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segunda-feira, 27 de julho de 2020

A CORRUPÇÃO É ENDÊMICA

Sabe-se que a corrupção não é particularidade do Brasil, mas é certo que as iniquidades praticadas no país assumem proporções gigantescas que comprometem o futuro da nação. E não se quer dizer que a corrupção é registrada somente nesses últimos anos. Não e não. O país sempre teve corruptos em todas as atividades, inclusive e principalmente, no meio político e empresarial. A desonestidade é endêmica e começa, quando se busca “dar um jeito”, o que implica em fugir da legalidade; em grande parte dessa alternativa é prática induvidosa de atos ímprobos.

Recentemente, tivemos uma Operação denominada Mensalão, que conseguiu punir alguns corruptos na política e no empresariado brasileiro; todavia, desses personagens, depois do cumprimento das penas, aplicadas pela Justiça, retornaram às suas atividades e continuaram com a mesma conduta. Após o êxito do Mensalão, descobriu-se novo esquema de corrupção, perseguida pela Operação denominada de Lava Jato, da qual participam gente fina da sociedade; autoridades, que deveriam ser respeitáveis, honestas e dignas, como presidentes da República, governadores de Estados, deputados, magistrados, advogados, empresários, integram essa maior corrente de corrupção do mundo. Quase arrasam com a empresa estatal mais lucrativa do país, a Petrobras, e, no comando das propinas, além de outras, a maior construtora da América Latina, a Odebrecht.

Os assaltos cometidos aos cofres públicos não se deram no escuro das noites ou no sossego dos finais de semana; aconteceram em pleno dia, nos gabinetes governamentais ou empresariais, sem temor algum para esconder os ilícitos. Muito pelo contrário, as ações criminosas dos mais cultos e "honestos” homens da República ocorreram na sua frente e sem o menor rubor. Continua a Justiça prendendo e os quadrilheiros roubando. Ser corrupto é a moda e quem se furta a esse caminho, quebra pedra sem chegar a lugar algum, segundo alegam os doutores dessa prática. Os grandes roubos começam com a prática dos pequenos furtos; e nestes, não se vislumbra desonestidade, no conceito dos corruptos.

As investigações da Lava Jato prosseguem e a cada dia descobre-se novas formas de surripiar o dinheiro público. A Operação trouxe para conhecimento dos brasileiros os procedimentos, escondidos debaixo dos luxuosos tapetes dos gabinetes. Afinal, aqueles que deveriam zelar pelo patrimônio da Nação são exatamente os corruptores e corruptos e o Judiciário não se mostra com força suficiente para dizimar com esse secular mal. Ademais, no meio das Cortes, há quem trabalha para atrapalhar o andamento das investigações e punições. Os poderes da República estão infestados de homens desonestos que não encontram cerca impeditiva para continuar com a ladroagem. A punição, quando chega, não coíbe o rombo no patrimônio dos brasileiros.

A falta de escrúpulos para tirar o que é do outro está presente em todas as atividades; ninguém deixa de obter vantagem com a malandragem nacional, sob pena de “ficar para trás" e ser considerado um perdedor e o vitorioso, nos dias atuais, está sustentado no patrimônio e no poder. O que importa é ser vencedor, nada significando quais as armas e inteligências usadas para alcançar o objetivo. A coisa é tão devastadora e, o povo se sente tão sem força para acabar com esse mal, que se está sempre aguardando o próximo escândalo.

Salvador, 17 de maio de 2018.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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