisão contra Netanyahu, Yoav Gallant e Mohammed Deif, líder militar do Hamas.

Os três foram acusados de graves violações na guerra entre Israel e Hamas.

As medidas americanas ampliam a tensão entre Washington e a corte internacional. 

ZAMBELLI É CONDENADA PELA SEGUNDA VEZ

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
A decisão, proferida ontem, 22, teve nove votos favoráveis e dois contrários. O STF também determinou a cassação de seu mandato, a ser analisada pela Câmara dos Deputados. Essa é a segunda condenação da parlamentar neste ano. Em maio, ela já havia recebido pena de 10 anos por invadir e adulterar sistemas do CNJ. Após a sentença, fugiu para a Itália, onde está presa aguardando extradição. O caso atual envolve episódio de outubro de 2022, quando perseguiu armado um apoiador de Lula em São Paulo. O relator Gilmar Mendes destacou o “elevado grau de reprovabilidade” da conduta. Para ele, perseguir um homem desarmado em via pública configurou risco concreto a terceiros.

Acompanharam seu voto os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luiz Fux e Roberto Barroso. André Mendonça divergiu, sugerindo pena de 8 meses por constrangimento ilegal. Já Nunes Marques defendeu absolvição no porte ilegal, reconhecendo apenas crime prescrito. Mendes frisou que, ainda que a discussão tenha sido iniciada pela vítima, a reação armada foi ilegítima. O julgamento reforça o entendimento da Corte sobre a gravidade do uso de armas em disputas políticas. Com duas condenações, o futuro político de Zambelli depende da Câmara e de eventual extradição. 

MADURO: COLABORADOR DAS GUERRILHAS COLOMBIANAS

A DEA acusou o regime de Nicolás Maduro de colaborar com as guerrilhas colombianas Farc e ELN para traficar cocaína aos EUA. Segundo o diretor Terry Cole, a Venezuela tornou-se um “Estado narcoterrorista”, enviando droga a cartéis mexicanos que abastecem os EUA.

Em meio à pressão de Donald Trump e à notícia do envio de destróieres americanos, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, ameaçou a oposição caso ocorra intervenção externa. Maduro, por sua vez, anunciou a mobilização de 4,5 milhões de integrantes da Milícia Nacional Bolivariana.

A Marinha dos EUA determinou o retorno de contratorpedeiros e 4,5 mil fuzileiros a Norfolk devido ao furacão Erin. Enquanto isso, analistas destacam que Washington trata o regime chavista como organização narcoterrorista, o que abre espaço para uma eventual intervenção.

O professor Vicente Sánchez Munguia afirmou que o Cartel Jalisco Nueva Generación recebe cocaína da Colômbia, escoada pelo Equador e pela Venezuela. Ele advertiu que México, Colômbia e Venezuela podem ser alvos de ações militares ou de agências federais dos EUA.

Segundo Munguia, Trump utiliza o discurso antidrogas para fortalecer sua base republicana. Apesar de citadas pela DEA, as Farc se desmobilizaram em 2017 e se tornaram partido político.

O coronel venezuelano Antonio Guevara lembrou que o vínculo do chavismo com narcotráfico e guerrilhas antecede Hugo Chávez, sendo relatado como fonte de financiamento de suas campanhas.

Para Guevara, o narcotráfico envolve toda a região andina e o México, e uma ação bélica dos EUA teria justificativa, embora reste dúvida se se materializaria.

O ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, exilado em Madri, alertou para nova onda de repressão na Venezuela. Ele acusou Maduro de terrorismo de Estado, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais. Segundo Ledezma, a perseguição atinge opositores, ativistas e até funcionários ligados ao próprio regime. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 23/08/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Professora que agrediu aluno de 4 anos é presa; criança perdeu um dente

Câmera de segurança da escola registrou o momento em que a professora aparece gritando com o menino e depois o atinge com uma pilha de livros

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Novo gesto de Fux faz ministros desacreditarem na paralisação do julgamento de Bolsonaro

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Investigação que indiciou Bolsonaro pode ser desmembrada e atingir entorno do ex-presidente

PF aponta responsabilidade de Jair e de Eduardo, e caberá à Procuradoria-Geral da República avaliar o papel de outros envolvidos

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Ministro do STF Gilmar Mendes vota 
pela soltura do ex-jogador Robinho

Ex-atleta está preso em São Paulo por decisão do STJ

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

14º Salário para professores: Como funcionará 
o novo programa para educação do RS

Novo programa de bonificações a partir de metas despertou dúvidas na comunidade 
escolar e Raquel Teixeira deve ser convidada para falar sobre o tema na Assembleia Legislativa

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Portugal teve os primeiros 15 dias de agosto com a mais elevada mortalidade da última década

Vaga de calor, inadequada climatização dos ambientes, deficiente controlo de doenças crónicas, falta de cuidados de saúde atempados e acidentes podem ser algumas das causas. O peso das mortes por covid é residual. Nota do Instituto Ricardo Jorge aponta especial vulnerabilidade da população portuguesa a temperaturas extremas.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

RADAR JUDICIAL

TRIBUNAL SUSPENDE PROGRAMA "ESCOLAS CÍVICO-MILITARES"

O Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) suspendeu o programa “Escolas Cívico-Militares” do governo estadual. A decisão, tomada na quarta-feira (13), determina a paralisação das consultas às 728 escolas sobre o modelo e o fim da iniciativa nas nove unidades já participantes a partir de 2026.

