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domingo, 22 de agosto de 2021

COLUNA DA SEMANA

               OS FORROBODÓS DO PRESIDENTE

No Brasil, nunca se viu tantas notícias desabonadoras, aptas a macular a imagem de um presidente, como ocorre na atualidade. É barafunda quase todos os dias, porque Bolsonaro quer prestar contas e satisfazer aos seus cupinchas, sem avaliar o descrédito no qual se envolve e leva de roldão o país. O entorno do chefe do Executivo, formado por muitos agitadores que idolatram o "mito", são prestigiados e incentivados; essa gente começa a receber as reprimendas que merecem; no ano passado, o denominado grupo "300 do Brasil", liderado pela ativista Sara Giromini, conhecida por Sara Winter, (foto ao lado), reunia em acampamento, nas imediações do Planalto, para tentar invadir o Congresso Nacional, disparar fogos de artifício contra a sede do STF, denegrir sua imagem, pregar ditadura sob comando de Bolsonaro e tiveram, finalmente, seus abrigos desmontados. Essas inadmissíveis cenas provocaram reação do deputado José Neto que escreveu no seu Twitter: "Ativistas, baderneiros, arruaceiros bolsonaristas chamam ministros do STF para a porrada, soltam foguetes no prédio do STF. Agora, só falta cagarem na cabeça dos ministros. E fica por isso mesmo. Tenham dignidade e reajam, ministros. Ou entregue suas togas”. 

Os abusos praticados, motivou promoção do Ministério Público, no inquérito que investiga protestos antidemocráticos, em junho/2020, atendido pelo ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão de Sara Winter, líder do grupo 300 Brasil, outros cinco bolsonaristas. Estava desmantelado o grupo que se propunha fazer terrorismo e os líderes presos e processados. Induvidosamente, o presidente Jair Bolsonaro é o maior incentivador desses forrobodós e participou de atos nos quais os manifestantes pediam intervenção das Forças Armadas, fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Juntos a esses fuzuês, as fake news, arma usada pelos bolsonaristas, inclusive para eleição do presidente e, neste sentido tramita processo para cassar o mandato da chapa, usavam as redes sociais para difundir mentiras e atacar as instituições, ganhando até R$ 15 milhões por ano, segundo noticia o jornal Estadão, baseado em dados da Social Blade. A "farra" foi suspensa, através de decisão do corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, que interrompeu a monetização de canais bolsonaristas, congelando a milionária arrecadação que se destinava a apoiar e movimentar contra o sistema eleitoral do Brasil. Só no YouTube foram atingidos 14 canais. O presidente protestou, mesmo porque esta foi a arma que sempre utilizou. Os canais bolsonaristas desbaratados por ação do TSE somam 10,1 milhões de seguidores, quase o triplo dos 3,5 de inscritos no canal oficial do presidente no YouTube. 

Segundo monitoramento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, DAP/FGV, o deputado Eduardo Bolsonaro foi um dos principais impulsionadores de notícias falsas no primeiro turno das eleições municipais, no Twitter. Foram anotadas 700 mil publicações sobre fraude eleitoral no sistema eleitoral entre 15  e 26 de novembro. O bolsonarista Oswaldo Eustáquio, preso por decisão do STF, assume a primeira posição entre os que usam os aplicativos para difundir notícias falsas; estão incluídos também o bolsonarista Allan dos Santos, a deputada Carla Zambeli, Bia Kicis, Filipe Barros e Daniel Silveira.  

A etapa que se instalou agora, depois do insucesso no combate às urnas eletrônicas, situa-se no pedido de impeachment contra ministros do STF; pela primeira vez registra essa tentativa e o mais degradante é que sem nenhum fundamento, mas apenas como revanche às posições dos ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso. Enfim, Bolsonaro vê a terra fugir-lhe dos pés e, em desespero, chuta para todos os lados.  

Salvador, 21 de agosto de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 

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