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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

OS LÍDERES DO PRESIDENTE

O presidente Jair Bolsonaro, que começou o governo com equipe sem envolvimento com crimes de corrupção, agora está cercado por políticos investigados ou já respondendo a processos criminais. A aproximação com os corruptos iniciou-se depois da prisão de Fabrício Queiroz, acusado de desvio de dinheiro público, através de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio, no gabinete do filho do presidente, além de participação em milícias no Rio. O denominado caso Queiroz aterroriza o presidente, porque pessoa de confiança da família com uma série de acusações, envolvendo os Bolsonaros alcançando até mesmo o presidente.

Bolsonaro buscou o apoio do centrão, exatamente o grupo de 200 dos 513 deputados federais e senadores, conhecidos pela prática do "toma lá, dá cá”. Grande parte deles estão envolvidos com a Justiça. O imbróglio começa pelo líder do governo e principal articulista político, no Senado, Fernando Bezerra, de Pernambuco, que responde a ação no STF sobre desvios nas obras de transposição do rio São Francisco; em 2019, foi alvo de uma busca e apreensão, determinada pelo STF, além de ser mencionado em três delações, sobre pagamento de propina para liberar obras da Odebrecht, Galvão Engenharia e OAS; responde ainda a uma ação, movida pela Lava Jato e a Petrobras, de improbidade, com bloqueio de bens.

Na denominada Câmara baixa, Câmara dos Deputados, o líder é o deputado Ricardo Barros, citado na delação da Odebrecth e alvo de mais de 10 inquéritos no STF, sobre sua administração na prefeitura de Maringá/PR e no Ministério da Saúde. Arthur Lima conta com apoio de Bolsonaro para tornar-se presidente da Câmara, ocupando o lugar de Rodrigo Maia, e está envolvido em suspeitas de desvio de verbas da Assembleia Legislativa, através de funcionários fantasmas, quando era deputado estadual em Alagoas.

Outro nome forte, no apoio ao presidente, Ciro Nogueira, do Piauí, presidente nacional do PP, foi denunciado neste ano pela Procuradoria-geral da República, sob acusação de recebimento de propina de R$ 7,3 milhões da Odebrecht com o compromisso de articular a aprovação de normas favoráveis à Braskem, pertencente ao grupo da construtora. Nogueira ainda responde a uma denúncia de 2018, por tentativa de obstrução de investigações da Lava Jato, além de participação no denominado "quadrilhão do PP", grupo que desviava recursos da Petrobras. O STF recebeu a denúncia, mas o processo está parado. Nogueira ainda é investigado em inquérito, no STF, sob a suspeita de ter recebido propina da JBS. 

Se admissível a expressão "diz-me com quem andas, que dir-te-ei quem és”, o presidente não está nada bem em termos de combate à corrupção.

Salvador, 12 de setembro de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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