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sábado, 2 de janeiro de 2021

COLUNA DA SEMANA


                                                                                                      O TRIO E MAIS UM

Os três ministros, declaradamente contra a Operação Lava Jato, teve, no final deste ano, um reforço: Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli receberam de presente de Bolsonaro o novo ministro, Nunes Marques. É surpreendente o reforço concedido pelo presidente da República ao trio, mas é facilmente explicável. É que o capitão arquitetou uma forma de continuar a polarização, nas eleições de 2022, e nada mau ter como adversário o ex-presidente. Ademais, tornou-se necessário proteger os filhos e ele próprio, envolvidos com processos de interferência na polícia federal, atos antidemocráticos e a rachadinha. Aí está a explicação do auxilio ao trio, que tem como meta um "julgamento justo" para Lula, conforme várias manifestações do chefe do trio, ministro Gilmar Mendes. A última decisão, para apagar o trabalho do ex-juiz Sergio Moro, situa-se na permissão, concedida por Lewandowski aos advogados de Lula às mensagens hackeadas da Lava Jato e que mostram diálogo travado entre Moro e procuradores do Paraná.

Essa autorização foi premeditada para acontecer às vésperas do julgamento do processo de suspeição de Moro, que Gilmar segura há anos, em seu gabinete. Este requerimento foi formulado em suspeição de procuradores da Operação e agora, nos autos, de reclamação, envolvendo o acordo de leniência da Odebrecht. O ministro Lewandowski além de autorizar acesso às mensagens obtidas ilicitamente, impediu o julgamento do processo em Curitiba, sendo bombardeado com recursos há mais de um ano; desde a chegada do substituto de Moro, na 7ª Vara Criminal Federal de Curitiba, o processo já estava pronto para julgamento, mas sofreu sucessivos adiamentos face a requerimentos dos advogados de Lula decisões judiciais. Os arquivos hackeados podem complicar a próprio Corte de Justiça, pois há gravações também de ministros comprometedoras; todavia, é duvidoso sobre acesso a todas as mensagens, porque há algumas que denigrem a imagem de ministros da própria Corte, principalmente o trio. 

O trio, Gilmar, Lewandowski, e agora Nunes Marques, na 2ª Câmara, estão firmes na intenção de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é desmoralizar Moro, pois o ministro Gilmar Mendes nunca aceitou o trabalho desenvolvido pelo ex-juiz da Lava Jato, principalmente nas condenações de Lula que reputam injustas e tudo fazem para corrigir os "erros" cometidos, acreditando que o ex-presidente nada roubou nas suas administrações. Os ministros Gilmar Mendes e Lewandoski cancelaram as férias para impedir o presidente Luiz Fux de despachar nos processos nos quais eles são relatores. É que Fux é tido como pró Lava Jato. Insiste-se, como liberar para Lula acesso às informações sigilosas, adquiridas por meios ilícitos? Mas, Lewandowski e os outros que formam o trio na Câmara trabalham com os olhos voltados para destruir o trabalho do ex-juiz Sergio Moro, principalmente nas condenações ao ex-presidente.  

Salvador, 01 de janeiro de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  



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