Por 4 votos a 1, o tribunal ordenou que o governo comprove a interrupção em cinco dias. O relator, conselheiro Adonias Monteiro, pediu que a Secretaria de Educação apresente dados sobre custos, origem dos recursos para militares, critérios de seleção e resultados pedagógicos.

O TCE-MG também determinou inspeção nas escolas participantes, visando análise de mérito. A decisão impede a continuidade do programa em 2026, preservando o calendário de 2025.

O conselheiro Licurgo Mourão divergiu, alegando que não há inconstitucionalidade reconhecida pelo STF. A medida liminar já está em vigor, mas ainda cabe recurso. O processo segue em tramitação no TCE-MG. 

JUÍZA INTERROMPE ABUSO DE TRUMP

A juíza federal dos EUA, Kathleen Williams ordenou nesta quinta-feira (21) a interrupção das obras e o bloqueio de novos envios de imigrantes para a prisão conhecida como "Alcatraz dos Jacarés", na Flórida. A magistrada atendeu a pedido de grupos ambientalistas que alegam risco à vida selvagem nos Everglades. A decisão também determina a remoção de geradores, esgoto, resíduos e parte da infraestrutura em até 60 dias. O centro, promovido por Donald Trump e Ron DeSantis, custaria cerca de US$ 450 milhões anuais e abrigaria até 5.000 pessoas. Localizado em zona úmida subtropical, o projeto foi alvo de protestos de ambientalistas e líderes locais. A Flórida recorreu da decisão. O Departamento de Segurança Interna previa usar recursos emergenciais para custear a instalação. Trump, que visitou a área, minimizou as preocupações ambientais e defendeu expandir o modelo pelo país.

ONU DECLARA CENÁRIO DE FOME EM GAZA

A ONU declarou oficialmente, nesta sexta-feira (22), um cenário de fome em Gaza, o primeiro no Oriente Médio, afetando 500 mil pessoas em situação "catastrófica". O órgão IPC confirmou que a fome já ocorre e deve atingir Deir al Balah e Khan Yunis até setembro. Segundo Tom Fletcher, diretor de ajuda humanitária da ONU, a crise "poderia ter sido evitada" sem "a obstrução sistemática de Israel". Ele destacou que alimentos estão retidos nas fronteiras.

O Alto Comissário da ONU, Volker Türk, disse que "é crime de guerra usar a fome como arma". Já o secretário-geral António Guterres afirmou que não se pode permitir impunidade. Guterres apelou por um cessar-fogo imediato. Também pediu a libertação de reféns e acesso humanitário total.

CARTÃO DO MINISTRO É BLOQUEADO

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, teve seu cartão de crédito do Banco do Brasil bloqueado por sanções dos EUA com base na Lei Magnitsky. Não está clara sobre a bandeira do cartão, mas foi oferecido ao ministro outro cartão, Elo, sem operações nos EUA. Outro cartão internacional de Moraes já havia sido bloqueado. Instituições brasileiras com operações internacionais enfrentam pressão após parecer de Flávio Dino. Ele decidiu que leis estrangeiras não têm efeito automático no Brasil sem homologação judicial.

A interpretação gera incerteza sobre bancos diante da Lei Magnitsky e o caso de Moraes. As sanções apontam abusos de direitos humanos, censura e detenções arbitrárias. Incluem também processos politizados contra Bolsonaro e bloqueio de contas de apoiadores. As medidas dos EUA envolvem congelamento de ativos e proibição de entrada no país.

ATAQUE CORTA FLUXO DE PETRÓLEO 

Enquanto a guerra na Ucrânia segue sem solução diplomática, Hungria e Eslováquia criticaram um ataque de Kiev que cortou o fluxo de petróleo nesta sexta-feira (22). Ambos são os maiores consumidores de petróleo russo na Europa, mantendo cotas mesmo após sanções da União Europeia. O oleoduto Drujba já havia sido alvo no início da semana, quando uma estação na Rússia foi atingida por drones ucranianos. Nesta sexta, nova unidade em Briansk foi bombardeada, interrompendo o transporte de óleo por ao menos cinco dias. O ramal do Drujba que passa por Belarus e abastece a Alemanha não foi afetado. O chanceler húngaro Peter Szijjarto classificou o ataque como ameaça à segurança energética. Já o comandante ucraniano Robert Bovdi celebrou o corte da receita de Moscou. Hungria e Eslováquia, com fortes laços com a Rússia, lideram o consumo do óleo russo na Europa.

