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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A ENTREVISTA DE CIRO GOMES

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, mostrou um novo perfil, bem diferente do que se popularizou no Brasil, nos últimos anos com as "loucuras" do deputado que se tornou presidente, sem a mínima condição para governar. Gomes criticou a "polarização odienta" entre os dois candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro e prometeu, se eleito, não se apresentar como candidato à reeleição, porque entende que a disputa de quem está governando só contribui para prejudicar o país. Ciro mostrou coerência, quando comprovou sua condição de ex-governador, e desde que deixou o cargo, nunca disputou novo comando do Estado, apesar de possuir condições, porque foi aplaudido pelo bem que fez ao Ceará. Declarou Ciro: "O presidente se vende aos grupos picaretas da política, grupos de pouco escrúpulo republicano, porque tem medo de CPI e querem se reeleger". Gomes classificou de Teoria da Insanidade a repetição das coisas do passado para esperar resultado diferente. Ele referia à repetição que se processa atualmente, do que houve em 2018. Enquanto, Bolsonaro mentiu reiteradamente, não se apontou uma única mentira do candidato Ciro Gomes que mostrou conhecimento da situação do país.  

Tem programa para diminuir a fome e o sofrimento do povo sem as propostas eleitoreiras que apareceram no governo atual, mas que não resolvem o problema do pobre, pelo contrário, engorda os bolsos dos amigos do presidente, como está ocorrendo em Alagoas, onde um ex-prefeito, liderado de Arthur Lira, foi preso e responde por assalto aos cofres públicos. Aliás, o país passou a ser governado pelo Centrão, formado por um grupo de deputados de vários partidos que buscam verbas para alimentar seus instintos eleitoreiros. Ciro tem proposta de taxar grandes fortunas, sem diminuir o potencial econômico dos ricos, mas ajudando a diminuir o sofrimento dos necessitados. Ciro apresentou uma proposição que, certamente, será do agrado popular, consistente no fim das dívidas que nunca acabam dos devedores do cartão de crédito e do cheque especial. Eles pagarão por duas vezes essas dívidas e depois serão liberados. Denominou de "lei antiganância".  

O jornal Estado de São Paulo, como fez com a entrevista de Jair Bolsonaro, mostrou algumas imprecisões em dados, por exemplo, quando assegurou que a "tradição do desemprego" no Brasil é de 5%; na verdade, na checagem do jornal, o Brasil nunca teve tão pequena taxa de desemprego, de conformidade com dados do IBGE. O jornal mostra também imprecisão no número de policiais do país, quando Ciro citou 11,6 mil, quando o contingente é de 13,8 mil servidores ativos. Outros números anotados pelo jornal apontam alguma diferença, mas nada que prejudica a informação, ou mais precisamente, nada de usar de mentira para elevar sua condição política. Enfim, o ex-ministro apresentou um programa de governo e mostrou sua viabilidade, tema no qual Bolsonaro não demonstrou. Aliás, desde 2018, o presidente atual nunca teve um programa de governo.        

Ciro Gomes soube se expressar e terminou afirmando: "Você que vota no Bolsonaro, porque não quer o Lula de volta, me dá uma chance. Você que vota no Lula, porque não quer o Bolsonaro, há um país para governar, me dê uma oportunidade. E você indeciso, sabe quantos são vocês? Mais da metade da população. Está na mão de vocês mudar o Brasil".      

Salvador, 24 de agosto de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.     



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