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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

TRUMP NA CASA BRANCA EVITA INVESTIGAÇÕES E PROCESSOS

Enquanto o presidente Donald Trump cria todas as dificuldades para a transição ao presidente eleito, Joe Biden, serve-se de toda a máquina do governo para alegar fraudes, sem comprovação alguma, o calendário eleitoral dos Estados Unidos continua. Trump que condena o voto pelo correio não se lembra de que ele obteve muitos votos exatamente pelo correio, em 2016. Em várias cidades do país continua a apuração e, na Geórgia, mesmo sem nenhuma comprovação de fraude, as autoridades locais autorizaram a recontagem manual de todos os votos. É uma homenagem ao fanfarrão, que encontrou na sua permanência na Casa Branca, meio de desviar de seus credores e apega-se ao cargo para evitar uma investigação criminal em Manhattan, uma investigação cível da Procuradoria-geral de Nova York, sob suspeita de fraude, além de inúmeras ações que responderá logo que deixar a Casa Branca, posição que nunca deveria ter exercido, porquanto, sem a mínima credibilidade e preparo para o cargo. Trump ainda responderá pelo crime de sonegação fiscal; depois de anos de luta judicial, desde 2016, conseguiu-se, neste ano de 2020, acesso público às suas declarações que mostram anos sem pagamento de imposto de renda.

Todos os presidentes americanos, há mais de 40 anos, divulgam seu imposto de renda, mas Trump nunca atendeu a essa exigência, nem mesmo quando disputava o cargo, quando Hillary Clinton, após mostrar sua regularidade, pediu a publicação de sua vida fiscal. Em 2017, quando Trump já estava na Casa Branca, os americanos promoveram a "Marcha do Imposto", em Nova York e mais 150 cidades, e, nesta manifestação, pediram a divulgação do imposto de renda do presidente. Em dez dos quinze anos anteriores à ocupação da Casa Branca, ele não pagou um tostão de imposto de renda. 

Neste calendário maluco das eleições dos Estados Unidos, está programado para 23 de novembro o recebimento de todos os votos pelo correio, desde que tenham sido postado até o dia da eleição, 3 de novembro. Este período é originado de lei local, pois, como já se disse, cada estado tem competência para legislar sobre a organização, votação e apuração de votos. Na sequência, o dia 8 de dezembro, vence o prazo para que os vencedores, em cada estado, sejam certificados. Até esta data as recontagens e contestações judiciais deverão está concluídas. Finalmente, no dia 14 de dezembro, os 538 Delegados do Colégio Eleitoral reunem-se, nas capitais estaduais, para proceder à votação nos candidatos vencedores e no dia 23 de dezembro os certificados das votações dos estados devem chegar à capital, Washington. Como se sabe, para ser eleito, o candidato deve obter 270 votos, número conseguido por Biden, já no quarto dia da apuração. Dando continuidade, no dia 6 de janeiro, a Câmara dos Representantes conta os votos dos Delegados e proclama o resultado oficial; esta sessão será presidida pelo vice-presidente. Esta solenidade final, com a posse dos eleitos, acontece, em Washington, desde o ano de 1937.  

Enfim, Donald Trump, com seu comportamento radical, sua petulância, sua estultice contagiante e sua absoluta ignorância sobre a coisa pública, que mistura com a administração de suas empresas, plena de artifícios para enganar o concorrente, conquista a admiração de seus apoiadores e isto basta para um empresário endividado e que tinha certeza da permanência de, no mínimo, mais quatro anos no esconderijo da Casa Branca, afastado de seus credores.  

Salvador, 05 de novembro de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 




 

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