Salvador, 22 de agosto de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



TRUMP SENTE REALIZADO, QUANDO INCOMODA!

O governo dos Estados Unidos afirmou ontem, (21) que pode cassar qualquer visto concedido a estrangeiros, inclusive de pessoas que já estejam em solo americano.
A medida pode atingir brasileiros com visto de turismo, estudo, trabalho ou que ainda não tenham viajado, mas já possuam o documento.
Segundo o Departamento de Estado, há mais de 55 milhões de pessoas no mundo com vistos ativos.
Caso sejam detectadas “violações das regras de imigração”, os vistos serão revogados imediatamente.
Estrangeiros nessas condições podem ser deportados, mesmo se estiverem em viagem turística.
O departamento reforçou que todos os portadores estão sujeitos a uma “verificação contínua”.
Isso inclui análise de eventuais indícios de inelegibilidade para o documento.
Entre os critérios, Washington citou registros policiais e de imigração.
Nesta semana, a Casa Branca anunciou que o “antiamericanismo” também será avaliado.
O Serviço de Cidadania e Imigração fará a triagem no exame de novos pedidos de visto.
O mesmo critério poderá ser aplicado para a concessão de benefícios a imigrantes.
“Revisamos todas as informações disponíveis como parte de nossa verificação”, disse o Departamento.
Em junho, os EUA já haviam exigido que solicitantes de visto estudantil mantivessem redes sociais abertas.
Não foi esclarecido se esse monitoramento servirá para cassar vistos já concedidos.
O órgão informou que, neste ano, já revogou o dobro de vistos em relação a 2024.
A intensificação da fiscalização pode atingir diretamente brasileiros que vivem ou viajam aos EUA.
Nesta quinta, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou outra medida restritiva.
Foi suspensa a emissão de vistos de trabalho para motoristas de caminhões comerciais.
Segundo Rubio, estrangeiros ao volante de caminhões-tratores ameaçam vidas nas estradas.
Ele afirmou ainda que a prática prejudica a subsistência dos caminhoneiros americanos. 

BOLSONARO RECEBEU 30 MILHÕES EM UM ANO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu cerca de R$ 30 milhões em suas contas bancárias entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo análise da Polícia Federal.
O levantamento, baseado em dados do Coaf, aponta suspeitas de lavagem de dinheiro e outros ilícitos envolvendo Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A PF destacou que o ex-presidente foi identificado em comunicações de inteligência financeira enviadas ao Coaf.
Entre 01/03/2023 e 07/02/2024, foram registrados R$ 30,5 milhões em créditos e valor semelhante em débitos.
Do total, R$ 19,3 milhões foram recebidos via PIX, em mais de 1,2 milhão de lançamentos.
O PL aparece como principal pagador, com R$ 291 mil transferidos.
Os maiores gastos de Bolsonaro foram destinados a advogados, somando R$ 6,6 milhões.
Nesta quarta-feira (20), Jair e Eduardo Bolsonaro foram indiciados por obstrução do julgamento da trama golpista no STF. O relatório final indica indícios de coação no curso do processo e tentativa de abolir o Estado democrático de Direito. Também foram apontados descumprimentos de medidas cautelares.
O pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, foi alvo da PF e teve o celular apreendido no aeroporto do Galeão. Seus passaportes foram cancelados e ele está proibido de manter contato com Jair e Eduardo, mesmo por terceiros.
A defesa de Bolsonaro afirmou que não houve descumprimento de medidas cautelares.
Os advogados disseram que prestarão esclarecimentos no prazo estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Eduardo Bolsonaro, em nota, negou tentar interferir no processo a partir dos EUA. Chamou de “crime absolutamente delirante” o indiciamento dele e do pai.
Também criticou o que classificou como “vazamento de conversas” entre ambos.
O caso segue em análise no STF, sob relatoria de Moraes.
As investigações buscam apurar vínculos financeiros e políticos da família Bolsonaro. 
O inquérito pode agravar a situação jurídica do ex-presidente e de seus aliados. 

"JESUS NÃO TEM TÍTULO DE ELEITOR", DIZIA MALAFAIA

Silas Malafaia, hoje um dos principais nomes da direita bolsonarista, já apoiou Lula. Em 1989, após o fracasso de Brizola, endossou o petista, mesmo diante de boatos de que ele fecharia igrejas. Enquanto Edir Macedo incentivava voto em Collor, Malafaia seguiu com Lula. Repetiu a dose em 2002, após a derrota de Garotinho, chegando a aparecer na propaganda do PT.

Na época, até criticava a mistura de igreja e política, dizendo que “Jesus não tem título de eleitor”. Anos depois, rompeu com o PT e se disse arrependido de não ouvir o pai, que alertava sobre a ideologia petista. A partir daí, aproximou-se de Jair Bolsonaro, com quem dividiu pautas como o combate à homofobia.

