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terça-feira, 12 de outubro de 2021

FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (CXXXVIII)

A Polícia Federal, através do diretor-geral, Paulo Maiurino, submete-se à pressão do governo, e substitui  o superintendente regional do Distrito Federal, delegado Hugo de Barros Correia, nomeado e empossado pelo próprio Maiurino no mês de maio último; o substituto, delegado Víctor César Carvalho dos Santos, é do Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro e a alteração busca evitar apuração independente das investigações contra o filho 04, Jair Renan, o inquérito das fake news, envolvendo o próprio presidente e os atos antidemocráticos. O tumulto e o "nervosismo" na corporação foi grande, porque "não há uma explicação clara para a troca e isso gera um clima interno ruim, com especulações de todas as formas. Os colegas se sentem inseguros"; adiante: "Se não cessar esse ciclo de ações que dão combustível para especulações e dúvidas internas e externas a respeito da PF, certamente enfrentará uma reação muito forte. Ele precisa cuidar do clima interno e passar tranquilidade aos delegados", segundo declarou o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir Félix de Paiva.

Os fatos que estão ocorrendo atualmente servem para comprovar a motivação correta do ex-juiz Sergio Moro, quando recusou-se em aceitar a intromissão do presidente Jair Bolsonaro para promover mudanças na diretoria-geral da Polícia Federal. O chefe do Executivo tentou e conseguiu, depois que Moro saiu do governo, substituir o então diretor-geral Mauricio Valeixo, de absoluta confiança de Moro, causando a demissão do então ministro, por não aceitar tal ingerência; membros da instituição asseguraram que o presidente procurou blindar seus filhos de acusações criminais. Quando Bolsonaro nomeou Moro disse: "Ele pegou o Ministério da Justiça, é integralmente dele o ministério, sequer influência minha existe em qualquer cargo lá daquele ministério. E o compromisso que eu tive com ele é carta branca para o combate à corrupção e ao crime organizado".

O desentendimento com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que resultou em inquérito sobre a indevida interferência na Polícia Federal pelo presidente Jair Bolsonaro, começou em abril/2020 e continua até o presente sem definição, principalmente porque as investigações prosseguem com sucessivas prorrogações; o ministro Alexandre de Moraes protela, pela quarta vez, por mais 90 dias, as diligências na corporação para apurar as acusações de Moro que agora se confirmam com a inaceitável mudança promovida pelo diretor-geral, contrariando a própria classe dos delegados, de conformidade com manifestação do presidente da Associação dos Delegados. Enquanto toda esse lerdeza, que, aliás, é comum no STF, ainda mais quando se trata de apuração contra o presidente, Bolsonaro continua abusando com as inexplicáveis intromissões, principalmente depois das descobertas dos crimes praticados por seus filhos. A Polícia Federal está em constante questionamento, sem sentido, pelo presidente que agora "está no pé" do chefe da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino. 

Por que até hoje o TSE, presidido, pelo ministro Roberto Barroso, ainda não julgou a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão, que tramita desde 2019? Por que até hoje não se concluiu as investigações da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, que tramita desde 2020? Por que até hoje não terminou a apuração das fake news, que tramita desde 2019, e dos atos antidemocráticos, com participação efetiva do presidente?
 
Será que estão esperando a chegada de 2022 para julgar os pedidos prejudicados! São as besteiras que assolam o Judiciário! 

Camaçari/Guarajuba, 12 de outubro de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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