Foi Malafaia quem celebrou o casamento de Bolsonaro com Michelle, ex-fiel de sua igreja. Em 2010, estampou outdoors no Rio defendendo “família e preservação da espécie humana” e recusou apoiar Dilma, alegando que ela era pró-aborto.

Em 2018, foi um dos primeiros pastores a apostar na candidatura de Bolsonaro, tornando-se conselheiro próximo no Planalto. Diferente de outros líderes evangélicos, nunca reduziu o tom após as derrotas do ex-presidente.

Agora, Malafaia entrou no alvo da Polícia Federal: teve o celular apreendido e está proibido de deixar o país, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a quem chama de “ditador da toga”.

Líderes evangélicos calculam os riscos de manter a retórica incendiária, mas Malafaia insiste. Bancou trios elétricos para Bolsonaro, gravou vídeos contra Moraes e repete que não teme ser preso. Nos bastidores, corre a frase de que ele pode afundar com Bolsonaro num “abraço de afogados”. 

NEWSOM, DA CALIFÓRINA, ENFRENTA TRUMP

Alvo constante de Donald Trump, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, passou a adotar as mesmas táticas do republicano para atacá-lo. Ele usa letras maiúsculas, os adjetivos preferidos do ex-presidente e até memes em que posa como super-herói.

A estratégia parece estar surtindo efeito. Newsom se tornou o rosto da reação democrata contra o esforço de Trump em redesenhar distritos eleitorais para favorecer o Partido Republicano.

Na quarta (20), a Câmara do Texas aprovou o novo mapa eleitoral que pode ampliar a bancada republicana. A manobra, chamada de gerrymandering, deve se repetir em estados como Flórida, Indiana, Missouri e Ohio.

Newsom respondeu prometendo redesenhar também o mapa da Califórnia, o maior estado do país, usando as redes sociais para anunciar a medida.

Apelidado de “Newscum”, o governador ironizou Trump com a sigla TACO (“Trump amarelou novamente”) em postagens provocativas.

Em um post, escreveu: “DONALD ‘TACO’ TRUMP ‘PERDEU’ O PRAZO!!! A CALIFÓRNIA FARÁ MAPAS MAIS ‘BELOS’ QUE ENCERRARÃO SUA PRESIDÊNCIA”.

A linguagem, copiada do estilo fanfarrão de Trump, gerou repercussão imediata.

Na Fox News, Newsom foi retratado como pouco sério, mas a tática aumentou sua popularidade e animou democratas desmotivados desde a derrota de Kamala Harris.

Uma pesquisa Politico-Citrin Center mostrou Newsom à frente de Kamala nas primárias democratas de 2028: 25% contra 19%.

O ex-presidente Barack Obama elogiou a estratégia, destacando que só é legítima como resposta às manobras republicanas.

A batalha entre Califórnia e Texas, os dois estados mais populosos do país, foi oficialmente declarada.

Na Califórnia, a mudança exigirá aprovação em referendo popular.

Newsom avisou: “Está acontecendo, Texas”. 

AGRESSOR DE ÁRBITRO É CONDENADO

A 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do DF manteve condenação de um homem que agrediu o árbitro Kesley Raphael de Araújo em jogo amador, em setembro de 2024. O réu terá de pagar R$ 5 mil por danos morais.

O caso ocorreu durante a Copa Bora, no clube do TCU, em Brasília, e foi transmitido ao vivo. As imagens se espalharam nas redes e ampliaram a exposição da vítima.

A agressão aconteceu quando o árbitro aplicava cartão amarelo ao jogador Pedro Ivo Campos, que o atingiu com um soco na nuca. Kesley desmaiou e ficou com o corpo parcialmente paralisado, recebendo socorro imediato de bombeiros que jogavam na partida.

Ele foi levado ao Hospital de Base, passou por exames e registrou ocorrência na delegacia. O agressor fugiu após receber voz de prisão.

O árbitro afirmou que teve sua honra e reputação profundamente abaladas.

O 1º Juizado Especial Cível de Ceilândia reconheceu que a conduta antidesportiva e a divulgação massiva do episódio configuram dano moral.

A defesa do agressor alegou falta de provas e disse que a viralização independe das partes, mas o argumento foi rejeitado.

A Turma Recursal destacou o laudo pericial e a transmissão pública como provas da violação à honra e dignidade do árbitro.

Embora o pedido fosse de R$ 25 mil, a indenização foi fixada em R$ 5 mil.

Kesley afirmou que esperava valor maior, mas considerou justa a decisão por reconhecer a agressão e a responsabilidade do réu.


JUIZ DE MATO GROSSO: R$ 6 MILHÕES EM PROPINA

Plenário do TJMT
Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal apontou que o juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica (MT), recebeu mais de R$ 6 milhões em propina entre 2021 e 2024.

O caso é um desdobramento da Operação Sisamnes, que investiga corrupção no Judiciário. Segundo a PF, os valores foram pagos por uma empresa ligada ao lobista Andreson Gonçalves de Oliveira à atual mulher e ex-companheiras do juiz. Andreson também é investigado por atuação ilegal em gabinetes do STJ.

A PF afirmou haver indícios “robustos” e indiciou ambos por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O relatório aponta que os investigados agiram de forma articulada, com divisão de tarefas e uso de laranjas e empresas fictícias.

O objetivo era vender decisões judiciais e ocultar valores ilícitos.

O relator, ministro Cristiano Zanin, deve encaminhar o caso à PGR, que decidirá sobre denúncia, arquivamento ou novas diligências.

O CNJ afastou Ivan Lúcio Amarante e apura as suspeitas. A defesa do juiz disse trabalhar para provar sua inocência. Afirmou ainda estranhar a divulgação de informações de processo em sigilo. O advogado Alexandre Pontieri declarou que medidas judiciais serão tomadas para proteger os direitos do magistrado.

A defesa optará por se manifestar apenas nos autos. O caso segue sob análise da Justiça. 

MORRE O "MELHOR JUIZ DO MUNDO"

Frank Caprio, conhecido como o "melhor juiz do mundo", morreu na quarta-feira (20), aos 88 anos, nos Estados Unidos, vítima de câncer no pâncreas. A notícia foi confirmada nas redes sociais do magistrado.
Caprio ganhou fama mundial com o programa "Caught In Providence", gravado em seu tribunal em Rhode Island. No programa, mostrava decisões marcadas pela compaixão e pelo bom humor.
Ele ficou conhecido por transformar julgamentos em lições de humanidade.
Em algumas sessões, chamava crianças ao tribunal para ajudar a julgar os pais.
Também chegou a cancelar multas de estudantes do ensino médio, desde que prometessem seguir os estudos.
Sua postura acolhedora o tornou querido no mundo inteiro.
Em nota, publicada no Instagram, destacou-se sua humildade e fé na bondade das pessoas.
A mensagem diz que seu carinho e gentileza deixaram marca eterna em todos que o conheceram.
Caprio recebeu homenagens especiais de brasileiros, que sempre comentavam em suas redes.
Na última postagem feita em vida, mensagens de oração vinham do Brasil.
“Vovozinho mais bondoso, conte com as nossas orações. O Brasil te ama”, escreveu uma seguidora.
O governador de Rhode Island, Dan McKee, decretou luto oficial no estado.
Bandeiras em prédios públicos foram hasteadas a meio-mastro.
McKee afirmou que Caprio foi um amigo próximo.
Disse ainda que ele enfrentou a doença com bravura.
E declarou sentir profunda falta do juiz.
A trajetória de Caprio ficará marcada pela justiça com humanidade.
E sua memória seguirá inspirando milhões de pessoas. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 22/8/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

PF vê indícios de lavagem de dinheiro em movimentações milionárias de Bolsonaro

Dados do Coaf mostram que o ex-presidente, réu por tentativa de golpe de Estado, movimentou R$ 30,5 milhões num período de 12 meses. De acordo com relatório da Polícia Federal, as entradas e saídas atípicas de recursos são indícios de ilícitos

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Sem perder tempo

Enquanto Trump sobretaxa o Brasil, China faz do país o 2º maior destino de investimentos

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Bolsonaro recebeu R$ 44 milhões desde 2023, sendo quase metade em Pix, aponta relatório da PF

Análise financeira foi juntada a inquérito sobre suspeitas de obstrução no julgamento da trama golpista

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Implosão dos Bolsonaro vira principal 
assunto entre governistas e Centrão

Aliados do Planalto consideraram que o efeito do ‘bate-boca’ 
entre Bolsonaro e seu filho Eduardo foi um enfraquecimento 
do discurso da família, enquanto o Centrão preferiu centrar 
críticas ao que considerou um vazamento seletivo de conversas privadas

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

“Vamos acabar com sua vida”: Zé Trovão 
ameaça Moraes na Câmara, mas depois recua

O parlamentar discursou em defesa do pastor Silas Malafaia, 

alvo de mandado de busca e apreensão

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Portugal teve os primeiros 15 dias de agosto com a mais elevada mortalidade da última década

Vaga de calor, inadequada climatização dos ambientes, deficiente controlo de doenças crónicas, falta de cuidados de saúde atempados e acidentes podem ser algumas das causas. O peso das mortes por covid é residual. Nota do Instituto Ricardo Jorge aponta especial vulnerabilidade da população portuguesa a temperaturas extremas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

RADAR JUDICIAL

PCdoB INGRESSA COM AÇÃO CONTRA BANCO

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ajuizou no STF a ADPF 1.253 contra o Banco de Brasília (BRB).
A legenda acusa o banco de bloquear integralmente salários de servidores do DF para cobrar dívidas.
Segundo o partido, os bloqueios desrespeitam o limite legal e comprometem o mínimo existencial dos devedores.
O PCdoB sustenta que a prática viola a dignidade da pessoa humana e outros princípios constitucionais.
A legenda afirma que, mesmo com decisões judiciais contrárias, o BRB mantém a conduta.
O partido alega que as ações sobrecarregam o Judiciário e muitos servidores não recorrem à Justiça.
Isso, na prática, favoreceria o banco e incentivaria a continuidade da prática abusiva.
O PCdoB pede que o STF fixe limite de até 30% dos salários para descontos.
Também solicita que o BRB seja obrigado a renegociar contratos com correntistas.

O caso está sob relatoria do ministro Edson Fachin. 

VOTO IMPRESSO

A oposição, no Senado, conseguiu impor destaque, 14 votos contra 12, para incluir trecho que obriga a implementação do voto impresso, nas eleições do Brasil. Os opositores querem que seja confirmado o voto de cada eleitor, através de impressão de cada voto, que será colocado em urna lacrada para fins de verificação. Os autores da emenda querem que a medida seja aplicada na eleição seguinte à sanção do novo Código Eleitoral. Decisão aprovada pelo Congresso, em duas oportunidades, nesse sentido, foi declarada inconstitucional pelo STF. 


BANCOS PODERÃO SER PUNIDOS, SE APLICAREM LEI AMERICANA

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que bancos no Brasil podem ser punidos caso apliquem sanções impostas pelos EUA em território nacional. Em entrevista à Reuters, ontem, 20, disse que essas entidades estariam sujeitas a penalidades internas.

Moraes criticou o uso da Lei Magnitsky e classificou a decisão americana como equivocada. Segundo ele, a medida cria dificuldades não apenas para instituições financeiras brasileiras, mas também para empresas e bancos norte-americanos que atuam no Brasil.

O ministro comentou ainda esperar que as medidas anunciadas pelo governo Donald Trump sejam revertidas. Para Moraes, é possível uma impugnação judicial nos EUA, e especialistas consideram provável que a justiça americana reverta as sanções.

Ele disse aguardar, por opção própria, a solução diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

TRIBUNAL BLOQUEIA FORTUNA DE INFLENCIADOR

O Tribunal de Justiça da Paraíba autorizou o bloqueio de parte da fortuna do influenciador Hytalo Santos, preso e investigado por tráfico humano e exploração infantil. O Ministério Público do Trabalho apontou ocultação patrimonial como motivo do bloqueio, que pode alcançar R$ 20 milhões em bens. Entre eles, estão carros, empresas e imóveis. A Justiça determinou ainda o bloqueio de documentos como passaporte e CNH. Hytalo também é acusado de não pagar uma mansão em João Pessoa, com dívida de R$ 3,8 milhões. Ele e o marido, Israel Vicente, foram transferidos de São Paulo para a Paraíba. A defesa pediu mudança de unidade prisional, mas o pedido foi negado.

PASTOR É ALVO DE OPERAÇÃO

O pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus, Vitória em Cristo, foi alvo de operação da Polícia Federal na quarta-feira, 20, e teve o celular apreendido, no aeroporto do Galeão, quando retornava de viagem a Lisboa. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, impôs as seguintes condições ao pastor: retenção do passaporte; proibição de manter contatos com Jair e Eduardo Bolsonaro; dados bancários, fiscais e telefônicos quebrados. Malafaia está incluído no inquérito que investiga Bolsonaro, Eduardo e o comentarista Paulo Figueiredo por tentativa de obstruir investigações, sendo que Malafaia é indicado pela Polícia Federal como articulador de estratégias de coação, disseminação de narrativas falsas e ações coordenadas contra o Judiciário, visando constranger ministros.  

DEPUTADO PEDE RETIRADA DE SAÇÕES CONTRA MINISTRO

O deputado democrata James P. McGovern, coautor da Lei Magnitsky, pediu a retirada das sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes.

Em carta ao Tesouro e ao Departamento de Estado, criticou a alegação do governo Trump de “caça às bruxas ilegal” no caso do 8/1. Segundo ele, a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes desvirtua seu propósito e enfraquece a medida.

McGovern classificou a decisão como “vergonhosa” e disse que atenta contra o Estado de Direito. O parlamentar elogiou as instituições brasileiras como exemplo mundial. Defendeu que os EUA devem reforçar a democracia do Brasil, não miná-la.

McGovern foi um dos copatrocinadores da Lei Global Magnitsky em 2016. Antes dele, outros parlamentares democratas já haviam criticado a sanção contra Moraes.

PEDIDO DE ASILO DE BOLSONARO

A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro guardava em seu celular um pedido de asilo político direcionado a Javier Milei, presidente da Argentina. O documento foi criado após a deflagração de investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

A carta é citada no relatório em que a PF indiciou Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro por suspeita de obstrução do julgamento da trama golpista no STF.

Segundo a PF, o texto de 33 páginas, salvo em 10 de fevereiro de 2024, pedia asilo político “em regime de urgência”.

O documento não contém assinatura e foi escrito em primeira pessoa, alegando perseguição política.

A PF destacou que Bolsonaro havia informado ao ministro Alexandre de Moraes sobre viagem à Argentina em dezembro de 2023, quando acompanhou a posse de Milei.

O relatório conclui que Bolsonaro mantinha documento que poderia viabilizar sua fuga do Brasil para a Argentina.

O texto está registrado como criado e editado por um usuário em nome de Fernanda Bolsonaro.

Os agentes entendem que a carta reforça a tentativa de Bolsonaro de se evadir diante das investigações. 

Salvador, 21 de agosto de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



ONZE PRESOS POR INVADIR SISTEMAS DOS TRIBUNAIS

Onze pessoas foram presas ontem, 20, suspeitas de invadir sistemas dos Tribunais de Justiça e aplicar o golpe do “falso advogado”. Três estão foragidas.
A operação, liderada pela Polícia Civil de Santa Catarina, ocorreu em seis estados e cumpriu 26 mandados de busca.
Houve indícios de ligação dos suspeitos com facções criminosas de SP e RJ.
Cinco prisões foram feitas em São Paulo.
Segundo o delegado Rafaello Ross, é preciso confirmar se houve “migração para crimes digitais”.
Os criminosos usavam identidades de advogados da OAB e dados de processos para induzir vítimas a pagar custas inexistentes.
Os depósitos eram exigidos, principalmente, via PIX.
Também enviavam documentos falsos, como sentenças, prometendo liberação de valores.
Eles acessaram dados dos tribunais de forma irregular, mas sem indícios de participação de servidores.
Blumenau e Joinville concentram vítimas, com 100 ocorrências registradas só em Joinville.
O número total de vítimas e o prejuízo ainda são apurados.
A polícia bloqueou R$ 5,2 milhões dos investigados.
Em São Paulo, foram cumpridos 12 mandados em diferentes cidades.
Desde agosto de 2024, a OAB-SP recebeu 3,5 mil denúncias. A entidade elaborou uma cartilha para orientar clientes e colaborou com a OAB-SC nas investigações. 

TARIFAÇO DE TRUMP COMEÇA A BENEFICIAR O BRASIL

A Associação Americana de Soja enviou carta a Donald Trump afirmando que, após o tarifaço, a China substituiu o grão norte-americano pelo brasileiro. No documento, produtores pedem que o presidente priorize o cultivo nas negociações com Pequim.

Segundo a Administração Geral de Alfândega da China, as compras de soja brasileira subiram 13,9% em julho, somando 10,39 milhões de toneladas, contra 9,12 milhões no mesmo mês de 2024. O volume representou 89% de todas as importações do país.

No mesmo período, as compras chinesas dos EUA caíram 11,5%, ficando em 420,8 mil toneladas, abaixo das 475,3 mil do ano anterior.

“Devido à retaliação tarifária, nossos clientes recorreram aos concorrentes sul-americanos. O Brasil pode atender à demanda pelo aumento da produção desde a última guerra comercial”, disseram os produtores.

A soja dos EUA enfrenta tarifa 20% maior do que a sul-americana. A associação alerta que a China firmou contrato com o Brasil para os próximos meses, evitando compras norte-americanas.

Segundo os produtores, os agricultores estão “à beira de um precipício comercial e financeiro”.

“O setor não pode sobreviver a uma disputa prolongada com nosso maior cliente”, disse Caleb Ragland, presidente da associação.

Eles pedem que Trump encerre as tarifas retaliatórias e garanta compromissos de compra significativos.

Para Liu Jinlu, pesquisador da Guoyuan Futures, a forte oferta brasileira e o temor nas relações EUA-China estimularam os estoques.

Entre janeiro e julho, a China comprou 42,26 milhões de toneladas do Brasil (queda de 3%) e 16,57 milhões dos EUA (alta de 31,2%).

No mesmo período, as importações da Argentina somaram 672,6 mil toneladas, alta de 104,7%.

 

CONDOMÍNIO: "TOQUE DE RECOLHER DO AMOR"

Seria o toque de recolher do amor? Em São José (SC), um condomínio do bairro Kobrasol virou notícia nacional ao propor proibir relações sexuais barulhentas após as 22h. A multa prevista seria de R$ 237, com ameaça de expor gravações em reuniões e até instalar sensores de decibéis. Apelidada de “toque de recolher do amor”, a medida gerou humor, críticas e questionamentos jurídicos.

No Direito brasileiro, proibir relações íntimas dentro da residência é invasão de privacidade e afronta à Constituição. O artigo 5º, X, assegura a inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem, garantindo indenização em caso de violação.

Isso garante a autonomia do indivíduo em sua moradia, tornando inconstitucional qualquer norma condominial que restrinja a intimidade.

O síndico pode atuar legitimamente nas áreas comuns, aplicando penalidades em casos de barulho excessivo, sempre dentro da razoabilidade e legalidade.

Porém, a intimidade do morador dentro da unidade privativa é inviolável. Regimento interno não se sobrepõe ao direito constitucional.

Multar por barulho? Sim, desde que excessivo e comprovado. Mas proibir ou autorizar atividades íntimas ultrapassa o limite.

O Código Civil, em seu artigo 1.277, estabelece o dever de evitar interferências que prejudiquem sossego, saúde e segurança dos vizinhos. O barulho em excesso pode se enquadrar, mas nunca a regulação da vida íntima.

O amor não cabe em clausura normativa. Regulamentar ruídos? Possível. Coibir excessos comprovados? Eventualmente.

Mas impor um “toque de recolher do amor” afronta direitos fundamentais e o Estado de Direito.

O amor, com seus sons e risos, pertence ao privado — e o Direito deve protegê-lo, sem silenciar a liberdade de amar. 

MADURO LIDERA DROGAS NA AMÉRICA LATINA

O ditador venezuelano Nicolás Maduro reagiu ao envio de navios de guerra dos EUA às águas próximas ao país, afirmando que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela”.

O discurso, transmitido pela TV, ocorreu na terça-feira (19) em Caracas, durante evento com governadores e prefeitos, e contou com a presença de Diosdado Cabello.

Maduro destacou que a Venezuela defende “mares, céus e terras”, ampliando o recado a toda a América do Sul.

A fala ocorreu após a divulgação, pela Reuters, de que três destróieres americanos da classe Arleigh Burke, equipados com sistema antimíssil Aegis, se aproximarão da costa venezuelana nesta semana.

Segundo os EUA, a ação faz parte de esforços contra cartéis de drogas latino-americanos.

A porta-voz Karoline Leavitt disse que Trump está preparado para usar “toda a força americana” contra Maduro, chamado por Washington de “cartel narcoterrorista”.

Logo em fevereiro, o governo Trump já havia classificado o cartel de Sinaloa e o grupo venezuelano Tren de Aragua como organizações terroristas.

A designação, geralmente usada para grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico, foi justificada pelas ações violentas e de tráfico dos cartéis na região.

As medidas aumentaram as tensões bilaterais. Em resposta, Caracas suspendeu voos e atividades com aeronaves e drones por 30 dias.

A decisão remete a 2018, quando explosões de drones interromperam discurso de Maduro, que acusou sem provas EUA e Colômbia.

Além disso, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para garantir a “cobertura” de todo o território nacional.

Segundo ele, trata-se de um plano especial para enfrentar a “renovação das ameaças” americanas.

Washington, por sua vez, dobrou a recompensa pela captura de Maduro de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões.

Os EUA o acusam de ser um dos principais narcotraficantes do mundo e de ameaçar sua segurança interna. 

ISRAEL QUER ACABAR COM A PALESTINA

Um plano de assentamento, altamente criticado por atravessar terras palestinas, recebeu aprovação final ontem, 20, segundo o ministro das Finanças de Israel e autor do projeto, Bezalel Smotrich.

O plano prevê a construção de mais de 3.400 casas no assentamento de Ma'ale Adumim. Se executado, dividiria a Cisjordânia e isolaria Jerusalém Oriental, minando a criação de um Estado palestino.

Segundo Smotrich, o projeto "apaga o Estado palestino da mesa de negociações". Para ele, a medida responde a países que cogitam reconhecer a Palestina diante da guerra em Gaza.

Apesar das críticas, o plano foi aprovado por comissão do Ministério da Defesa. Israel, porém, pode se isolar ainda mais de aliados ocidentais.

Smotrich reafirmou que luta há 25 anos contra a criação de um Estado palestino. Netanyahu não comentou o anúncio.

O Brasil condenou o plano, chamando-o de “flagrante violação do direito internacional” e pedindo a Israel que se abstenha de anexar territórios ocupados.

A Palestina também criticou a medida, afirmando que ela fragmenta comunidades e destrói a solução de dois Estados.

A Alemanha declarou que assentamentos violam o direito internacional e impedem negociações de paz.

Os planos já haviam sido congelados em 2012 e 2020 após pressão de aliados, mas agora Israel parece mais confiante.

Segundo a ONG Peace Now, obras de infraestrutura podem começar em meses, e casas em cerca de um ano.

Hoje, cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

A ONU e a maioria das potências defendem a solução de dois Estados, mas apontam que a expansão dos assentamentos inviabiliza a proposta.

Israel rejeita essas críticas, alegando laços históricos e bíblicos com o território, que chama de Judeia e Samaria.